Alunos do Sesi Escola iniciam aulas de Libras

Projeto experimental beneficia 26 estudantes no contraturno escolar

Há um mês, 26 alunos do Sesi Escola iniciaram o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no contraturno escolar. Os estudantes têm idades entre oito e 12 anos, e uma vez por semana praticam o novo idioma como forma de estimular a inclusão.

As aulas iniciaram por escolha dos alunos. Como a professora Rosana Canteri é formada em pedagogia e está se especializando em Libras, ela contou aos estudantes a sua experiência com os surdos. Os alunos ficaram entusiasmados, então, surgiu a ideia das aulas de Libras na escola. “Esses alunos ficam em horário integral na escola, então todos os dias tem um cronograma de atividades como artes, teatro, recreação. Como a Rosana já é professora de inclusão e Libras, surgiu essa vontade nos alunos e então começamos essa experiência”, conta a diretora do Sesi Escola, Vera Lúcia do Nascimento.

A avaliação das aulas é positiva. “Os nossos alunos têm muito essa noção da importância da inclusão. Eles estão muito entusiasmados para aprender essa nova forma de comunicação. O resultado está sendo lindo, muito mais positivo do que esperávamos”, destaca Vera.

De acordo com ela, a resposta dos pais dos alunos também tem sido surpreendente. “Os pais estão se manifestando, mandando e-mails, ligando, estão muito felizes com essa oportunidade que os filhos estão tendo, inclusive, eles chegam em casa e ensinam os sinais aos pais também. É uma iniciativa que deu muito certo”.

Na semana passada, os alunos receberam a visita de dois membros da Associação de Surdos de Brusque (Asbru): Rafael Mafra e Jucele Cunha. “Eles participaram da aula e foi muito legal porque os alunos conseguiram pôr em prática o que estão aprendendo. Foi uma experiência maravilhosa, que enriqueceu muito o aprendizado deles”, conta a professora Rosana.

A professora está entusiasmada com o projeto. “Como não é obrigatório, eu me surpreendi muito com a aceitação deles. Todos estão muito motivados, e fazem muitas perguntas, eles querem saber tudo sobre esse mundo dos sinais”, afirma.

As aulas são ministradas em forma de bate-papo e bastante interativas. “Como é uma língua, eles precisam entender toda a estrutura, cada sinal tem uma estrutura, então aos poucos eles vão assimilando isso. O ensino de Libras também é um ponto de estimulação cognitiva”.

Rosana também ressalta a importância de os alunos desenvolverem a consciência sobre a inclusão. “Com essas aulas eles terão um entendimento maior e um respeito maior pelas diferenças. O objetivo principal é trabalhar a diversidade linguística e social”.

O projeto ainda está em fase experimental, entretanto, a direção da escola já pensa em ampliá-lo. “Esse é um projeto que todas as escolas deveriam ter. Já estamos conversando para que no ano que vem o ensino de Libras se estenda para todos os alunos”.

“Com essas aulas eles terão um entendimento maior e um respeito maior pelas diferenças” – Rosana Canteri, professora

Veja vídeo dos alunos interpretando a música Aquarela, de Toquinho, na linguagem de sinais: