Após indefinições, estado lança edital para construção do Centro de Inovação Tecnológica

Estrutura esteve envolta em polêmica em 2015, mas projeto avançará no terreno cedido pela Ampebr

Após indefinições, estado lança edital para construção do Centro de Inovação Tecnológica

Estrutura esteve envolta em polêmica em 2015, mas projeto avançará no terreno cedido pela Ampebr

Após meses de indefinição, o governo do estado lançou o edital para a construção do Centro de Inovação Tecnológica (CIT) de Brusque no terreno que pertencia à Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampebr). O anúncio, comum em qualquer obra público, tem um simbolismo forte neste caso.

O CIT de Brusque foi centro de divergências nos meios empresarial e educacional da cidade. Tanto a Ampebr quando o Centro Universitário de Brusque (Unifebe) tinham uma área para a construção do centro.

O governo do estado recuou e ficou esperando a situação normalizar para, agora, lançar o edital, que, de uma vez por todas, sela o CIT no terreno que pertencia à Ampebr e que foi doado ao estado para o projeto.

De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (SDS), a decisão foi tomada pelo comitê gestor do CIT de Brusque, que é formado por representantes de várias entidades. “Foi uma decisão interna”, informa, por meio de assessoria de comunicação.

Conforme o edital, publicado no Diário Oficial do Estado, as construtoras interessadas em erguer o prédio apresentarão as suas propostas no dia 8 de novembro. O processo licitatório é moroso, portanto, a construção deverá ficar para 2017.

A SDS comunica que, após a escolha da melhor proposta, existe ainda o prazo para as contestações dos concorrentes e para a assinatura e licenças. Segundo a pasta, depois de vencidas essas etapas, o prazo de execução é de 12 a 18 meses.

Isso significa que, numa projeção conservadora, o CIT estará em pleno funcionamento no fim de 2018, se não houver paralisações na obra, problemas com o clima ou de ordem burocrática.

O início das divergências

No ano passado, quando a discussão para saber em qual terreno o CIT seria erguido estava em alta, o governo do estado recuou, preferiu ficar quieto e se esquivar de comprometimentos.

O presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Halisson Habitzreuter, diz que a entidade enviou cinco ofícios ao governo estadual, sem sucesso. A Acibr queria saber o que seria feito, se o terreno seria o da Unifebe e como seria o contrato. Não houve resposta.

Segundo Habitzreuter, foi solicitada a documentação do terreno onde será construído o centro várias vezes. “Depois de muito tempo, veio a escritura”, diz.

A Acibr era a favor de que o CIT funcionasse junto à Unifebe, pois trata-se de algo ligado à educação. “Várias entidades pediram para que viesse para a Unifebe, mas não obtivemos sucesso”.

Apesar do posicionamento, o presidente da Acibr diz que não existe briga com a Ampebr. “O que vemos é que o segmento de inovação e tecnologia é muito importante”, afirma.

Sem cláusula polêmica

Um dos pontos que causaram maior descontentamento entre as entidades envolvidas foi uma cláusula no contrato que estipulava que a área com o prédio poderia ficar para a Ampebr (dona do terreno), se houvesse algum problema na obra que impedisse a sua finalização.

Habitzreuter afirma “não seria justo” e que, caso isso acontecesse, a Ampebr deveria, então, devolver o dinheiro equivalente ao que já estava construído ao município.

No entanto, o presidente da Ampebr, Luiz Carlos Rosin, diz que essa cláusula já foi retirada. “O terreno é único e exclusivo para o centro de inovação, não pode ser usado para outra coisa”, afirma.

Segundo Rosin, a Ampebr pode nem fazer parte do comitê gestor do CIT. O modelo de gestão será uma tríplice hélice – com representantes da iniciativa privada, governo do estado e da educação. “Se não fizermos parte da tríplice hélice, não teremos vínculo nenhum com o CIT”.

Unifebe apoia, se projeto for seguido

A Unifebe, que havia oferecido o seu terreno para o CIT no início das conversas e foi preterida, diz que apoiará o centro de Brusque.

Há dois anos, um funcionário do governo do estado trabalha dentro da instituição colhendo informações técnicas para serem empregadas no centro de inovação. Além disso, há equipamentos do estado na Unifebe.

Segundo o reitor Günther Lother Pertschy, essa pessoa passará para o CIT – quando este for inaugurado. Ele vê com normalidade a ida do centro para a área da Ampebr. “O fato de ir para o terreno da Ampebr não quer dizer que será da Ampebr”.

Pertschy afirma que a Unifebe fará parte do projeto de inovação, mas ressalva: “A Unifebe fez e continuará fazendo parte, desde esteja dentro daquilo que foi concebido”, diz o reitor.

A forma de gestão do CIT de Brusque ainda passa por discussões com o governo do estado e outros agentes, segundo Pertschy.

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