X
X

Buscar

Alessandro Simas (PR) e Marli Leandro (PT) trocam acusações na tribuna

Clima esquentou depois de declaração da vereadora de que Casa aprova projetos inconstitucionais por conveniência

O vereador Alessandro Simas (PR) foi à tribuna ontem para criticar a colega Marli Leandro (PT), líder do governo. Em entrevista recente à radio Diplomata, Marli disse que a Câmara está brincando com a sociedade e aprovando leis inconstitucionais. A vereadora afirmou ainda – sem citar nomes – que há parlamentares que, nos corredores, dizem que o projeto de lei é inconstitucional, mas que no plenário votam a favor só para “ver o circo pegar fogo”.

Simas classificou a declaração como “de uma leviandade tamanha”. “Ela colocou toda a instituição na vala comum, foi maldosa, tentou denegrir a imagem dos vereadores, falando em manobras e conchavos no corredor”, afirma.
Na sequência, o vereador do PR diz que a prefeitura só se interessa por projetos que ela mesma propõe. “Acho que querem uma Câmara que só vote nome de rua. Projeto de interesse coletivo, só se for proposto pela prefeitura. Quando é de lá pode, quando é de cá não pode. Eu fiquei perplexo de ouvir tanta bobeira”.

Por fim, Simas disse que a declaração causou problemas internos na Casa. Ele citou outro trecho da entrevista concedida por Marli, no qual ela menciona que os pareceres jurídicos são feitos pela assessoria jurídica, mas de acordo com o interesse particular do vereador que o solicita. “Gostaria de pedir que alguém da assessoria jurídica preste informações para dizer que não é dessa forma”, concluiu.

Outros vereadores também se juntaram ao coro dos críticos. Jean Pirola (PP), por exemplo, disse que as críticas aos vereadores sem citar os nomes tem sido recorrentes. “Já não é de hoje que alguns membros do Partido dos Trabalhadores fazem isso. O vereador Valmir [Ludvig] tem o costume de falar de vereador sem citar nome. Quando tem algo pra falar de alguém, fale o nome, não joga na vala comum”, disse.
Marli se defende

A tropa de choque em defesa da vereadora também se fez presente. O vereador Felipe Belotto (PT) reclamou do que, segundo ele, é um cerceamento à liberdade da vereadora em manifestar suas opiniões. “O fato de que são os vereadores que determinam o tom do parecer sobre os projetos, e em determinadas situações pedem que a assessoria escreva o parecer com base na sua convicção, isso acontece, não há como negar”, afirmou.
Valmir Ludvig (PT) também seguiu a mesma linha, dizendo que é preciso respeitar o trabalho e a opinião da vereadora. Ele sugeriu que, para que não exista dúvida sobre a procedência do parecer sobre os projetos, que eles sejam assinados pelos assessores jurídicos da Câmara, não pelos parlamentares.

Marli Leandro, por sua vez, rebateu as acusações de Simas. “Se fosse pra eu vir a público para cada asneira que o senhor fala, eu viria várias vezes à tribuna”, disse, referindo-se ao vereador do PR. “Eu fui bem clara e objetiva, se entendeu diferente, não se pode fazer nada. Se aprova projeto inconstitucional, está se brincando com a população de Brusque, sim. Não retiro nada do que eu falei”.

A vereadora afirmou também que considera “triste”, ter que criticar o trabalho da Casa. “O poder Legislativo é importantíssimo, sempre o defendi. Mas nós precisamos rever algumas questões e melhorar, essa é a minha opinião, e não é só a minha”, frisou.

No apagar das luzes da discussão, Ivan Martins (PSD) insinuou que a vereadora é ausente, no dia a dia da Câmara de Vereadores. “Eu gostaria que ela viesse um pouco mais até a Casa, aliás, basta vir”. No embalo, o vereador Moacir Giraldi (PTdoB) comentou outra declaração da vereadora, na qual ela afirma que Giraldi teria implicância com ela pelo fato de ser mulher. Ambos prometeram representar um contra o outro, ou na Câmara ou judicialmente.