Alunas assistem seminário na ESMOD
Thayse Helena Machado
Paris
Primeira escola de moda do mundo, criada em 1841, a ESMOD é referência no assunto e acolhe estrangeiros de 60 nacionalidades para estudar o tema. Na sede em Paris, as aulas são focadas em criação, modelismo e estilismo, nas línguas inglesa e francesa.
Durante a apresentação, Sylvie comentou que marketing e moda podem ser considerados um casal que não se separa, e destacou que observa uma preocupação cada vez maior das marcas com o consumidor. “A preocupação agora é mais para quem se vende do que o que se vende”, explicou.
Ela ressaltou a importância dos anos 1990 para a moda e mencionou diversos fatos históricos, como: a guerra do Golfo, a liberdade sexual do período, a disseminação do vírus da Aids – que vitimou diversos artistas e poetas, e o comportamento das top models. “Cobra-se muito da geração atual, porque o tempo se tornou outro, com outra velocidade. Vocês não têm tempo a perder”, alertou para as alunas, referindo-se aos avanços da tecnologia, que precisam ser considerados quando se trabalha com moda. “A roupa precisa de tecnologia para provocar desejo de consumo”, acrescentou.
Sylvie ainda mencionou a importância das fotografias e revistas especializadas em moda, que nos anos 1990 faziam uma organização quase teatral do setor. “A comunicação transformou a moda. Hoje uma marca lança 20 coleções por ano e os estilistas precisam mudar o modo de produzir. Só Chanel produz 40 coleções em 12 meses. As escolas estão pelo mundo inteiro. Para vocês, a concorrência é algo muito importante e não está somente no Brasil, mas em todo o planeta”, detalhou.
A professora revelou que prepara um estudo sobre “cores fantasmagóricas”, que são tendências para o verão e têm a ver com os anos 1970. “É uma cor que toca bastante, se funde. É como um sorvete que se derrete. Junto com essas cores que se derretem teremos o laranja, que será forte no verão”, explicou.
Para a aluna Adrieli Couto da Silva o seminário foi nota 10. “Aprender sobre moda aqui onde ela nasceu e saber como é feita a pesquisa de tendência em outros países agregou muito conhecimento ao grupo”, declarou.
O professor de Pesquisa Comportamental de Tendência do curso de Moda da UNIFEBE, Rodrigo Zen, também acompanhou a aula e elogiou o conteúdo apresentado. “Hoje todos os participantes tiveram contato com a maneira de pesquisa, que não envolve somente olhar para o que já foi feito no setor, mas para tudo aquilo que acontece no mundo. Fatos que inspiram e fazem a moda acontecer”, destacou.
Museu e história
Durante a tarde o grupo visitou o museu Les Arts Décoratifs e aprendeu sobre a história de Paris com a coordenadora do curso, Edinéia Pereira da Silva Betta.
Na França, as alunas também assistirão a uma conferência no Instituto Francês da Moda, terão aula no Museu do Louvre e no Palácio de Versailles, entre outras atividades.