Cooperativa cervejeira de Brusque comemora produção dos primeiros barris de cerveja artesanal
Cocersul quer expandir serviços para atrair mais cooperados de todo o Sul do Brasil
A Cooperativa Cervejeira Sul-Brasileira(Cocersul) completa dez meses de atividades neste mês de outubro. Com menos de um ano de fundação, a Cocersul já conseguiu lançar a primeira carga de cerveja e tem planos de expansão para atender os cooperados.
No dia 26 de outubro, foram entregues 180 litros de cerveja artesanal do tipo pilsen para um cooperado de Itajaí, que deve receber mais 1,4 mil litros até dezembro. A bebida foi fabricada pela Kiezen Ruw, de Guabiruba, por meio da Cocersul.
Primeira contemplada, a Beer Reizer está há dois anos no mercado. O negócio começou com a revenda de cervejas, de forma terceirizada, em um “beer truck”, que atua em Penha, durante a temporada, e em eventos de Itajaí.
O cervejeiro Rogério Ardigó conta que em 2018 participou de um curso de cervejeiro, onde conheceu o projeto da Concersul e se associou.
“Ficamos muito felizes por isso, e em ter a tranquilidade de trabalhar com um produto regularizado, sem problema. O projeto da cooperativa é muito interessante para dar vez e voz aos pequenos produtores e a nossa expectativa é que todos possam ser beneficiados, já que é uma oportunidade ímpar”, afirma.
Avanço
Cícero Klas, presidente da cooperativa, explica que essa parceria feita com a Kiezen, há dois meses, vai ser replicada em outras cidades. A Cocersul tem como foco a atuação no Sul do país, por isso a ideia é ter fabricantes parceiras em outras regiões.
Essa é uma estratégia da cooperativa para aumentar a sua atuação. Klas conta que a ideia da cooperativa, criada dentro do Núcleo de Cervejeiros Artesanais (Nucervarte) da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque e Região (AmpeBr), do qual ele também é coordenador, é facilitar a inserção dos pequenos cervejeiros no mercado.
A ideia com uma parceira como esta da Kiezen é que a cooperativa tenha uma cota de produção por mês. A partir disso, o associado vai ter direito a produzir uma quantidade definida de bebida.
Por exemplo, “João” é um cervejeiro artesanal. Ele quer se inserir no mercado, então se associa à Cocersul e pode enviar a sua receita para que seja produzida pela cooperativa.
A previsão é que a partir de 2020 seja possível produzir receitas próprias por meio da Cocersul. Por enquanto, a cerveja produzida é de uma receita padrão, sem possibilidade de alterações.
A vantagem é que a cooperativa já tem tudo conforme a legislação e as regras sanitárias exigem, o que evita que o microcervejeiro tenha que gastar altas somas para poder vender sua bebida.
Klas explica que a ideia é que a cooperativa tenha mais benefícios para os cooperados, com o “cartão Cocersul”. Com ele, os fabricantes vão ter preços mais baixos para matéria-prima e serviços de fornecedores.
O presidente afirma que o setor cervejeiro movimento muito mais do que só os fabricantes. A cadeia produtiva da cerveja artesanal envolve desde os maquinários e outros processos.
Outra ideia é ter uma tenda da cooperativa, para que os associados a usem nos eventos. Assim, a Cocersul também fica mais conhecida, ao mesmo tempo que dá apoio aos cooperados.
A Cocersul tem, atualmente, cerca de 70 cooperados, entre pessoas físicas e jurídicas, das mais diversas cidades, como Brusque, Guabiruba, Itajaí, Gaspar, Balneário Camboriú, Curitiba, Timbó, Blumenau, Florianópolis, entre outras.
O número está abaixo da meta traçada na época da fundação da cooperativa. Porém, Klas avalia que vários fatores contribuíram para isso, mas o principal é a situação econômica do país, que vem mal nos últimos anos.