Ama de Brusque participa de sessão de cinema especial para autistas
O Reino Gelado 2 foi apresentado na quina-feira, 17, no Cine Gracher Havan
A confraternização de fim de ano da Associação de Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque (AMA) foi diferente. Na tarde de quina-feira, 17, por meio da parceria com o Cine Gracher Havan, eles participaram pela primeira vez de uma sessão de filme especial e puderam se divertir durante uma hora e meia com a animação O Reino Gelado 2. Além da AMA, integrantes do Lar Menino Deus acompanharam a sessão.
Giselle Zambiazzi, presidente da AMA, diz que na tentativa de encerrar 2015 realizando uma atividade que as crianças autistas geralmente não fazem, e inspirados na dinâmica do grupo Autismo e Realidade, de São Paulo (SP), a ação foi promovida. “99% das famílias nunca levaram os seus filhos no cinema por medo da reação deles, que são inquietos. Muitos por medo de constrangimento”.
Segundo ela, somente com a iniciativa é que podem saber como a experiência impactará na vida das crianças. “Pelo relato dos pais e pela própria expressão, tanto do autista como de uma criança especial, será um marco na vida deles. E nós ficamos muito felizes por fazer parte deste momento”, conta.
O sócio-diretor do Cine Gracher, Sandro Gracher Baran, afirma que a sessão especial é uma forma de permitir a interação destas pessoas, que em alguns momentos sofrem um certo preconceito. “A responsabilidade social em abrir uma sessão para este público é tão importante como para o público em geral”.
Ansiedade misturada com alegria
Olhos atentos, sorriso nos lábios e uma leve ansiedade tomaram as pessoas que acompanhavam a sessão. Com suas pipocas e outras guloseimas, assistiram o filme com alegria e tranquilidade. Ana Júlia Fischer, de 15 anos, que é autista, viu a sessão com a irmã Betina Laísa. “Estou muito feliz. Ainda mais por estar na companhia da minha irmãzinha querida”, diz Ana.
Betina conta que a família tem o hábito de trazer a menina ao cinema e que eventos como o de ontem fazem com que os autistas se sintam bem, já que as pessoas entendem o mundo deles.
Alessandra Zen, mãe de Caio Henrique Kohler, de 10 anos, que também é autista, diz que a iniciativa é muito boa. Ela conta que geralmente o filho sofre com o barulho das sessões, e que neste ambiente a criança “não terá o olhar do outro”, que muitas vezes é de preconceito.
Legantina Ave, de 61 anos, frequenta o Lar Menino Deus e tem esquizofrenia e deficiência mental. Foi a primeira vez que ela participou de uma sessão cinematográfica. “Eu vim pra me divertir. Gosto de ver filmes”.
A assistente social e diretora do Menino Deus, Helena Dias, afirma que a ação socializa as pessoas, que nem sempre são compreendidas. “Como em alguns momentos eles acabam interferindo, a sessão especial proporciona que tenham maior interação e se sintam à vontade”.
Após o filme, foi realizada uma confraternização na praça de alimentação da Havan.
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