Alunos das escolas de Brusque lotam corredores da 6ª Feira do Livro
Se o objetivo da 6ª Feira do Livro de Brusque era chamar a atenção da criançada para a importância da leitura, está conseguindo. Desde terça-feira, dia em que a feira abriu, os corredores com estandes de livros estão sempre cheios de alunos das redes pública e particular. A Secretaria de Educação do município colaborou com o transporte dos estudantes até a Praça da Cidadania, onde ocorre a Feira.
Com os olhos atentos aos vários volumes infantis e infanto-juvenis, eles abrem os livros, lêem e comentam com os colegas. “Esse eu já li!”, diz uma menina da terceira série para a sua amiga, apontando um livro da série Percy Jackson. “Eu também!”, rebate a colega, que não quis ficar de fora.
O encanto das crianças e o incentivo à leitura acompanham a Feira desde sua primeira edição, como conta a organizadora do evento, Lieza Neves. “Você vê adolescentes, que nas primeiras edições eram crianças, comprando livros hoje por aqui. Isso é muito gratificante”, diz Lieza, que também é presidente do Conselho de Cultura de Brusque.
A mãe de um casal de crianças que passeava pela Feira, Vanessa Helvadjian, aprovou a iniciativa e disse que a leitura é fundamental na vida de uma pessoa. “Minha mãe sempre comprou livros pra mim. Eu acho isso importante, e passo para os meus filhos. Quanto mais livros lá em casa melhor”, diz Vanessa.
Os bate-papos com autores e contadores de história também prendem a atenção dos alunos. Ontem, o paleontólogo paulista Luiz Eduardo Anelli, autor do livro “Dinossauros do Brasil”, contou para crianças das terceira e segunda séries como escreveu sua obra, lugares que ele visitou e, principalmente, mostrou os vestígios que encontrou dos animais extintos. Um ovo de dinossauro, descoberto no Rio Grande do Sul pelo paleontólogo, passou de mão em mão entre os estudantes. “Quando falamos em incentivo à leitura, não podemos pensar em livro como objeto, mas tudo que o permeia”, diz Lieza.
A importância do contato entre autor e leitor é fundamental, afirma o escritor brusquense Saulo Adami. Ele participa de feiras do livro como autor convidado há mais de 20 anos, e ontem autografou suas obras e conversou com leitores na feira da cidade. “A experiência mais gratificante é conhecer quem vai ler teu livro e, ao mesmo tempo, ser apresentado a ele como autor da obra que atraiu sua atenção e seu interesse. O contato com o público é muito importante”.
Mas não são só as crianças que têm aproveitado a Feira do Livro. Todos os que passam pela Praça da Cidadania acabam dando uma espiada. Nessa nova localização, o fluxo de pessoas aumentou em relação à feira do ano passado, na praça Sesquicentenário. Segundo Lieza Neves, a feira tem atraído um público que não costuma acompanhar atividades culturais. “A gente que tá organizando vê pessoas que não iriam a um evento literário espontaneamente pegando livros, comprando, se interessando. Esse era um dos objetivos”, diz.