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Após 30 anos, banda Circuito, de São João Batista, retorna aos palcos

Grupo criado nos anos 80 traz no repertório letras novas e as músicas que marcaram uma geração

A banda Circuito, de São João Batista, retorna aos palcos após ter feito grande sucesso nos anos 80 e 90. Com músicas autorais que trazem bastante polêmica em suas letras, a banda de rock comandada pelos primeiros integrantes Humberto de Alencar Maurici, o Betão, e Amauri Maffezoli, articula a gravação de um novo CD e DVD acústico.

O show de retorno da banda ocorreu durante a inauguração do Karraro Acustic Bar, em 9 de maio, em São João Batista. Da primeira formação permanecem o vocalista Betão, Amari e o saxofonista Fábio Schosser. O baterista Bruno Daroci, o Buka, filho do primeiro baterista da banda, e o baixista Nathan Abel compõem o restante da atual banda.

A gravação do CD e DVD da banda deve ocorrer em setembro, em local ainda indefinido. “Queremos levar em torno de 50 pessoas, além de convidados especiais para participar dessa gravação. Será no formato acústico, mas com duas músicas no estilo antigo”, explica Betão.

Formada na década de 80, a banda iniciou com o nome de Circuito Integrado. Betão e Amauri eram os responsáveis pela criação das letras e músicas.

“Sempre fomos bastante críticos nas letras, tanto que a música Deus, quando soltamos nas rádios, tivemos que explicar para os ouvintes que a letra trazia um apelo e não culpava a Deus, como as igrejas evangélicas achavam”, lembra o vocalista.

Uma das músicas que ficou bastante conhecida no estado foi “Vampiro Doidão”, que foi uma releitura da música de Raul Seixas. “Mudei completamente a letra e usamos o arranjo parecido com a original. E essa letra estourou. Mas como era muito polêmica a letra, tinha alguns lugares que não permitiam que cantássemos”, conta.

Na década de 80, durante o regime militar, a banda foi convidada a abrir o show do Engenheiros do Hawai, na tarde Verde Amarela, em Florianópolis.

“A secretária de Educação, na época, nos pediu para não tocar o Vampiro Doidão, mas assim que subimos ao palco, aquele mar de gente começou a pular e pedir pela música. Ficamos sem saber o que fazer, até que o organizador do evento disse para tocarmos de uma vez”.

Prestígio do público
Onde tinha show da banda Circuito havia certeza de grande presença de público, tanto que para se apresentar, era preciso ser em ginásio ou espaços maiores. O primeiro grande show da banda nos anos 80 ocorreu cerca de três meses após muito ensaio. “Fomos convidados a abrir o show do Zé Ramalho, no ginásio de São João Batista. Chegamos a abrir o show de Zé Geraldo também”, conta Betão.

A banda ainda participou de programas de televisão como Sábado Show, na antiga RBS, e programa Mário Tadeu, na antiga RCE.

Os ensaios da banda ocorriam na sede do Star Clube, onde hoje é o Karraro Acustic Bar. “Ensaiávamos muito. Tinha um maestro que nos acompanhava de tempos em tempos para conferir a parte vocal e todo o restante da banda”.

Na primeira formação, a Circuito tinha além de Betão, Amauri e Fábio, o baixista Amarildo Darosci, Argemir Maffezoli, o Mila, Acácio Daroci e Ademir Daroci.

Fim da banda
Depois de 1986, a banda decidiu incluir em seu repertório alguns covers. Porém, como não era o foco, alguns integrantes decidiram sair, causando até mesmo atrito entre eles. Em meados da década de 90, a banda encerrou as atividades.

“Nesse intervalo até agora, eu e Amauri ainda fizemos alguns shows em algumas cidades da região, sempre colocando nossas músicas em evidência, bem como o nome da banda”, revela Betão.

Entretanto, com uma formação completa, a banda retorna também por um pedido do público. “É uma forma de resgatar tudo aquilo que vivemos também, trazer a marca de uma geração passada”, afirma o vocalista.

Entre as músicas mais tocadas pela banda está Vampiro Doidão e Por Aí, que ficou bastante conhecida pelo público. “A intenção é gravar esse novo CD e DVD com as músicas novas da banda e colocar nas mãos de empresários musicais”, diz Betão.