Animais não devem voltar ao parque Leopoldo Moritz
Prefeitura diz que não há mais espaço para os animais no local e aguarda decisão judicial para devolvê-los ao proprietário
Prefeitura diz que não há mais espaço para os animais no local e aguarda decisão judicial para devolvê-los ao proprietário
Os cerca de 60 animais – entre patos, coelhos, galinhas, faisões, avestruz – que ficavam no parque Leopoldo Moritz, conhecido como Caixa D’Água, não vão voltar para o local. Os animais foram levados ao parque Zoobotânico no início das reformas, após uma decisão judicial, e lá devem ficar até que a Prefeitura de Brusque consiga autorização para devolvê-los ao proprietário, José Valmor Vogel, que disputa na Justiça o direito de morar e explorar comercialmente o espaço do parque.
De acordo com o superintendente do Zoo, Paulo Roberto Mellão Filho, o parque Leopoldo Moritz não comporta mais os animais. “A Justiça determinou que cuidássemos desses animais durante a reforma, mas hoje o parque não conta mais com um espaço adequado para eles. Por isso, eles permanecerão no Zoobotânico aguardando uma nova decisão da Justiça, mas para o Leopoldo Moritz eles não voltam mais”, afirma.
Hoje, os animais estão em uma área isolada do Zoobotânico. “A maioria dos animais estão na área chamada setor extra, que é onde todos os animais que chegam ao Zoo ficam por 40 dias até que tenhamos a certeza que estão saudáveis e não causarão nenhum tipo de desconforto aos outros animais. Como os animais do parque Leopoldo Moritz não são nossos, optamos por deixá-los no setor extra. E se a decisão da Justiça for que eles tem que ficar com a gente, aí sim vão para a exposição”, explica o biólogo e coordenador do Zoo, Rodrigo de Souza.
Segundo ele, para que esses animais possam ficar em exposição, é preciso criar espaços adequados seguindo as normativas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para cada espécie. “Todos os animais que estão nas dependências do Zoo precisam seguir as normas do Ibama. Aqueles animais que estavam no Leopoldo Moritz, não estavam dentro da normativa. Se eles permanecerem no Zoo, terão que estar adequados, teremos que ter estrutura completa para abrigá-los, mas esse não é nosso interesse, já que eles são de um particular. Estamos buscando recursos para melhorias na estrutura dos nossos animais”, diz.
Devolução ao proprietário
O procurador geral da Prefeitura de Brusque, Elton Riffel, afirma que a administração tem a expectativa de que o julgamento desta ação aconteça o mais breve possível. “Estamos trabalhando neste sentido. A intenção da prefeitura é que o animais não retornem ao parque. Eles são de um particular, não integram a estrutura de animais silvestres do Zoo. O nosso interesse é na devolução dos animais para que o proprietário dê a destinação adequada a eles”.
Riffel também espera que a outra ação que envolve o parque chegue a seu desfecho rapidamente. “O nosso interesse também é que aquele espaço público que hoje vem sendo ocupado por um particular – uma situação bem incomum, em que ele utiliza o espaço público para fazer sua moradia – também seja resolvido em breve. A tendência é que o julgamento seja favorável a desocupação do imóvel para que a prefeitura possa fazer uma licitação para a exploração adequada daquele espaço da lanchonete”.
O procurador ressalta ainda que o interesse da prefeitura é apenas no parque. “Não há interesse do município em colocar os animais onde estavam, mas só o parque. Agora temos um ambiente mais limpo, mais arejado, do ponto de vista sanitário também ficou muito melhor porque não temos mais os animais no local. São espécies que exigem um cuidado sanitário bastante próximo para que não haja proliferação de doenças. Isso é uma preocupação do poder público também”.
De acordo com ele, são dois processos diferentes, mas a tendência é que sejam julgados em conjunto. A prefeitura se mantém otimista quanto à decisão. “O ambiente hoje sem os animais propicia condições mais adequadas de higiene e segurança para as pessoas que utilizam o parque”.