Com alto custo, procura por pacotes para a Copa do Mundo 2018 é baixa
Agências de Brusque dizem que câmbio e preços de deslocamento tornam viagem pouco atrativa
A Copa do Mundo já representou um bom período de vendas para as agências de turismo. Entusiasmados pela seleção brasileira, os brusquenses costumavam comprar pacotes em volume significativo, mas o mesmo não deve acontecer com relação à Copa de 2018, na Rússia.
Agências de turismo consultadas por O Município são unânimes ao afirmar o porquê da baixa procura até o momento: os preços altos dos pacotes até a Rússia. A Copa ocorrerá entre 14 de junho e 15 julho.
De acordo com estimativas repassadas pelas agências, apenas cinco noites em Moscou, capital do país, custam R$ 11 mil, sem a passagem aérea. O pacote para acompanhar todos os jogos do Brasil, até a final, se a seleção chegar até lá, ultrapassa R$ 40 mil, fora os gastos com alimentação e outras despesas, ou seja, pode passar dos R$ 50 mil.
O proprietário da Sierratur, William Munch, diz que já recebeu poucas consultas, porém, os preços elevados assustam os consumidores. Ele avalia que o brusquense tem poder aquisitivo, contudo, trata-se de um tipo muito específico de viagem, para amantes do futebol.
“O preço é o que está assustando”, resume Munch. Além de ser uma viagem distante, ir para a Rússia também pode ficar mais complicado por causa do câmbio.
Hoje, o real está desvalorizado perante o dólar. A moeda americana é usada para calcular tarifas aéreas, hotéis, entre outros gastos. Com isso, os valores ficam ainda mais altos.
Murchou
Roberto Tomasoni, proprietário da Tomasoni Viagens e Turismo, tem agência desde a Copa do Mundo de 1998. Ele avalia que a seleção brasileira já não empolga os torcedores como em outros tempos.
Em 1998, na Copa da França, foram feitas boas vendas. Em 2002, os preços estavam altos porque a Copa foi na Coreia e no Japão. O deslocamento encareceu, mas havia procura e entusiasmo.
A partir de 2006 é que começou a cair, afirma o empresário. “O pessoal voltava da Copa e já começava a fazer a poupança para ir à próxima, guardando 100 ou 150 dólares por mês”.
Hoje em dia, as poupanças para a Copa do Mundo já estão em desuso. A Tomasoni Viagens fez nos últimos tempos pacotes de viagens para os jogos do Brasil, sem sucesso.
“Não se tem mais euforia com a seleção”, diz o empresário, com base na procura pelos pacotes relacionados à seleção canarinho. Especificamente sobre a Rússia, a procura tem sido bastante baixa.
Contudo, o brasileiro é conhecido por deixar tudo para última hora. Tomasoni acredita que no que vem ainda possa haver algumas consultas e até vendas para a Copa da Rússia.
A Havan Viagens ainda não está trabalhando com pacotes para a Copa, porém, segundo a gerente Josiane Nuss, os pacotes devem começar a ser ofertados a partir do começo de 2018. Ela também avalia que o câmbio está desfavorável para os pacotes rumo à Rússia-2018.
Segunda fase da venda de ingressos começa em dezembro
A Fifa já realizou a primeira fase de venda de ingressos. A segunda ocorrerá entre 5 dezembro e 31 de janeiro de 2018. O sorteio dos grupos será no dia 1 de dezembro, portanto, já será possível saber onde a seleção jogará.
Depois haverá o período de compra direta, que vai de 13 de março a 3 de abril de 2018. Os ingressos comprados nas duas primeiras fases serão entregues nas semanas antes da Copa, sem custo de frete, segundo a Fifa.
Quem não conseguir entradas poderá tentar os “ingressos de última hora”, que serão liberados entre 18 de abril até o dia 15 de julho de 2018, dia da final da Copa, de acordo com a disponibilidade entre os setores que ainda têm lugares vazios.
A Fifa já anunciou os preços dos ingressos. Na abertura, o mais barato para estrangeiros será 22 dólares (R$ 710). Já nos outros jogos da fase de grupos o mais em conta sairá por 105 dólares (R$ 340). Na final, o tíquete mais barato custará 455 dólares (R$ 1.170).
Como comprar
Para adquirir ingressos, todo o processo deve ser feito diretamente no site oficial da Fifa: https://goo.gl/sQnom9.