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Após morte, autoridades pedem providências de segurança na avenida Beira Rio

Importante ligação da cidade, avenida tem trechos considerados perigosos

Depois da morte de Ana Paula Benaci, a segurança e a sinalização da avenida Bepe Roza, a Beira Rio, entraram em discussão. O acidente da quarta-feira, 20, foi o último de uma série de ocorrências graves registradas no local nos últimos anos, o que levanta a questão do limite de velocidade e da fiscalização.

Os vereadores Gérson Morelli, o Kéka, e Paulo Sestrem pedem providências por parte da Secretaria de Trânsito e Mobilidade (Setram). Kéka falou na última sessão da Câmara de Brusque sobre a necessidade de reforçar a sinalização vertical e horizontal.

Segundo o vereador, há poucas placas indicativas do limite de velocidade para quem transita no sentido Santa Terezinha ao Centro. “Se vem um caminhão de fora, não sabe a velocidade da Beira Rio”, diz.

Uma das possibilidades comentadas na Câmara seria a colocação de tachões para a redução de velocidade antes de curvas perigosas. Porém, Kéka diz que especialistas em trânsito devem avaliar a possibilidade desse tipo de intervenção.

Ex-secretário de Trânsito e Mobilidade e especialista em trânsito, Sestrem afirma que havia identificado a curva do acidente – perto do Fort Atacadista – e o trecho na subida da rua França como perigosos quando estava na prefeitura.

Sestrem tinha a intenção de tornar aquela parte da Beira Rio mão única. Contudo, ele saiu da Setram antes que o projeto fosse executado.

Em análise
A Setram analisa quais mudanças deve executar na avenida como um todo, não só no trecho do acidente. O secretário Valério Kosel tem conhecimento das cobranças da Câmara sobre a Beira Rio.

Segundo Kosel, a pasta tomará medidas de segurança. “Vamos estudar a melhor opção em um estudo geral [da Beira Rio]”, diz.

“A gente vai fazer as medidas necessárias e implantar o mais breve possível. Claro que temos uma programação a ser seguida da equipe de sinalização”, afirma Kosel.

A Setram não tem planejamento, até o momento, para a colocação de tachões ou faixas redutoras de velocidade. A princípio, somente a sinalização na avenida inteira será refeita.

A pasta também não tem estudos para que a Beira Rio vire mão única, conforme planejado por Sestrem durante a administração de Paulo Eccel. “Não temos previsão de mexer nisso, até porque estamos discutindo o Plano Municipal de Mobilidade Urbana. Então não tomaremos medidas macro”, afirma Kosel.

“No Brasil, só se respeita com fiscalização”

O tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, analisa que somente a melhoria na sinalização terá pouco efeito na redução de mortes nas ruas do município.

Especialista em trânsito, o tenente-coronel afirma que o brasileiro não respeita a sinalização. Ele avalia que simplesmente colocar mais placas indicativas de que o limite de velocidade é de 60 km/h não fará os motoristas e motociclistas pisarem menos no acelerador.

O comandante tem uma posição divergente à de Paulo Sestrem quanto à velocidade máxima. “Entendo que a velocidade das vias está adequada. Poderia ser até maior, porém, com fiscalização rígida”, afirma Otávio.

O tenente-coronel avalia que, em alguns trechos, a velocidade poderia ser aumentada para 70 km/h. Entretanto, nos locais perigosos e nas curvas, seriam necessárias lombadas eletrônicas.

“Sabe-se que, no Brasil, só se respeita com fiscalização”, afirma o comandante. “Não adianta ter placa com limite de velocidade porque, na minha concepção, não vai adiantar”, completa.

Ele afirma que, enquanto a cidade tem índices baixos de criminalidade, o trânsito continua a ser um problema. Morreram no trânsito brusquense 23 pessoas em 2018 – maior número em cinco anos.

Mais controle
O vereador Sestrem tem batido na tecla da fiscalização na Câmara. Hoje, existe uma lei municipal que proíbe o uso de radares na cidade.

Sestrem cobra uma atitude da prefeitura. “É passada a hora de a prefeitura estudar algo para a redução da velocidade”, afirma. Ele defende que a velocidade permitida seja reduzida de um modo geral, e que exista mais fiscalização a quem desrespeita as leis.