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Apesar de saldo negativo de empregos em maio, expectativa de entidades brusquenses é de retomada da economia

Situação no município melhorou em relação a maio e empresários esperam um viés de alta neste mês

Apesar da saldo de empregos em Brusque no mês de maio ter sido negativo, as entidades empresariais do município já percebem uma curva positiva na geração de postos de trabalho.

Em abril, por exemplo, cidade perdeu mais de 3,1 mil empregos formais, enquanto em maio o saldo foi negativo de 749. No total, foram 4.024 postos de trabalho perdidos no município desde o início da pandemia.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, Fabricio Zen, o perfil empreendedor do empresariado está sendo um diferencial neste momento. Zen destaca que os empresários estão conseguindo usar a criatividade para conseguir superar a crise.

“O empresário tem se reinventado e, de certa forma, a economia está voltando a uma nova normalidade. A gente percebe que, tanto na indústria quando no comércio, eles acreditam no seu negócio, na cidade e buscam soluções. Os empregos vão voltar de forma gradativa. Esses quatro meses é um tempo normal para que o empreendedor consiga ver um cenário de oportunidades”.

Zen diz que o nível de recuperação da economia de forma gradativa era o esperado e que este cenário está causando uma reflexão na classe, com a adequação para o momento que o mundo passa.

“Temos que estar cientes que esse vai e vem de novos protocolos pode acontecer, mas estamos buscando inovações. Tenho visto várias pessoas buscando abrir novos negócios, com aumento do fluxo no comércio local. A mensagem que a gente pode transmitir é que existe a expectativa de novos empregos, as empresas estão saindo do seu status quo, buscando novos conhecimentos, as tecnologias, o meio virtual. Essa visão o empresário está tendo”.

O presidente do Sindicato do Comercio Varejista e Atacadista de Brusque, Guabiruba e Botuverá (Sindilojas), Marcelo Gevaerd, acredita que os comerciantes já estão pensando na retomada e espera que os números da pandemia estabilizem para que o viés de alta continue na cidade.

“Agora, a gente começa a retomada. O número de demissões caiu nesse mês, temos que começar a olhar para frente. Tudo isso era esperado, mas agora acredito no crescimento a partir de agora”.

Em 2019, a geração de empregos em Brusque foi maior dos últimos nove anos, com 71,8% de crescimento em relação a 2018. Presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Conti é otimista com relação à retomada da aceleração da economia do município.

Ela destaca que o relaxamento das medidas de segurança em grandes centros, como nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, também favorece o otimismo das entidades, já que Santa Catarina é um estado que produz para centros maiores.

“Em Santa Catarina, começamos antes a quarentena e retomamos antes também, enquanto outros estados ainda estão se organizando, o que teve um reflexo positivo para nós. Acontece também uma movimentação em todo o país de um consumo maior de produtos locais em relação à exportação”.

Rita espera que, caso os números da pandemia não explodam, em julho o aumento da geração de empregos e da movimentação da economia no estado aumente progressivamente.

Construção civil é o único setor com aumento no número de empregos em maio

Enquanto todos os setores tiveram queda em maio, mesmo que menor em comparação ao mês anterior, a construção civil teve pequeno aumento nos postos de trabalho em Brusque. Foram 100 admissões e 91 demissões, saldo positivo de nove empregos no período. O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sinduscon), Fernando José de Oliveira, acredita que a tendência é que o número cresça ainda mais em julho.

Segundo Oliveira, três fatores permitem que a construção civil continue crescendo mesmo com a crise causada pela pandemia: os prazos longos dos contratos feitos, queda da taxa Selic, que faz com que as pessoas retirem dinheiro de investimentos e apliquem em outras áreas, e expectativa de valorização dos imóveis por conta de programas do governo federal.

“Um imóvel é um patrimônio que você jamais vai perder, e todos estes fatores contribuíram para um aquecimento do nosso mercado. Começou a acontecer muitos negócios do ramo imobiliário em junho, aqui na região de Brusque e também no litoral. Acredito que o mercado imobiliário vai ser fundamental para a retomada do crescimento. A perspectiva é que vá melhorar mais ainda, com recursos enviados pelo governo federal”.