Ano Novo: 2016 e Política
Mais um ano começa. E este não é um ano qualquer, visto que em 2016 teremos eleições municipais. Logo, é a oportunidade para eleger políticos que representem nossos interesses enquanto comunidade, a despeito de interesses pessoais. Sabemos que é comum criticar, reforçar ou compartilhar manifestações contra os políticos. Infelizmente, costumamos esquecer de nossa responsabilidade nesta história.
Afinal, políticos são fruto do meio, não são desenvolvidos em proveta, “criados” em laboratório, alheios a tudo e a todos. Se assim o fosse, os políticos deveriam ser provenientes de fertilização “in vitro”, gerados em laboratório.
E depois, os “pré-embriões políticos” também não poderiam ser transferidos para o útero da mãe, como pessoas comuns.
Eles precisariam crescer e se desenvolver dentro de uma redoma intocável – como as que vemos em filmes de ficção – para, um belo dia, serem lançados como candidatos a um cargo eletivo pois, se não fosse assim, estariam correndo o sério risco de serem pessoas comuns, como nós!
“Política é política”. E o eleitor provavelmente sabe que uma campanha eleitoral começa no primeiro dia em que a anterior termina. E, para que se chegue à vitória nas eleições, é preciso de planejamento estratégico, a qual começa muito antes do período eleitoral. Faz tempo que não se concebe mais uma campanha eleitoral feita ao acaso, da forma antiga, sem pesquisa, sem estratégia, sem informação. Uma campanha moderna requer informações confiáveis e uma estratégia eficaz. E fazer campanha eleitoral não é a mesma coisa que vender arroz, pois os “produtos” são diferentes.
No marketing comercial, o produto costuma ser fácil de vender, principalmente quando falamos de itens de necessidade básica, como o arroz citado acima, quando o consumidor vai ao mercado já sabendo que produto quer levar e escolhe apenas a marca. No marketing político, as coisas não são tão simples. O produto (candidato) tem que convencer o consumidor (eleitor) ao consumo, ao ato de comprar (votar). O político está consciente disso. Mas, e você, caro leitor?
Se considerarmos que grande parte da população (em torno de 70%) não tem interesse algum por política, entender a diferença exposta é fundamental para o planejamento estratégico de campanha eleitoral. A busca pelo convencimento que cada um se esforça para fazer no mercado, seja consumidor ou eleitoral, é semelhante. Cada candidato tem suas estratégias (ou não), e busca ressaltar seus pontos fortes e minimizar os pontos fracos para convencer o consumidor (eleitor).
E é aí é que mora o perigo! Se comprarmos uma marca de arroz que não corresponde à propaganda, na pior das hipóteses jogamos o arroz “aos porcos”. Suas consequências são efêmeras, passageiras, e na próxima ida ao mercado compramos um arroz melhor. Mas, se elegermos um político que não esteja apto a servir o povo, que sirva aos seus próprios interesses ou aos interesses de grupos específicos em detrimento ao interesse coletivo, a próxima oportunidade só se dará daqui a quatro anos!
E quanto à corrupção? Bem…ela está aí, sim, como tem estado há séculos no Brasil. Dentro das esferas públicas, mas não só nelas, pois está presente também nas empresas e até mesmo dentro de nossas casas. Afinal, quando se quer levar vantagem, quando se busca favorecimento pessoal, isso também é corrupção! De igual modo, é uma forma de roubar. Pois, como já dizia Margaret Thatcher: “não existe dinheiro público, todo o dinheiro arrecadado pelo governo é tirado da mesa das famílias”. …