Após fala de vereador, moradores de rua têm direito de resposta negado na Câmara de Brusque

Dois representantes protocolaram pedido após Alessandro Simas (PP) afirmar, durante sessão, que eles “estão atrapalhando e fazendo mal”

Após fala de vereador, moradores de rua têm direito de resposta negado na Câmara de Brusque

Dois representantes protocolaram pedido após Alessandro Simas (PP) afirmar, durante sessão, que eles “estão atrapalhando e fazendo mal”

Por meio de um ofício, dois representantes dos moradores de rua de Brusque e usuários do albergue municipal pediram por um direito de resposta às falas do vereador Alessandro Simas (PP) na Câmara Municipal.

O documento foi protocolado na sexta-feira, 23. Segundo o texto, a reposta é referente a “várias insinuações” levantadas pelo vereador, “no qual deprecia a imagem de quem utiliza os serviços do albergue municipal e da população de rua de modo generalizado”.

Contudo, o pedido foi indeferido pela Câmara. Conforme o presidente interino da casa, Deivis da Silva (MDB), o artigo 200 do Regimento Interno diz que “a Tribuna Popular poderá ser utilizada por Associações de Classe, Clubes de Serviços ou entidades comunitárias do Município, devidamente legalizadas”.

“No caso em apreço, os dois moradores solicitaram esse pedido de forma isolada e como pessoas físicas, sem comprovar a legitimidade da sua representada, conforme estipula o artigo em questão e ainda o parágrafo primeiro do mesmo artigo. Desta forma foi negado”, explica.

A fala de Simas, que resultou no pedido de resposta, foi dada em sessão na terça, 20. Na ocasião, o parlamentar defendeu a internação compulsória. Ele também fez relatos de que pessoas foram intimidadas por pessoas em situação de rua, principalmente na área central.

Além disso, Simas disse que marcaria uma reunião com o prefeito interino André Vechi (DC) para discutir soluções sobre o assunto. Ele também defendeu que o albergue municipal, que atualmente fica na rua Dr Penido, no Centro, seja fechado e utilizado para outros fins.

“Estão atrapalhando e fazendo mal. Não podemos mais permitir isso. Precisamos tomar uma atitude. Come, dorme, usa droga e incomoda. Precisamos acabar com isso”, comentou na tribuna.

Com a repercussão no Legislativo, os dois representantes enviaram ofício em protesto e solicitando direito de fala, indeferido. Deivis aponta que o pedido pode ser realizado novamente, mas os representantes precisam procurar alguma entidade para representá-los.

Repercussão

Na sessão desta terça, 27, o vereador Alessandro Simas (PP) voltou a falar a respeito da população em situação de rua em Brusque.

Simas rebateu críticas que recebeu nas redes sociais e negou que tenha cometido em sua fala “pobrefobia” ou “aporofobia”, termos usados para definir a aversão ou o desprezo a pessoas pobres.

A matéria de O Município sobre a fala do vereador chegou a ser compartilhada pelo padre Julio Lancelotti, que tem mais de 1,4 milhão de seguidores.

“Ser pobre não é demérito pra ninguém. A pessoa que é pobre, mas que trabalha, que busca seu emprego e sustenta sua família com dificuldade, muitas vezes com o auxílio do governo. Mas essas pessoas fazem o que? Elas buscam o auxílio, elas buscam a opção de utilizar o sistema, buscam a opção de ter o respaldo”, opinou o parlamentar.

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