Com a pandemia do coronavírus, o Colégio São Luiz teve que se adaptar para manter a saúde dos colaboradores e a tradição do ensino de qualidade. De acordo com a coordenadora pedagógica do ensino médio, Cintia Cardoso, apesar das incertezas, o colégio manteve uma preparação e um planejamento. “Foi um momento que não sabíamos o que estava por vir, e tivemos condições de preparar tudo de forma diferenciada”, destaca.

Os resultados foram vistos neste ano atípico, onde quatro alunos passaram no vestibular de medicina da Acafe. Entre eles, a aluna do primeiro ano, Ana Alice Kohler, que iniciou no ensino médio em fevereiro, e em março teve início o ensino online.

Ela conta que no começo foi difícil, mas que com o tempo conseguiu aproveitar bastante o conteúdo passado. “Eu tentei manter o mais próximo do que fazia em sala. Revisava os conteúdos, anotava perguntas”, destaca a aluna.

Ana Alice

Currículo estruturado e preparação

O Colégio São Luiz possui o currículo estruturado para passar 50% do conteúdo no primeiro ano, e 50% do conteúdo no segundo ano, informa Cintia. Desta forma, no terceiro ano, o conteúdo passado é revisional como preparação para o vestibular. A aula também foi realizada de forma a manter a rotina, com o mesmo horário presencial e ao vivo, no método síncrono.

Sofia Peixer Nicolau

No caso da Ana Alice, ela conseguiu passar no vestibular tendo somente metade do conteúdo estudado no ensino médio, e no meio de uma pandemia. A aluna destaca que o mais difícil foi manter a concentração, tendo acesso às redes sociais e outras distrações estando em casa.

Por outro lado, ela percebeu que pelo fato de o professor não precisar intervir em conversas nas aulas presenciais, o conteúdo rendeu muito mais. Ana Alice destaca que fez o vestibular para saber qual seria o resultado, mas ainda não decidiu que carreira seguirá no futuro.

Para as estudantes Laura e Sofia Peixer Nicolau, da segunda série do ensino médio, este ano foi uma experiência muito diferente, “mas que foi feita com muita organização por parte da escola, que manteve o horário normal. Além de nos distrair de toda essa situação, conseguimos nos concentrar melhor”.

Comparando a primeira série, em que teve aulas presenciais, com o ensino deste ano, Laura vê a aula online como desvantagem na quantidade de estímulos externos, mas acha muito bom o conteúdo passado. Ela também destaca que recebeu suporte online dos professores, que tiravam dúvidas de forma individualizada.

Laura Peixer

Suporte dos professores

A coordenadora pedagógica destaca que o atendimento individual aos alunos ficou disponível, quando os professores perceberam que os alunos poderiam não tirar as dúvidas pela timidez.

“Cada turma tem um professor regente que faz o contato entre estudante, família e colégio. Então, ao longo do ano, fomos fazendo resgates para chamá-los de volta, e ajudá-los”, informa.

Cintia ressalta que no ensino online, a disciplina dos estudantes teve que ser bastante exercitada. “Junto com o conteúdo, desenvolveram também resistência e capacidade de resolver problemas.”

Convivendo com a mãe e professora

O aluno do segundo ano, Enzo Fantini Krieger, além de ter passado no vestibular de medicina, conviveu com a mãe, que é professora, durante a pandemia. Além dos estudantes, os professores também tiveram que aprender e se adaptar com o novo formato de ensino, e tudo isso em 15 dias.

O Colégio São Luiz conseguiu cumprir toda a carga horária do ano, conta Cintia. No início da pandemia, foram adiantados 15 dias do recesso, tempo que foi utilizado para o colégio se organizar. “Capacitamos os professores e iniciamos as aulas online, conseguindo cumprir a carga horária”.

Enzo conta que os primeiros dias foram bem complicados para a educadora, que também leciona no São Luiz. Durante a capacitação, “tinha dias que ela ficava o dia todo no computador, pois o sistema era novo e difícil no começo.”

Sobre as aulas, ele conta que gostou do horário igual ao das aulas presenciais. Na turma dele, poucos alunos costumavam fazer perguntas. Por isso, para revisar o conteúdo, ele costumava revisitar as aulas, que ficam gravadas no sistema e disponíveis aos estudantes. “Como era bastante conteúdo e ninguém interrompia, eu ficava sobrecarregado e assistia a aula novamente para sanar qualquer dúvida”, informa.

O estudante considera vantajoso o conteúdo ficar disponível para revisão, pois se esquecer de anotar, pode assistir novamente a explicação do professor.

Enzo

Formado e pronto para aprender medicina

Após passar no vestibular de medicina, o formando José Arthur Rubick Rieg já se matriculou no curso que inicia em 2021. Ele considerou este ano desafiador. Quando a pandemia teve início, ele acreditou que teria mais tempo livre, mas viu o dilema de transformar o quarto, um lugar de descanso, em um local de foco e estudo.

José

“Eu achei que sobraria mais tempo, tudo teve processo de adaptação e não sobrava tempo para lidar com a realidade. Achei difícil me adaptar”, comenta.

Sobre o conteúdo, o aluno destaca a possibilidade de rever as aulas, mas revela que sentiu falta da relação com os colegas, que estudavam juntos e disputavam de forma saudável as melhores notas.

Depoimento dos professores

Para o professor Marcelo Noldin, o atípico 2020 pode ser resumido por duas palavras: aprendizado e resiliência. Aprendizado, por se reinventar e sair da zona de conforto e buscar o novo. Resiliência para aprender a conviver com o novo já que todos acreditavam que duraria tão pouco.

“Então não só os professores tiveram que remodelar, mas também os alunos e as famílias tiveram que se reprogramar para essa nova forma de aprendizado. Mas encerramos o ano com objetivos cumpridos, tranquilidade que o que estava ao nosso alcance foi passado”, comenta.

O professor Leonardo Geisel dos Santos considera este um ano de desafio e adaptação. “Mas a relação professor e aluno continuou, ela de certa forma é eterna. Os alunos continuaram aprendendo todos os dias, com as aulas online e com tudo o que estava acontecendo no mundo”, ressalta.

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