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Amor e paciência são indispensáveis para o desfralde das crianças

Veja relatos de mamães que passaram e passam pela experiência de retirar as fraldas dos seus filhos

Uma batalha de amor e persistência. Assim pode ser definido o processo que os pais enfrentam ao tentar retirar as fraldas dos seus filhos pequenos. O momento é diferente para cada criança, pois enquanto para algumas pode ser muito fácil e tranquilo, para outras pode ser difícil e traumático.

A assistente de Marketing Poliana Eliza Pinotti Zimermann, 29 anos, do Santa Rita, conta que está na “batalha” de desfralde do seu filho Pedro, 3, desde o verão e não está sendo fácil. Ela diz que foram vários começos, com várias desistências, até chegar a hora do “agora ou nunca”.

A mãe afirma que Pedro tem uma incrível resistência em pedir para ir ao banheiro, e que sempre precisa lembrá-lo e levá-lo, para que “acidentes” não aconteçam. Esse mesmo processo de lembrar é praticado na escola, onde também ele não tem o costume de pedir.

Por isso, Poliana adaptou com um redutor o vaso sanitário e comemora os xixis e cocôs feitos no vaso.

“Eu converso com ele sobre a importância de largar a fralda, mas não o repreendo. Ele não nasceu fazendo no vaso, é algo extremamente novo. Vou seguindo firme, perseverante no meu agora ou nunca, comemorando cada dia que não preciso lavar roupas e lençóis molhados pelos acidentes de emergência”.

A financeiro Sisleine Ariane Dalcastagne, 37, do Águas Claras, está contente com o processo de sua filha Melissa, de 1 ano e 3 meses. Antes de dormir e ao acordar ela faz xixi no troninho, porém, a menina ainda não sabe pedir, e quando não está com vontade nem senta.

“Eu pergunto e influencio, mas sem pressão. A ideia é que se acostume com o troninho lentamente para um desfralde natural”, conta a mãe, que diz que não sabe qual é o caminho certo, mas acredita que forçar a criança não é o mais correto.

Criatividade
Uma das maneiras dos pais terem mais êxito no desafio de desfraldar os filhos é oferecendo recompensas às crianças. A balconista Franciane Dellagnolo Marques, 29, do Cedro Alto, afirma que a experiência não é nada fácil e que as mães precisam ser muito persistentes e lavar muita roupa com xixi e cocô.

“Chega um momento que pensamos em desistir, mas esse pensamento passa rápido até pensar na economia das fraldas”, diz Franciane, que teve a importante colaboração de sua irmã para conseguir tirar a fralda do filho Samuel, de 2 anos e 10 meses.

A tia do menino sugeriu que cada vez que ele fizesse xixi ou cocô no banheiro, ganharia um adesivo para colar no box como gratificação. A ideia funcionou muito bem e em menos de uma semana ele virou um “homenzinho”.

A mãe conta que foi um processo longo, mas que com criatividade e amor. compensou. “Eu falo que temos que curtir cada fase da vida dos nossos filhos, porque passa tudo muito rápido”.

A dona de casa Jessica Caviquioli Cardoso, 25, do Santa Terezinha, também utilizou uma boa estratégia para conseguir retirar a fralda do seu filho Brayan Cesar Cardoso, de 2 anos e 5 meses. Ela diz que quando o menino estava com 2 anos, eu uma época bem quente, iniciou o desfralde. “Eu levava a cada tempo no banheiro e falava – xixi banheiro -, em dois dias ele já me pedia xixi banheiro”.

A experiência, mais fácil para a mamãe, melhorou com a compra de um adaptador de acento, que tem o desenho de um ursinho. “Com ele foi tranquilo e vejo que o adaptador motivou ainda mais à ida ao banheiro”, conta.

Momento de transformação
O momento de tirar as fraldas da criança pode gerar insegurança e desespero para os pais. A criança desde o seu nascimento passa por diferentes tipos de separações e transformações, por isso é muito importante respeitar o tempo e maturidade de cada fase, segundo a psicóloga e arteterapeuta, Juliane Cristine Cervi Adami.

Ela diz que analisando pela questão fisiológica, entre 18 a 24 meses a criança começa a adquirir o controle sobre os esfíncteres – estrutura responsável pela expulsão das fezes e da urina -. O processo de desfralde pode ser iniciado quando a criança tiver por volta de 2 a 3 anos, e pode variar de acordo com o desenvolvimento psicomotor de cada uma.

Segundo a psicóloga, a criança pode demonstrar por meio de determinados comportamentos se está pronta ou não para o desfralde – ela pode dizer ou sinalizar que a fralda está suja e que isso a incomoda; demonstrar interesse e curiosidade por ir ao banheiro; quando entende o significado de molhado, seco, limpo ou demonstra independência em algumas tarefas.

“É um processo que vai demandar paciência e comprometimento dos pais e em alguns casos da escola também. O diálogo com a criança é essencial para que ela sinta-se segura e possa se perceber o quanto cresceu, que esta é uma nova fase”, afirma.

Juliane destaca que existem diferentes formas de enfrentar esse processo junto à criança, como livros, maneiras de falar, criar um ambiente (banheiro) seguro e confortável , encorajá-la e nunca intimidá-la. Se em algum momento ocorrer de a criança fazer xixi na calça, deve-se levá-la para fazer a higiene e explicar o local correto para tal.

“Nunca castigue a criança, de forma alguma demonstre raiva ou desprezo”, recomenda.

A psicóloga explica que para algumas crianças esse momento pode ser muito fácil e tranquilo, mas para outras pode ser um difícil e traumático. Os escapes vão acontecer, e na maioria das vezes eles acontecem no período noturno. Algumas dicas para evitar é não dar líquido para a criança após as 18h, levar a criança para fazer xixi antes de dormir, forrar a cama com plástico e observar cada criança e encontrar a estratégia que mais se adapta a ela.

Se os escapes forem frequentes é necessário levar a um profissional, pode ser uma questão física ou até psicológica. A influência da pressão psicológica dos pais para a criança ou da criança para ela mesma pode gerar complicações como uma constipação, por exemplo. “A paciência, o respeito e o amor para com a criança são as melhores formas de enfrentarem juntos esta etapa”, afirma Juliane.