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Antigo costume reinventado

Empresas se especializam na produção de linguiças, antes feitas pelas próprias famílias

Antigamente, nada era mais comum do que cada família matar seu porco e utilizar cada parte do animal para fazer linguiça, torresmo e outros tantos derivados da carne suína. Porém, com o passar do tempo, as leis foram ficando mais rígidas e o costume cultivado durante anos teve de ser deixado de lado.

Uma coisa, entretanto, não mudou. O gosto do brusquense pela carne de porco, sobretudo a linguiça, só se fortaleceu. E o que antes era produzido em casa, hoje é comprado em estabelecimentos especializados, que investem cada vez mais na qualidade e na variedade dos produtos para agradar todos os tipos de público.

O Açougue Bruns, por exemplo, existe desde 1961 em Brusque. Atuou por muitos anos com o abate e transporte próprio de gado e porco. Foi assim até os anos 2000, quando as normas sanitárias ficaram mais rígidas e então foi preciso modificar o jeito de trabalhar. Hoje, a matéria-prima é comprada direto dos frigoríficos.

Linguiça defumada está entre as preferidas dos brusquenses | Foto: Divulgação

O estabelecimento produz vários tipos de linguiça. Desde a mista defumada, até a pura de porco, passando por uma variedade de salames. O carro-chefe é a linguicinha mista fininha, muito utilizada na preparação do cachorro-quente.

De acordo com o proprietário do açougue, Celso Bruns, os temperos utilizados nas linguiças seguem as mesmas receitas desde a década de 1960. “A maioria dos temperos já vinha sendo usado na época do meu pai. Tem alguns novos, mas a maioria foi criada por ele e eu só dou continuidade”, afirma.

Além de vender no açougue, parte dos embutidos são distribuídos nos supermercados da cidade.

A Irmãos Novaes também se dedica em manter o consumo de linguiça e outros tipos de embutidos em alta em Brusque. Com este nome, a empresa está há 15 anos no mercado, sendo uma das referências quando o assunto é embutido.

Na Irmãos Novaes, 80% dos produtos são derivados do porco | Foto: Divulgação

Assim como no Açougue Bruns, não é feito o abate, a carne vem de fornecedores. “Pegamos a matéria-prima, que é só carne de primeira, como pernil e lombo, para fazer a linguiça de carne de porco”, diz um dos proprietários da empresa, Wilson de Novaes Filho.

O preparo da linguiça, por exemplo, leva em média quatro dias. Em todos os produtos são utilizados temperos próprios, desenvolvidos especialmente para cada tipo. “Trabalhamos de forma bem artesanal, com defumação artesanal. Procuramos usar o mínimo de conservantes, pra ter o produto mais natural possível”, diz.

De acordo com Novaes, são produzidos, em média, 1,2 mil quilos de linguiça por dia. A empresa possui uma média de 20 a 22 produtos na linha de produção, sendo que 80% são derivados de porco, que é o que tem mais aceitação na cidade.

Embutidos são muito apreciados em Brusque | Foto: Bárbara Sales

A criação de novos produtos é feita por ele através de pesquisas e experimentos. “Sempre gosto de criar produtos diferentes. Quando tenho uma ideia, chamo um grupo de amigos, testo e vejo a opinião deles. Dependendo do resultado, começamos a produção e coloco para vender”.

Novaes destaca que a preferida do brusquense é a linguiça defumada, seguida pela linguicinha para assar. Entretanto, observa que os produtos mais diferenciados estão tendo cada vez mais saída.

“Está crescendo bastante a preferência na linha gourmet. Temos uma linguiça tipo Blumenau que o pessoal utiliza muito pra fazer risoto, temos também a linha premium com as linguicinhas finas de frango com parmesão, frango com bacon, pernil com ervas finas que estão começando a cair no gosto dos brusquenses”.

Clique no seu prato preferido e aprecie!
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