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Anunciada para 2020, regionalização da saúde é vista como incerta por prefeituras

Secretários de Saúde ainda têm muitas dúvidas sobre o modelo proposto pelo governo federal

Na última quinta-feira, 29 de agosto, o ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta, anunciou que, em 2020, a pasta vai atuar para tirar do papel o projeto de reorganizar as cidades brasileiras em distritos sanitários, que passarão a compartilhar alguns serviços de saúde pública.

O anúncio foi feito durante a 7ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, em Brasília. “A equipe [ministerial] já está trabalhando e, agora, começa a regionalização. Ano que vem, a regionalização vai sair do papel”, disse Mandetta.

Na região, as secretarias de Saúde aguardam para saber como realmente será implantada a regionalização. A discussão é de anos e a pauta é uma prioridade de Mandetta desde que assumiu o ministério.

De acordo com o secretário de Saúde de Brusque, Humberto Fornari, é preciso aguardar para ver o que ainda vai ser decidido pelo Ministério da Saúde. Ele afirma que a mudança será positiva se for priorizada a demanda das necessidades da região.

“Caso for somente redistribuição financeira, para mim não serve. Precisa-se fazer a distribuição daquilo que realmente precisamos. Às vezes se joga o dinheiro nas mãos das regionais, aí é distribuído de forma per capita e os municípios pequenos são os que mais perdem”, avalia.

A secretária de Saúde de Guabiruba, Patrícia Heiderscheidt, acredita que a mudança vai auxiliar nas demanda de serviços dos municípios da região, sem a necessidade de transportar o paciente para fora.

“Ele [Mandetta] não deixou claro como vai ser, ainda não tivemos uma reunião, ou uma explicação, mas a gente pensa que seja para melhorar. Se for para melhor, tudo será bem vindo. Estamos abertos, como os outros municípios”, conta.

Plano Regional Integrado

Segundo a secretária de Saúde de Botuverá, Márcia Cansian, a perspectiva é positiva. Ela conta que o Plano Regional Integrado já foi construído pela região. No documento, foi dado o planejamento e propostas para as necessidades da área da saúde da região do Médio Vale.

O documento, feito por intermédio da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), foi encaminhado para a Secretaria de Estado, para que ela também organizasse o Plano Estadual de Saúde em cima dos planos regionais. A partir daí, vai para o governo federal. “Quanto mais fortalecimento as regiões tiverem, é melhor”, avalia.

Ela conta que em Brusque, Guabiruba e Botuverá há uma distribuição entre várias regiões de saúde, com as referências. “Temos neurocirurgia em Florianópolis, ortopedia em Itajaí e oncologia em Blumenau. A proposta que a gente levou é que trouxesse todos esses serviços para a nossa região, que é a de Blumenau”, explica.

No entanto, para Patrícia, mesmo com a elaboração do Plano, não há certeza de como serão divididas as regiões.

De acordo com Fornari, a melhor hipótese é que se siga a discussão que foi feita ao longo dos anos. “Se não for nesse modelo, eu não acredito em modelo diferenciado sem aporte financeiro. O que está acontecendo hoje, é que eles estão tirando dinheiro da saúde”, diz.