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Técnico do Brusque fala com jovens empreendedores

O Núcleo de Jovens Empreendedores da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr), realizou na noite de terça-feira, 23, um bate-papo virtual com o técnico do Brusque Futebol Clube, Jerson Testoni, o Jersinho. Em quase uma hora de conversa foi possível conhecer um pouco mais da trajetória deste ex-atleta, responsável por conduzir o Bruscão à Série B do Campeonato Brasileiro.

Natural de Gaspar, Jersinho foi jogador do Brusque e o primeiro atleta a ser negociado pelo Clube. Mas uma lesão o afastou dos gramados, de forma inesperada, aos 30 anos. Como boa parte dos jogadores de futebol da época, Jersinho não se preocupava com a continuidade dos estudos. E foi nesta fase que ele decidiu retomar a formação e concluir o Segundo Grau.

“Depois entrei na faculdade de Educação Física, mas não tinha planos de voltar para o futebol. Foi dentro de uma lanchonete em Itajaí que recebi o convite para treinar um núcleo do Marcílio Dias. Ali descobri que tinha o dom para ser treinador e isso preencheu o vazio que sentia por parar de jogar”, conta o técnico.

Da base ao profissional
No Brusque Futebol Clube, durante seis anos, Jersinho foi auxiliar técnico e comandava os treinos da categoria de base. Em outubro de 2019 veio o maior desafio de sua carreira: assumir pela primeira vez o cargo de técnico, em um time profissional.

“Nada acontece por acaso. Foi preciso abrir portas, buscar conhecimento, me preparar para esta oportunidade. Algumas pessoas têm a visão vaga do que significa ser treinador de futebol. No confronto do Brusque contra o Ituano (janeiro de 2021), nosso acesso para a Série B, havia um valor considerável em jogo, para ser definido em 90 minutos. Não podemos errar em nada, porque isso implica em prejuízo financeiro”, detalha o técnico.

Jersinho também falou sobre sua persistência em continuar na área e na equipe, suportando com resiliência as derrotas, ao mesmo tempo em que almejava, com conhecimento e coragem, as vitórias.

“Na partida do Brusque contra o Volta Redonda (novembro de 2020), em casa, perdemos de 8 a 1. Foram seis jogos sem vencer. Pensei em pedir demissão, mas os jogadores e os diretores não deixaram. Precisei pensar no que fazer para recuperar o psicológico dos jogadores. Tirei a pressão deles quando coloquei a responsabilidade em mim. Alcançamos a classificação em seguida”, relata.

Covid-19
A presença da torcida sempre é uma força a mais na condução dos jogadores em campo. Mas o coro tradicional e apaixonado dos estádios acabou silenciado pelo distanciamento social, necessário na contenção da pandemia da Covid-19. De acordo com o técnico, a mudança foi sentida pelos atletas.

“Quando está calor, está calor para todos. Vence quem se adapta melhor. A torcida nos dá força, sem ela o jogo parece neutro. Mas, se o Brusque não tem a torcida, o adversário também não tem. Vence quem se adapta, quem compreende a situação e não perde o foco do seu objetivo”, garante.