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Fã de heavy metal, brusquense mantém coleção de 14 mil CDs e discos de vinil

Klaus Peter Loos começou a criar seu acervo nos anos 80 e o amplia até hoje

O som marcante de ícones do rock, como Black Sabbath, Led Zeppelin, Queen, Scorpions, Rolling Stones e The Beatles já chamavam a atenção de Klaus Peter Loos durante a infância. Nascido em Brusque no fim dos anos 60, cresceu influenciado pelo gosto musical do pai e dois tios, todos já amantes dos discos de vinil.

A turnê Creatures Of The Night, da banda americana Kiss, em 1982 e 1983, é tida como fundamental para seu gosto pelo heavy metal. Desde lá, boa parte dos primeiros salários foram destinados à compra de vinil e fitas cassete voltadas ao gênero.

Como na época não havia internet, as buscas e acesso aos novos materiais eram limitados. “Nossa fonte eram as pouquíssimas revistas especializadas, e a troca de cartas e fitas com pessoas de todo país, tornando cada achado uma vitória”.

Foi aí que teve início sua grande coleção voltada ao gênero, que hoje conta com 14 mil CDs e mais de mil discos de vinil.

O aumento da popularidade do metal no Brasil só foi acontecer entre 1984 e 1985, quando ocorria a primeira edição do festival Rock in Rio, no Rio de Janeiro. Na época, lembra, a repercussão incentivou a criação de bandas nacionais voltadas ao estilo, além de ter possibilitado o surgimento de pequenas gravadoras.

A migração para o CD iniciou em 1989. Hoje, mesmo com os serviços de streaming, Loos prefere manter materiais físicos. Além dos CDs e vinis, o gosto pelo heavy metal fez a coleção se estender para um acervo com DVDs e revistas especializadas. Muitos são itens fora de catálogo e edições especiais, com cotação alta em mercados especializados. O material e a aparelhagem de som ocupa um quarto e parte de corredores do apartamento onde mora, em Balneário Camboriú.

Com a internet, relata, houve uma facilitação na procura por novos materiais. “Colecionar alguma coisa é uma arte, pois você sai do mundo comum, dos títulos usuais, e parte para coisas mais difíceis, peças mais raras e assim necessita manter contato com pessoas diferentes, de países diferentes, inclusive outros colecionadores, formando assim uma grande família, com trocas de peças e informações”.

Acima da média
Conhecedor do gênero musical, Loos chegou a produzir dois discos de uma extinta banda catarinense chamada Syndrome. Ele acredita que mesmo com as dificuldades e o pouco incentivo para a música autoral, o heavy metal tem um público cativo e bandas de qualidade no estado.

Como forma de tentar manter e ampliar este cenário musical ativo na região, ele faz parcerias com bandas e locais especializados para a organização de pequenos festivais e shows. De acordo com ele, o panorama não diferente em outros pontos de Santa Catarina e o amor pelo gênero é fundamental neste processo.