Após 40 anos, homem relembra experiência com discos voadores na região

Waldemar Dallabona, ex-morador de Timbó, era adolescente na época

Após 40 anos, homem relembra experiência com discos voadores na região

Waldemar Dallabona, ex-morador de Timbó, era adolescente na época

Objetos voadores, que mudavam de formatos e cores, cortaram o horizonte do município de Timbó em 1977. Ao menos foi isso que relataram três adolescentes timboenses para pesquisadores de extraterrestres, conhecidos como ufólogos. Estes relatos foram incluídos no boletim anual da Sociedade Brasileira de Estudos Sobre Discos Voadores (SBDV), na edição ‘setembro de 1981 a abril de 1982’, de número 126/128.

Waldemar Dallabona foi um destes adolescentes. Hoje corretor de imóveis, aposentado da Polícia Militar – ele chegou até o cargo de major -, Waldemar tinha 15 anos na época, mas lembra de todos os detalhes. “Foi muito marcante na minha vida”. Atualmente, ele é morador de Garuva, Norte do estado.

Laerte Luiz Pellin e Sérgio Moser também relataram experiências no ano de 1977. Cada um dos três afirmou ter encontrado um Objeto Voador Não Identificado (OVNI) com características bastante semelhantes, mas em locais diferentes.

Todo o relato documentado no boletim partiu de cartas encaminhadas por Waldemar para Marcelino Edmundo Claudino, em Lages. Por muitos anos, Claudino foi o pesquisador oficial de Santa Catarina para a SBDV. Foi ele o responsável por mandar o relato das chamadas “testemunhas” catarinenses para o Rio de Janeiro, sede da sociedade.

Desenho rústico encaminhado para a publicação nos anos 1970. Foto: Reprodução

Relembrando a experiência

Waldemar soube precisar a data de sua experiência: 17 de julho de 1977. O timboense estava na aula de Crisma, na igreja localizada no bairro Tiroleses. Ao olhar pela janela ele viu, na noite descrita como nebulosa, três objetos aéreos de contornos circulares e cores vermelhas, situados paralelamente entre si.

O jovem e corajoso Waldemar decidiu ir atrás dos objetos. Ele relembra o fato com detalhes. “Pedi para o meu irmão para ir até lá. Nós nos aproximamos, e de repente os três círculos formaram dois de tamanho maior, e os dois um círculo de tamanho maior. Quando chegamos mais perto, vimos que era um disco voador, com forma de um prato de ponta cabeça. Eu pedi para o meu irmão para descer e me aproximar, mas ele não quis, ficou com medo e arrancamos dali”.

Outra ilustração do caso, publicada para a SBDV. Foto: Reprodução

No dia seguinte, segundo o corretor de imóveis, os relatos foram ridicularizados pelos professores pela história de discos voadores. “Quem presenciou o fato tentou contar, mas os professores faziam chacota. Não levaram a sério, e isso acabou caindo no esquecimento. Mas foi testemunhado por várias pessoas da região”.

Ao longo da vida, Waldemar afirma que nunca mais teve uma experiência semelhante. O encontro com o que afirma ter sido um disco voador o fez mudar completamente sua perspectiva da vida, e o influenciou em seu modo de observar a existência humana. Ele passou a estudar bastante sobre extraterrestres, adquirindo também interesse em assuntos como multidimensões e espiritualidade. “Para mim ficou bem claro: era um disco voador. Nada me tira da memória”.

Demais relatos

Segundo descreveu o próprio boletim, Laerte foi quem mais informações soube precisar sobre o que avistou. Disse ele que, em 1977 – sem saber precisar a data – estava na aula da catequese, à noite, quando avistou pela janela ao seu lado alguns fenômenos, entre 19h30 e 21h10.

Ele viu um brilho vermelho acima das montanhas, pareciam queimadas no campo ou nas florestas. Olhando mais intensamente, notou que ele resultava de luz irradiada por um objeto que estava se aproximando das montanhas.

O objeto tinha contorno circular, cor vermelha e mais escura em sua parte central. Ele viu em seguida o objeto mudar de forma, ficando retangular, e em seguida se dividindo em dois. Os dois objetos se transformaram em outros três. Depois voltou a sua forma primitiva: vermelho e contorno circular. Na sequência, repetiu o ciclo. Lembrou muito a noção de discos voadores.

Terminada a aula, a turma reuniu-se no pátio da escola para dar continuidade à observação do fenômeno. Nessa ocasião, cada um tentou dar a sua interpretação ao fato.
Já Sérgio foi mais sucinto: diz ter observado os fenômenos em três datas: 3 de março, 16 de maio e 13 de agosto. Nos três casos diz ter visto uma transformação de três retângulos em três círculos. Os três círculos se uniram e formaram um único disco voador.

A publicação

A Sociedade Brasileira de Estudos sobre Discos Voadores foi um grupo de estudos ufológicos fundado em 1957 pelo médico alemão Walter Karl Bühler. Foram 31 anos dedicados à compilação de relatos de pessoas que se diziam testemunhas oculares da presença de OVNIs – ou até afirmavam ter tido contato com extraterrestres e discos voadores – no Brasil.

A SBDV publicava, anualmente, um boletim com o que de mais interessante havia ocorrido no país sobre o tema. Nos documentos estavam presentes fotos, desenhos, relatos e a própria opinião dos membros da sociedade. Eles também traziam para conhecimento geral o que havia de mais recente nas pesquisas ufológicas ao redor do mundo.

Entre as décadas de 50 e 80, o Brasil teve ativos grupos civis e militares que pesquisavam o tema. O primeiro órgão do governo brasileiro a investigar OVNIs de que se tem notícia é a Força Aérea Brasileira (FAB), que criou até mesmo uma instituição especializada para essa finalidade – o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani).

Relato também em Navegantes

O pescador Humberto Generoso, de Navegantes, também foi entrevistado pelo pesquisador Marcelino no fim dos anos 1970. Ele foi uma das testemunhas que alega ter visto um OVNI sobrevoando a prainha de São Miguel, que fica no limite com Penha.

O caso ocorreu em 13 de setembro de 1975. Humberto estava passeando com a família pela praia. Ele afirma ter avistado um objeto de cor branca e ofuscante, que vinha do mar com velocidade de uns 50 quilômetros por hora. O objeto parecia ter cerca de 8 m de largura por 2 a 3 m de altura. Em determinado momento, começou a baixar em direção à superfície da água, até tocá-la e ficar boiando. O pescador julgou tratar-se de queda de avião.

Ele tentou pegar a canoa para prestar socorro. O rápido afundamento do aparelho, em cerca de cinco minutos, impediu qualquer socorro. Nada mais voltou à superfície.

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