Antes indispensável, relógio de pulso vira acessório de moda
Produto perde sua função original, mas continua sendo comprado pelos brusquenses
Inventado pelo brasileiro Santos Dumont, o relógio de pulso tem mais de 100 anos de história, mas está perdendo terreno. Atualmente as pessoas apelam ao celular quando querem saber as horas. Elas também preferem acordar ao som da música preferida no despertador do celular. Esse avanço tecnológico está transformando a utilidade do relógio. Antes essencial para ver as horas, hoje passou a ser assessório de moda.
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Na Ótica Moderna, a gerente Daniela de Souza afirma que não houve queda nas vendas de relógios com o passar do tempo. Ela diz que hoje o produto apenas tem outras funções. “Com o surgimento do celular e de aparelhos com tanta tecnologia chegamos até a ficar preocupados, mas percebemos que as pessoas continuam comprando, só que utilizam para outros meios”.
Segundo Daniela, além dos clientes que compram relógios mais modernos e de lançamentos da moda, também há os que optam por aqueles que são mais esportivos. “Temos um público de várias faixas etárias. Tem os que gostam de relógios fitness, com cronômetro. Também há mulheres que não têm o hábito de usar frequentemente o celular e que optam por aparelhos de grifes e ainda temos os colecionadores”.
Na Moderna, os relógios mais consumidos são os analógicos, de cerca de R$ 100, e ainda os mais modernos, com funções específicas, que variam de R$ 1,5 a R$ 2 mil.
Queda de 3% ao ano
A gerente da Relojoaria e Ótica Stonfer, Elisângela Rodrigues da Silva, diz que o principal vilão para desuso do relógio de pulso é o celular. Ela observa que a cada ano diminui a procura pelo produto. Em média, a queda é de 3% a cada ano. “Além dos aparelhos telefônicos, acredito que a falta de incentivo das próprias marcas de relógio é um fator que colabora para a falta de procura”.
Elisângela diz que mesmo com a queda gradativa pelo relógio, em períodos como Natal, Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados as vendas são boas. “Essas são datas que compensam e aí vemos que sempre haverá um público fiel, até por que existem pessoas que não tem o hábito de andar com o celular, então necessitam do relógio para ver as horas”, explica.
A gerente da Stonfer ainda diz que executivos, esportistas e clientes que gostam de moda são os que mais consomem o produto. “Engloba desde pessoas mais clássicas, estudantes e esportistas que gostam da linha digital, até aqueles que gostam dos relógios de couro ou de pulseira de aço”.
O proprietário da Kohler Joalheria e Ótica, Valter Kohler, afirma que seus clientes compram o relógio para utilizar como um acessório, dificilmente para ver a hora. Ele avalia que com a popularidade dos smartphones, há uns cinco anos, houve uma queda nas vendas, mas agora a situação normalizou.
“Acredito que sempre teremos público que comprará relógios. Tem os que usam para prática esportiva, mas hoje já tem lojas específicas para isso. Tem aquelas pessoas acima de 45 anos que ainda têm o hábito de ver as horas e, principalmente hoje, os que usam como acessório”, afirma Kohler.