Após 20 anos, brusquenses que viram Brasil ser penta relembram histórias e falam sobre expectativas para hexa

Em 2002, moradores de Brusque foram às ruas em carreatas comemorar o penta da Seleção Brasileira

Após 20 anos, brusquenses que viram Brasil ser penta relembram histórias e falam sobre expectativas para hexa

Em 2002, moradores de Brusque foram às ruas em carreatas comemorar o penta da Seleção Brasileira

Os moradores de Brusque acordaram cedo na manhã do dia 30 de junho de 2002. O motivo: a Seleção Brasileira ia em busca do penta na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul. Os brusquenses que acompanharam o duelo final guardam memórias do dia em que, vestindo a “amarelinha”, puderam soltar o grito de pentacampeão e foram comemorar nas ruas de Brusque, há 20 anos.

A disputa entre Brasil e Alemanha iniciou às 8h. No bairro Santa Terezinha, quem acordou cedo para assistir ao jogo do penta foi o professor de História Paulo Sérgio Xirú. Hoje com 50 anos e, na época, com 30, ele relembra o duelo e destaca a dupla ofensiva formada por Ronaldo e Rivaldo. Além disso, Xirú cita Marcos, ex-Palmeiras, que foi o goleiro do penta.

“Assisti ao jogo na casa dos meus pais, no Santa Terezinha, porque o Marcão era o goleiro e eu, meu pai e um dos meus irmãos somos palmeirenses. A família toda estava na frente da TV de 30 polegadas de tubão”, relembra. “Lembro do Ronaldo Fenômeno e do Rivaldo. Coitado do goleiro Oliver Kahn…”, diz, em tom de brincadeira.

Por volta das 9h10, Brusque comemorava o primeiro gol de Ronaldo, quando os moradores da cidade viram a bola escapar das mãos de Oliver Kahn e Fenômeno ser oportunista para colocar para as redes no rebote. Não demorou muito para a cidade novamente comemorar. Aos 33 do segundo tempo, Ronaldo marcou de novo e sacramentou a vitória.

“Após a vitória, houve uma carreata na rua Santos Dumont e fomos para a frente da baiuca do Jorge acenar e comemorar o título com quem passava buzinando. Posso parecer egoísta, mas não vejo mais a mesma empolgação pela Seleção Brasileira como antigamente”, afirma.

Família reunida na final

Na época com 11 anos, o designer gráfico Luis Fernando Bornhausen, 31, relembra que estava ansioso para assistir ao jogo naquele dia 30 de junho. Ele afirma que a frustração com a derrota para França na Copa de 1998 o deixou mais empolgado para 2002. Seria a primeira vez que Luis veria a Seleção Brasileira ser campeã da Copa, pois não se recorda do tetra em 1994, por ser muito novo.

“Devido aos horários dos jogos, a final foi o primeiro jogo em que nos reunimos com mais pessoas. Mal consegui dormir na noite anterior, e pelas 7h meus tios e primos já estavam em nossa casa. Assim que terminou a partida, fomos para o Centro para participar da carreata”, conta Luis.

Ele relembra que, com 11 anos, já tinha noção do tamanho da competição que a Seleção Brasileira disputava e já comentava o assunto com os colegas na escola, o que, segundo ele, são fatores que justificam a empolgação que antecedeu o jogo decisivo. Luis se recorda que tinha medo da Alemanha, principalmente de Ballack e Oliver Kahn, os jogadores mais falados nas transmissões.

Com o penta confirmado, foi só comemoração. Até hoje, Luis guarda os registros da passeata no Centro de Brusque após a vitória do Brasil, junto com familiares. “Lembro das pessoas se encontrando no Centro da cidade para comemorar, todos com bandeiras, rostos pintados e seguindo em carreata pelas ruas”, relata.

Carros partindo em carreata em Brusque após penta; Jânio, pai de Luis, dirige o primeiro carro. Foto: Acervo de Luis Fernando Bornhausen

Luis acredita que o fator ofensivo traz mais chances de a Seleção Brasileira garantir o hexa na Copa do Catar. Ele avalia que, neste ano, o Brasil tem mais capacidade de vencer do que em anos anteriores. Além disso, Luis avalia que já é hora da Seleção Brasileira voltar ao topo do mundo, após 20 anos do penta.

“Talvez a Seleção Brasileira nos deixou mal acostumados, mas a verdade é que entramos em todas as Copas esperando sermos campeões. Acho que, neste ano, temos muito mais chances do que nas edições anteriores, por ter um time ofensivamente muito forte, e pelo fato de não haver nenhuma seleção rival com uma geração fora de série, como foi a Espanha em 2010 ou a Alemanha em 2014”, avalia.

Após defesa de Marcos… É campeão!

Quem também acompanhou à final da Copa de 2002 foi o radialista Emerson Cristiano Pereira. Ele recorda que, quando assistiu ao duelo decisivo, sentiu que o Brasil seria campeão após uma defesa difícil de Marcos. Na época, Cristiano tinha 29 anos.

O radialista, que sempre trabalhou com esporte, comenta que, naquela ocasião, os adversários não eram tão difíceis para o Brasil. Cristiano se recorda de acompanhar as partidas durante a madrugada, tendo em vista que os jogos eram de acordo com o fuso horário do Japão e da Coreia do Sul.

“Como profissional de esporte, não fui comemorar o título, mas acompanhei a cobertura do início ao fim. O Cafu jogou três finais de Copas do Mundo e, em 2002, conseguiu levantar a taça. Isso me marcou bastante também. A cidade estava bem empolgada. Lembro que a Copa de 1994 foi uma loucura. Foi mais comemorado do que em 2002, pois foi muito mais difícil”, comenta.

Para o radialista, o que resta aos brasileiros é torcer muito pela Seleção Brasileira na Copa do Catar. Ele diz acreditar que o Brasil tem chances de conquistar o hexa em 2022, e coloca, além da Seleção Brasileira, Argentina e França também como favoritas.

“Acredito que o Brasil tem possibilidade de ganhar o hexa, mas o futebol está mais nivelado. Para mim, os favoritos, além do Brasil, são Argentina e França, além de Alemanha e Espanha correndo por fora, mas acredito que o Brasil tem grandes chances de conquistar o hexa, sim. Temos que torcer”, finaliza.

– Assista agora:
Conheça residência inteligente feita sob medida para os moradores

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo