Antigo costume de velar em casa ainda persiste em Brusque e região
Prática tem caído em desuso, mas ainda ocorre com regularidade em Brusque e região
Prática tem caído em desuso, mas ainda ocorre com regularidade em Brusque e região
Até a primeira metade do século passado, era bastante comum, principalmente em cidades do interior, velórios em casa. Parentes e amigos prestavam suas últimas homenagens na residência do morto. Essa velha tradição praticamente sumiu, mas ainda persiste em Brusque e região.
Três das principais funerárias da região registram mensalmente velórios em casa. A prática do velório domiciliar tem caído em desuso, no entanto, ela ainda é permitida pela lei. Carlos Voigt, responsável pela SC Funerária, diz que a legislação permite que a família escolha o que prefere. Até mesmo os velórios em capelas e igrejas, ainda mais raros, podem acontecer, segundo a legislação atual.
“A demanda por velórios em casa é bem pequena, são pedidos especiais de entes que querem fazer como avô fez”, diz Voigt. A tradição familiar de velar em casa é o principal motivo que leva os parentes a, hoje em dia, optar por esse tipo de serviço funerário.Na SC Funerária, o volume deste tipo de velório ocorre, em média, de duas a três vezes por mês.
A Funerária São José também registra uma média mensal de três velórios em casa. O número é considerado baixo por Guilherme Klattenberg, responsável pela empresa. Segundo ele, a maioria das famílias que escolhem o ritual a domicílio justificam que o ente passou muitos anos acamado e por isso gostaria de dar adeus em casa.
A questão financeira não tem tanta influência, uma vez que o aluguel de uma capela mortuária custa cerca de R$ 200. Nos casos mais extremos de famílias carentes, algumas funerárias até não cobram esse valor, como uma ajuda.
Klattenberg afirma que o velório na residência é um costume dos mais antigos e tem caído em desuso. As capelas mortuárias, já preparadas para receber um grande número de pessoas, são os locais mais indicados pelas funerárias para velar os corpos.
O espaço é maior, tem estrutura para receber um caixão, além banheiros para quem está presente. Em Brusque, há várias capelas feitas especialmente para esse serviço. Em Guabiruba, existe apenas a do Centro, mas ainda assim a vasta maioria dos velórios ocorrem ali e não nas casas.
Valmir Zirke, proprietário da Funerária Guabiruba, diz que o número de rituais a domicílio é pequeno. Ele conta que recentemente organizou um velório numa residência, entretanto, só foi possível porque a casa ficava perto da igreja e facilitou para os parentes e amigos da pessoa falecida.
Zirke diz que a escolha é da família, mas a orientação é que tudo seja feito na capela do Centro. Ele conta que há pouco tempo aconteceram três velórios ao mesmo tempo na capela, que tem capacidade para somente dois. Ainda assim, não foi cogitado fazer na casa de um dos falecidos, sinal de que a prática está em desuso em Guabiruba.