Aluno de escola da rede municipal de Brusque pode ser “superdotado”; especialista comenta possibilidade

Estudante da escola Doutor Carlos Moritz foi atestado por neurologista, mas especialista diz que é necessário ter cautela

Aluno de escola da rede municipal de Brusque pode ser “superdotado”; especialista comenta possibilidade

Estudante da escola Doutor Carlos Moritz foi atestado por neurologista, mas especialista diz que é necessário ter cautela

A Secretaria de Educação de Brusque irá acompanhar um aluno do oitavo ano do Ensino Fundamental da escola Doutor Carlos Moritz que pode ser considerado “superdotado”, característica em que pessoas possuem capacidades mentais acima da média.

A pasta realizou uma formação sobre altas habilidades e superdotação em junho. O evento foi promovido pelo Núcleo de Apoio Multiprofissional à Educação Inclusiva (Namei), no auditório da Uniasselvi de Brusque.

De acordo com a secretária de Educação, Eliani Busnardo Buemo, a formação teve como objetivo realizar um estudo de como será possível avaliar as características dos alunos que podem ter altas habilidades. O estudante de Brusque que pode ser superdotado foi atestado por um neurologista.

“As altas habilidades são caracterizadas como um comportamento. Nós não lidamos muito com esse tipo de situação. Precisamos de mais informações para construir conhecimento sobre o assunto. Por isso, trouxemos profissionais para uma formação”, afirma.

Eliani diz ainda que será necessário o período de um semestre para que a situação do estudante possa ser avaliada. Ela detalha, entretanto, que a característica é comportamental, e não clínica.

Especialista avalia possibilidade

A neuropsicopedagoga Elisete das Neves Corrêa Martins comentou a possibilidade de um aluno da escola Doutor Carlos Moritz possuir altas habilidades. De acordo com ela, é necessário ter cautela, pois reforça que se trata de uma questão que não é definida por um atestado médico, mas por questões comportamentais.

“Nós passamos dois anos de pandemia. Então, precisamos ter calma. É um assunto que está surgindo com maior evidência neste momento. Sugerimos aos pais e as escolas que tenham cautela em relação à avaliação destas crianças e adolescentes”, afirma.

Elisete diz que o laudo emitido pelo médico neurologista causou estranheza, justamente por ela acreditar que um atestado não pode definir a característica. Segundo a neuropsicopedagoga, as evidências precisam ser observadas em atividades escolares, por exemplo.

Os tempos de isolamento social por causa da pandemia são fatores que influenciam o comportamento das crianças e adolescentes, de acordo com Elisete. Durante o isolamento, a neuropsicopedagoga comenta que algumas crianças e adolescentes tiveram mais estímulos que outras dentro de casa.

“Essas crianças e adolescentes com poucos estímulos chegaram para nós neste ano. Como avaliá-las? Precisamos verificar estas questões que vieram dos estímulos de casa. Sendo assim, é necessário avaliar se essas habilidades e encaixam”, explica Elisete, detalhando as características a serem observadas.

Por fim, a especialista reforça que as características podem ser observadas em determinadas áreas específicas. Ela afirma que não se trata de uma criança ou adolescente “nota 10” em tudo o que faz, mas, sim, pode ter raciocínios rápidos para resolver problemas.

A Secretaria de Educação pretende seguir com as formações que já vinha realizando para avaliar o estudante e entender melhor sobre o tema altas habilidades de forma geral. Segundo a neuropsicopedagoga, este é o caminho a seguir no momento.


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