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Após anúncio de retorno aos palcos, fãs relembram shows de Sandy e Junior em Brusque

Dupla esteve na cidade em 1998, no pavilhão da Fenarreco, e em 2006, no Natal Luz Havan

O anúncio da volta de Sandy e Junior para comemorar seus 30 anos de carreira causou uma verdadeira corrida dos fãs da dupla em todo o país. Ao todo, foram anunciados 15 shows, em 11 cidades e os ingressos para todas as apresentações acabaram em questão de minutos. A turnê ‘Nossa história’ inicia em julho e chega ao fim em outubro.

A carreira da dupla, que iniciou em 1989, fez parte da vida de muitas pessoas, que cresceram junto com eles e até hoje sentem carinho e admiração por tudo que os irmãos construíram dentro da música.

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Os fãs de Brusque puderam acompanhar Sandy e Junior de perto em duas oportunidades bem distintas da carreira. A primeira foi em março de 1998, durante a turnê ‘Eu acho que pirei”, com show no pavilhão de eventos Maria Celina Vidotto Imhof. Na época, Sandy tinha 15 anos e Junior, 14.

O jornal O Município destacou, na época, o sucesso da dupla, que já havia vendido mais de 2,5 milhões de discos em sete anos de carreira. A apresentação foi realizada às 17h e teve ingressos vendidos de R$ 12 a R$ 20 (camarote).

Quase 10 anos depois, a dupla retornou para a cidade como atração principal do Natal Luz Havan, em novembro de 2006. O show gratuito reuniu mais de 80 mil pessoas e foi um dos últimos da carreira, já que em abril de 2007, os irmãos anunciaram que se dedicariam a projetos solo.

Alguns fãs relatam que a dupla fez participação no show de Chitãozinho e Xororó em Brusque, em 1989, na inauguração da avenida Beira Rio e da rodoviária. Na época, ainda no primeiro ano da carreira, eles despontaram com a música Maria Chiquinha. O pai deles, Xororó, usou sua força para catapultar a carreira dos filhos. No entanto, não foi possível confirmar a informação.

O show do Natal Luz ainda está fresco na memória de muitos fãs, que não mediram esforços para poder tentar chegar o mais perto possível dos ídolos. A supervisora de loja Brigite Fátima Moretti Mateus já trabalhava na Havan na época e acompanhou de perto toda a histeria gerada pela dupla.

“Foi uma loucura tremenda. Milhares de pessoas vieram para o show deles. Eles foram muito atenciosos com todos. Deram muitos autógrafos, tiraram muitas fotos”.

Brigite lembra que atuava com televendas na loja e chegou a ajudar na preparação do evento. “Apesar de eles estarem ali, não consegui chegar perto nem tirar fotos, mas a minha filha conseguiu. Vários filhos de funcionários também conseguiram, eles atendiam todo mundo de forma igual”.

Em entrevista ao jornal O Município horas antes do show de 2006, Sandy falou sobre o retorno a Brusque. “Estou contente por estar aqui. Acho que as pessoas daqui acompanharam a nossa trajetória e é bacana voltar e mostrar para todos um outro momento de nosso trabalho”. Junior destacou o carinho dos fãs durante a passagem do som. “Vi a galera e senti uma energia muito boa”.

Influência na carreira

O professor de ginástica Léo Dias, 31 anos, cresceu ouvindo Sandy e Junior e, até hoje, acompanha a carreira dos irmãos. Além de gostar das músicas da dupla, o brusquense foi fortemente influenciado por eles na hora de escolher sua carreira.

“Hoje quando falo em ser fã de Sandy e Junior, não é que sou fanático, mas porque eles foram minha referência daquilo que eu escolhi seguir para minha vida, que foi a dança”.

Léo conta que gostava muito de ver o Junior dançar e sempre quis fazer igual. Ainda criança, insistiu para fazer aulas de canto e dança, influenciado pelos seus cantores favoritos.

Com o passar do tempo, Léo foi levando a dança mais a sério. Hoje, estuda Educação Física e dá aulas de Zumba e Jump, mas nunca esqueceu da influência de Sandy e Junior em suas escolhas.

“Às vezes eu penso: tenho 31 anos e ainda coleciono coisas de Sandy e Junior, mas se eu não tivesse essa referência, talvez eu nem trabalhasse com o que trabalho hoje. Na época, era muito difícil menino dançar. O Junior fazia aquilo tudo e eu queria fazer também. Sempre falo pra todo mundo que eles me influenciaram”.

Léo tem uma grande coleção de CDs, DVDs, e muitas reportagens de várias fases da carreira da dupla. “Estava tudo guardado na casa da minha mãe. Quando eles anunciaram que voltariam, me deu vontade de ver tudo de novo. Quero completar minha coleção de CDs e também comprar um toca-disco para poder ouvir os vinis que comprei recentemente”.

O professor lembra muito bem dos dois shows da dupla em Brusque. Em 1998 ele tinha apenas 10 anos, e naquela época, não tinha muita noção de como funcionavam as coisas.

“Meio-dia eu já estava lá com minha irmã. Quando chegou o ônibus da banda, que tinha a foto deles bem grande, eu comecei a chorar porque achei que eles estavam junto. Minha irmã conta até hoje que não sabe como eu assisti o show porque eu só chorava”, diz.

Em 2006, no show promovido pela Havan, Léo tinha 18 anos, e também chegou bem cedo para garantir lugar o mais próximo possível dos ídolos. “Em 2006 eu tinha mais autonomia, fui pra fila às 6h, nem o palco estava montado ainda. Estava eu e mais alguns fãs, a gente se revezava para ir ao banheiro. No meio da tarde o Junior foi pro palco para passar o som e consegui assistir tudo”, lembra.

Além dos shows em Brusque, Léo foi em vários outros, mas a apresentação no Natal Luz ele considera uma das mais especiais porque logo depois a dupla anunciou a separação.

“Quando eles anunciaram eu fiquei satisfeito de poder ter ido num show um pouco antes. A separação era uma coisa que quem era fã já esperava, não foi surpresa”.

Quando a volta da dupla foi anunciada oficialmente, Léo não pensou duas vezes e fez de tudo para garantir um dos disputados ingressos. “A primeira coisa que passou pela minha cabeça quando eles anunciaram foi: eu vou, não importa o lugar. Onde eu conseguir ingresso, eu vou”.

O brusquense conseguiu ingresso para o show de São Paulo com a ajuda de uma amiga.

“É a minha chance de ter esse flashback de tudo que foi referência para mim na dança e na música. Teve toda essa discussão do preço do ingresso, mas eu não vejo problema nenhum de comprar ingresso mais caro para prestigiar o que eu gosto”.

Inspiração para a vida

A cantora Franciane Lunardelli, 34 anos, é fã de Sandy e Junior desde sempre. Nos primeiros anos de carreira da dupla, na época do sucesso Maria Chiquinha, Franciane já fazia cover junto com o irmão. “A paixão por eles foi crescendo junto comigo e acompanho eles a vida toda”, diz.

Ela também esteve nos dois shows da dupla em Brusque. Em 1998, foi acompanhada pelos pais. Já em 2006 foi sozinha e lembra muito bem das loucuras que fez para poder ver os ídolos de perto. “Todo mundo que me conhece ri da minha cara. No show da Havan eu fui muito cedo lá para pegar lugar. Fiquei plantada no palco esperando começar”, diz.

Apesar de já ter ido também em outros shows fora de Brusque, Franciane nunca teve a oportunidade de encontrar pessoalmente a dupla. “Sempre tentei muito, participei de vários sorteios, mas não consegui. É uma frustração da minha vida não ter conseguido ver eles de perto”.

Quando foi anunciada a turnê em comemoração aos 30 anos de carreira, Franciane fez de tudo para conseguir ingresso. “A única coisa que eu pensava é que tinha ir nesse show, não tinha possibilidade de não ir”.

Ela tentou as três pré-vendas e não conseguiu. Quando abriu a venda normal, ela entrou no site para dar uma olhada às 23h e para sua surpresa havia 122 mil pessoas em sua frente. “Fiquei até três horas da manhã e quando chegou minha vez já tinha esgotado”.

Apesar de não conseguir comprar os ingressos, a brusquense não perdeu a esperança e acreditou que a dupla abriria shows extras. Assim aconteceu e ela teve mais uma oportunidade de comprar o tão sonhado ingresso. “Eu fiquei o dia inteiro abrindo o site. Às 22h abriu oficialmente para entrar na fila e tinha 54 mil pessoas na minha frente. Foi mais uma frustração”.

Mas ela não desistiu. O último show extra anunciado foi Porto Alegre. Mais uma vez, Franciane foi em busca do seu ingresso. Desta vez, ela contou com a ajuda do marido e depois de várias tentativas frustradas, finalmente conseguiu. “Na hora que deu meia-noite meu marido ficou atualizando a página. Quando abriu a venda, ela atualizou e tinha 1.150 pessoas na minha frente. Eu berrei muito, acordei o prédio inteiro, fiquei muito feliz”.

A paixão de Franciane por Sandy e Junior vai muito além de ser fã. “Fui totalmente influenciada por eles. Hoje trabalho com música e tudo começou fazendo cover deles quando era criança. É algo que todo mundo que me conhece sabe”.

Paixão de infância
Assim como a maioria dos fãs, a nutricionista Ana Beatrice Knop cresceu ouvindo Sandy e Junior. Ela sempre se identificou com as letras das músicas da dupla e também com a imagem que a família deles transmite.

Ana já foi em vários shows pelo Brasil e para ficar perto de Sandy já fez algumas ‘loucuras’, como descobrir o hotel em que a cantora estava hospedada e se hospedar lá também ou ir atrás de Sandy no aeroporto.

O dia inesquecível para a brusquense foi 23 de setembro de 2018, último show de Sandy realizado em Florianópolis, em carreira solo. “Eu entrei no camarim com minha mãe, conversamos com ela, abracei muito. Ela assinou o meu álbum deluxe ‘Meu Canto’, que é coisa de colecionador, mesmo. Neste dia pude dizer o quanto ela é especial na minha vida”, conta.

Ana Beatrice também conheceu Junior, no final de 2017. Ela também conseguiu entrar no camarim após o show. “Além de bater fotos, conversamos sobre alimentação, pois ele é vegetariano e eu sou nutricionista, mostrou fotos do filho, foi muito legal”.

Fã de carteirinha, Ana também foi nos dois shows da dupla em Brusque. “Me recordo até hoje desses momentos. Meus pais me levaram no primeiro show deles no pavilhão da Fenarreco, eu tinha 11 anos. Minha mãe conta que naquele dia meu pai me colocou sentada nos ombros dele, pois eu já queria chegar o mais próximo deles possível”.

Em 2006, na Havan, Ana chegou super cedo e conseguiu assistir a passagem de som. “Sempre fui ligada em todos os trabalhos que eles fizeram: novelas, filmes, seriado, clipes, tudo, e ainda sou. Tenho 32 anos, continuo acompanhando a carreira deles, indo aos shows, cantando suas músicas, e assim vai ser para sempre”.

Memória viva
Fabiula Bianchi, 34 anos, é fã de Sandy e Junior desde os oito anos e até hoje guarda com carinho as coisas que colecionou dos ídolos ao longo da vida. Ela, assim como milhares de fãs em todo o país, ficou muito feliz com a notícia da volta da dupla para a turnê comemorativa.

“Quando saiu a primeira notícia achei que fosse fake, mas aí teve a coletiva, estava em todos os sites. Fiquei muito feliz. É algo que os fãs vão poder mostrar para os seus filhos algo que vivenciaram na infância e adolescência. É muito legal”.

Como todo bom fã, Fabiula também foi aos dois shows da dupla em Brusque. O primeiro, com 11 anos e depois, mais velha, no Natal Luz.

Do show de 2006, Fabiula guarda lembranças muito especiais. Ela conseguiu entrar no camarim e conhecer os ídolos de perto. “Eu consegui entrar no camarim e, de repente, dei de cara com eles. Na época não tinha celular, levei aquela câmera digital pequena. A foto não ficou muito boa, mas guardo até hoje. Foi muito emoção estar perto deles”.

Fabiula diz que ao ver Sandy, o que mais a impressionou foi a altura da cantora. “Ela é bem pequena, parece uma boneca. Na televisão parece ser muito maior”.

Hoje com 34 anos, Fabiula tem duas filhas. A mais velha já escuta Sandy e Junior na companhia da mãe. “Com essa volta deles, tenho colocado muito para ouvir, então ela já sabe algumas músicas, dança, é muito legal”.