Alunos da rede pública de Brusque se destacam em matemática e português em avaliação nacional
Secretaria credita resultado a foco nas séries iniciais do Ensino Fundamental
Secretaria credita resultado a foco nas séries iniciais do Ensino Fundamental
Os resultados da última avaliação do Acerta Brasil, da Somos Educação, demonstrou evolução dos índices de aprendizado em matemática e língua portuguesa no segundo ano do Ensino Fundamental em Brusque.
Na disciplina de matemática, a melhor nota foi da escola Prefeito Alexandre Merico, no bairro Limeira, que acertou 94,2% das questões. Já em português, o destaque foi a escola Professora Georgina de Carvalho Ramos da Luz, no bairro São Pedro, com 71,8%. Contabilizando todas as escolas do município, os segundos anos tiveram notas 67% (matemática) e 56,9% (português). Todas ficaram acima dos 50%, meta do Acerta Brasil, nas duas disciplinas.
Para a secretária de Educação, Eliani Buemo, o resultado é fruto de uma mudança. “Definimos em 2018 que íamos dar um olhar mais cuidadoso aos primeiros e segundos anos do Ensino Fundamental. Queremos acreditar que já é um resultado do que estamos fazendo”, afirma.
A conclusão da secretária leva em consideração também o aproveitamento dos anos finais. O sétimo ano, por exemplo, ficou na avaliação com notas médias de 35,4% (matemática) e 52,3% (português).
O relatório eletrônico da Somos Educação permite filtrar os resultados por ano, escola e até por aluno. Além disso, ele aponta os conteúdos em que os estudantes demonstraram ter dificuldade: se em gramática, ortografia, fração ou multiplicação, por exemplo.
“Conseguimos ver qual a escola e qual o trabalho a ser feito. Nossa última formação já foi baseada nos resultados da prova”, explica Deise Freitas de Oliveira Pereira, coordenadora de programas e projetos.
De acordo com a diretora de ensino fundamental do município, Maria Ivone Crespi Noldin, Brusque recebeu R$ 700 mil do governo federal para comprar materiais pedagógicos e trabalhar as defasagens apresentadas.
A secretaria de Educação planeja para o próximo ano uma avaliação institucional para avaliar o trabalho em cada unidade, além dos dados já existentes do Acerta Brasil e do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). “Não dá para trabalhar a educação sem indicadores”, defende.
Também está em andamento uma proposta pedagógica para a rede municipal de ensino, fruto de um trabalho que a secretária diz ser inédito na pasta: formação de uma assessoria por disciplina. Os assessores foram formados no primeiro semestre e no segundo começaram a elaborar a proposta que está hoje sob avaliação da Udesc, em Florianópolis.
“Procuramos fazer com uma linguagem bem acessível, como um manual para o professor trabalhar sua disciplina em sala”. Depois de receber resposta da universidade, a pasta promete trabalhar as sugestões junto com os professores para criar a versão final do documento.
Ainda voltada aos anos iniciais, um programa que não teve neste ano e deve ser colocado em prática em 2020 é o Mais Alfabetização. A coordenadora de programas e projetos, Deise Pereira, diz que o governo federal atrasou o repasse neste ano. “Chegou em setembro e pouco mais de um mês mandaram paralisar”, justifica.
A verba, porém, ficou com o município que poderá dar início ao processo seletivo ainda em 2019 para contratação dos assistentes de alfabetização.
Eliani defende que a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – homologada pelo MEC em 2017 e que obrigatoriamente passou a ser implementada neste ano – vai melhorar a qualidade do ensino, principalmente nos anos iniciais.
“Sempre fui contra ter três anos para alfabetizar os alunos. Entrei na escola em 1972 e tive um ano para me alfabetizar, porque agora com toda a tecnologia disponível se precisa de três?”, questiona a secretária. A nova base curricular diminui de três para dois anos o prazo para a alfabetização nas escolas.
O documento lista as competências e habilidades que os alunos devem alcançar em cada etapa, do ensino infantil ao ensino médio. “Considero que a BNCC vai trazer um avanço significativo. Se você não sabe onde quer chegar pode ir para qualquer lugar”, diz Eliani.