Ano de 1984, Brusque-SC sofria com sua pior enchente
Me lembro muito bem daquele 4 de agosto de 1984, um sábado ensolarado em Brusque-SC, o dia seguia com festividades pelo Centro de nossa cidade, em comemoração aos então 124 anos de fundação de nosso município. O frio se fazia presente com uma noite de céu estrelado. Ninguém poderia imaginar naquela ocasião, que no dia seguinte, domingo (05), teríamos aquele dilúvio que castigou toda nossa região. Foram dois dias de chuvas torrenciais, mais que suficiente para o Rio Itajaí Mirim transbordar na Segunda-feira (06), atingindo níveis jamais vistos por mim. As cenas guardadas na minha memória são de desespero, tristeza, angústia de muitas pessoas, diante da destruição causada por aquele evento climático de extrema natureza. O caos estava instalado. Brusque destruída. Mesmo depois das águas baixarem, o cenário de ”GUERRA” continuava presente nos mais diversos Bairros e com o agravante da falta de Energia Elétrica, dificultava ainda mais o trabalho de limpeza. Era lama nas ruas e nas casas. As empresas com suas produções paralisadas, sendo que muitas delas também com prejuízos. Restava aos atingidos, a vontade e a bravura do recomeço, o ”começar do zero”, coisa que pude constatar nos dias que se seguiram após a tragédia, a extraordinária luta de nossa população. Não levou muito tempo para nossa cidade voltar a sua rotina normal.
Mais de 31 anos depois deste evento, posso afirmar com toda certeza de que mesmo com o avanço da tecnologia, que nos permite prever com bastante antecedência uma possível cheia , mesmo com todas as obras que já foram feitas no sentido de pelo menos minimizar os efeitos de uma enchente em Brusque, ainda assim, penso, jamais estaremos livres de acontecimentos desta magnitude. Só nos resta fazer o dever de casa, pequenas ações no dia a dia e cito apenas uma dessas ações como jogar o lixo ”NO LIXO”. Outra coisa seria a prudência para com os locais onde os aterros sejam depositados, sendo que neste quesito, a irresponsabilidade de muitos parece falar mais alto. Vejo muito barro entupindo locais próximos do Rio. As consequências podemos sentir numa eventual enchente. Sou da opinião de que quando agredida, a natureza não se defende, apenas se vinga e nunca nos engana; somos sempre nós que nos enganamos….cabe uma reflexão!