Após mais de 13 anos, Samae limpa tubulação de captação de água do bairro Guarani
Raspadores hidráulicos foram adquiridos especialmente para a limpeza de três redes
Para dar maior vazão à água e aumentar o volume de coleta, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque limpou, na semana passada, duas tubulações de captação oriundas do bairro Guarani. O serviço não era realizado na cidade há mais de 13 anos.
De acordo com o diretor da Estação de Tratamento de Água (ETA) Central, Márcio Cardoso, o procedimento não era realizado porque não havia necessidade de maior captação de água, diferente dos dias atuais.
“A necessidade de água não era tão importante quanto agora. Então a limpeza não era realizada com frequência. Esse processo nós podemos ver como uma customização. A gente customizou o nosso sistema de adutora e captação”, explica o diretor.
Para efetivar a limpeza, o Samae adquiriu seis raspadores hidráulicos (PIGs) por cerca de R$ 5,5 mil. Cardoso explica que os PIGs assemelham-se ao formato de balas de armas. Para limpar a tubulação, eles são disparados percorrendo a rede em espiral do início ao fim.
“Ele vai limpando o material que não é natural do tubo. O material ferruginoso que com o tempo vai se agregando ao tubo e vai diminuindo o diâmetro da tubulação. A função deste PIG é fazer com que a gente dê uma sobrevida e um aproveitamento completo da tubulação. Com a limpeza, tivemos um aumento na captação”, afirma Cardoso.
O aumento na vazão foi de cerca de 15% na limpeza de duas redes, de acordo com o diretor. Na primeira, o PIG demorou cerca de 24 minutos para realizar o procedimento. Já na segunda levou 13 minutos. Em cada uma delas, que têm 250 milímetros de diâmetro, foram utilizados dois PIGs.
O diretor explica também que o primeiro PIG colocado na rede é menor e tem a função de retirar as sujeiras pequenas. O segundo, por outro lado, é maior e tem o objetivo de retirar a sujeira mais densa.
Ainda segundo Cardoso, resta limpar uma terceira rede, também oriunda do bairro Guarani. Essa, que tem 400 milímetros de diâmetro, deverá ser limpa na semana que vem.
Água tratada
Diferente da tubulação de captação, a tubulação de água tratada não precisa do processo de limpeza. A sujeira encontrada na rede de captação, explica o diretor da ETA Central, deve-se às características da água do rio Itajaí-Mirim.
“A água tem certa quantidade de ferro e de manganês e esses dois minerais junto com um pouco de material orgânico em época de enxurrada fazem com que se fixe na parede da tubulação. Com a água tratada não temos esse problema”, explica Cardoso.