Apartamentos menores ainda enfrentam resistência em Brusque

Tendência em grandes centros, imóveis pequenos não estão no radar das construtoras locais

Apartamentos menores ainda enfrentam resistência em Brusque

Tendência em grandes centros, imóveis pequenos não estão no radar das construtoras locais

Em grandes centros do país, e até mesmo em cidades com características mais cosmopolitas, tem se verificado tendência à construção de imóveis cada vez menores.

Dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) mostram que, em São Paulo, por exemplo, houve uma redução de 28% na área dos apartamentos nos últimos dez anos.

Essa tendência, entretanto, ainda não se mostra totalmente aplicável aqui na região, segundo construtoras ouvidas por O Município.

As construções do tipo loft, desenvolvidas geralmente com apenas um quarto e espaço reduzido – que são tendência em cidades que recebem muitos trabalhadores de fora – ainda “não pegaram” em Brusque, afirma Valter Orlandi, da KRKON Empreendimentos, que é presidente do Núcleo das Construtoras das Associação Empresarial de Brusque.

Ele consegue recordar apenas de um ou dois prédios que foram planejados neste modelo de metragem menor, nos últimos anos, dentre tantos outros que seguem o padrão ainda preferido pelos consumidores de Brusque: apartamentos médios, de dois a três quartos.

“Acho que não tem nenhum empreendimento em Brusque que está nesta linha, com exceção do Minha Casa Minha Vida”, afirma.  “Ainda não há muitos lançamentos neste linha, talvez seja até uma oportunidade”.

Segundo Orlandi, este apartamento menor, que é tendência em São Paulo, é um produto voltado para grandes centros, onde o metro quadrado está muito caro e o trânsito caótico.

Tendência em cidades cosmopolitas

Ari Cesar Zanon, da Phacz Empreendimentos, afirma que ainda não há espaço para esse tipo de apartamento em tamanho diminuto aqui na região.

“Até em função da questão cultural da nossa região, não é uma tendência forte. Esses apartamentos menores, na verdade, se configurariam para pessoas que pretendem morar sozinhos, ou profissionais liberais, coisas desta natureza”.

Segundo ele, os apartamentos de dois e três dormitórios ainda norteiam as construtoras para o lançamento de novos empreendimentos.

Esses apartamentos menores, na verdade, se configurariam para pessoas que pretendem morar sozinhos, ou profissionais liberais

Ari Cesar Zanon,
da Phacz Empreendimentos

“Acredito que em mais alguns anos essa tendência chegue por aqui também, com o crescimento da cidade e a diversificação da população, mas no momento não é forte”.

Zanon afirma que em Itajaí, por exemplo, já existem alguns empreendimentos deste tipo, e que já há intenção das construtoras em popularizá-los.

Ele credita isso ao fato da cidade atrair empresas multinacionais, o que cria um modelo habitacional semelhante ao dos grandes centros.

“Mas quando se vai mais para o interior, ainda predominam [apartamentos] de dois a três quartos”.

Apartamentos mudam com o tempo

A tendência das construtoras focarem em imóveis de metragem menor, entretanto, deve chegar logo ao município, avalia Luis Alexandre Moresco, da Estrucon Engenharia.

“Os prédios mais antigos em Brusque geralmente tem os apartamentos maiores. A diminuição é uma tendência para que a gente consiga ter um apartamento mais bem dimensionado”, afirma.

Segundo ele, há apartamentos mais antigos no município com dormitórios de mais de 20 metros quadrados, o que dificilmente ocorre na atualidade.

“Hoje a gente estabelece como uma área boa para um dormitório a de 12 metros quadrados para frente, já é um bom nível”, avalia.

“Não adianta a gente querer hoje construir uma casa que era o sonho na época do Império

Luis Alexandre Moresco,
da Estrucon Engenharia

Para Moresco, a mudança também passa, além de questões econômicas, por questões culturais.

“Havia uma época em que se fosse vender um apartamento de três quartos que não tivesse um quarto de empregada ele era desvalorizado”, diz. “Hoje ficou um artigo mais complicado ter uma empregada dormindo no emprego. Isso também foi abolido”.

Ele diz que as mudanças no padrão das construções são naturais e não há como lutar contra.

“Não adianta a gente querer hoje construir uma casa que era o sonho na época do Império. Todo mundo que vai fazer uma obra hoje fica dentro da atualidade”.

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