Amigas contam como renderam, amarraram e mandaram para cadeia homem que tentou assaltá-las
Homem foi preso em flagrante por tentativa de roubo a cinco mulheres, no bairro São Luiz
Homem foi preso em flagrante por tentativa de roubo a cinco mulheres, no bairro São Luiz
Desde quarta-feira, 24, o grupo de WhatsApp de dez amigas chamado “Somos muito unidas” foi renomeado para “Panteras unidas”. Isso porque cinco das integrantes do bate-papo dominaram e impediram um criminoso de assaltá-las, na saída de uma festa de aniversário, na noite de terça-feira, 22, na rua Paulo Bauer, aos fundos da Escola Francisco Araújo Brusque, no bairro São Luiz.
O Município Dia a Dia conversou com duas delas, Maria, 28 anos, e Isabel, 32 (nomes fictícios, pois preferiram não se identificar). Maria conta que elas saíam da casa de uma das amigas, após comemoração de aniversário, que independente da data comemorativa já ocorre uma vez ao mês há, pelo menos, oito anos.
Enquanto uma delas colocava a filha de sete meses no bebê conforto do carro, as demais conversavam na calçada. Neste momento, o acusado, Rodrigo Pereira, 36, passou em uma motocicleta Biz 125, preta, na contramão em que estavam, e parou. Ele desceu da moto, foi em direção às amigas e colocou a mão por debaixo da camiseta, simulando estar armado. “No primeiro momento, achei que estava vindo pedir informação”, conta Maria.
Ao chegar próximo, o homem anunciou o assalto e as mandou entregarem as bolsas. Isabel diz que ficou olhando para Pereira, pois não acreditou que pudesse ser verdade. “Em momento algum senti medo, ele estava muito inseguro do que estava fazendo. Além disso, fiquei olhando para a cintura dele e percebi que não era uma arma, era a mão dele”.
Pereira primeiro puxou a bolsa de Maria, em seguida, exigiu a de Isabel, que a colocou para trás. “Ele veio para perto de mim e começou a puxar minha bolsa, mas eu segurei. Nisso olhei para Maria, e parece que conversamos pelo olhar e juntas fomos para cima dele”, lembra.
Isabel conta que, mesmo nervosa com a situação, conseguiu pensar em todos os momentos, inclusive, que como ele era magro e da mesma altura que ela, conseguiria detê-lo. Assim que as “panteras” foram para cima de Pereira, Maria puxou a chave da ignição da moto, que estava ligada, para impedir que o homem fugisse.
A irmã de Isabel, que também estava no carro, começou a passar a mão na cintura do criminoso, para certificar de que não havia arma alguma, confirmando a suspeita. Outra amiga, que estava no carro de trás, conseguiu correr e pedir ajuda para um vizinho. Ele pulou o muro e ajudou a deter Pereira. “Enquanto a gente segurava, ele dizia para soltar, pois iria nos matar, mas mesmo assim isso não nos intimidou, porque ele não nos passava medo”, diz Isabel.
Maria acredita que o criminoso as escolheu por estarem apenas entre mulheres e achou que seriam um alvo mais fácil. “Mas se enganou. Mexeu com as pessoas erradas, na hora errada”.
Moradores ajudam amigas
Com a agitação no meio da rua, várias pessoas se uniram às amigas para ajudá-las. Pereira chegou a ser amarrado pelos moradores até a chegada da Polícia Militar, pois se batia muito na tentativa de se desvencilhar. Na primeira ligação feita para a PM, foi repassado que havia uma briga no local. Uma das pessoas que estavam no local, ligaram enganado para o Corpo de Bombeiros e passaram a informação correta, referente ao assalto.
Os bombeiros então entraram em contato com os policiais, que se deslocaram ao local. “Foi tudo muito rápido. Na hora, parecia ter demorado, mas acredito que não durou dez minutos”, diz Maria.
Mesmo sabendo dos riscos de reagir a um assalto, as amigas afirmam que fariam tudo novamente. “Cada situação é diferente. No nosso caso, percebemos que ele, de fato, não estava armado. Mas com certeza, corremos risco ainda assim”, analisa Isabel.
Pereira mora próximo ao local escolhido para realizar o crime e a sua namorada, que é a proprietária da Biz – que estava com a placa tapada com um saco plástico -, foi encontrada nas imediações, aguardando o retorno do rapaz. O acusado foi autuado em flagrante por tentativa de roubo pelo delegado Alex Bonfim Reis.
Mulher reconhece acusado
Na manhã de ontem, uma mulher foi até a Delegacia de Polícia Civil para informar que reconheceu Pereira como sendo o responsável pelo furto de seu celular no dia 13 deste mês. Ela conta que o crime aconteceu em um posto de combustíveis da rua Anita Garibaldi, no bairro São Luiz, enquanto ela comprava cigarro e deixou o aparelho no balcão.
Segundo a mulher, foi possível reconhecer Pereira pelas imagens das câmeras de monitoramento do estabelecimento.
Colaborou Levi de Oliveira