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Após morte da filha, mãe mantém brechó aberto para ajudar outras crianças com necessidades especiais em Brusque
Betina faleceu com apenas um ano e dois meses; ela sofria com síndrome rara
Para tentar salvar a própria filha, a brusquense Larissa Zabel Deichmann, de 23 anos, criou uma campanha de arrecadação e abriu o brechó Girassol Modas no bairro São João, em Brusque, no último ano.
A criança sofria de uma doença rara chamada Síndrome de Moebius. A condição causou diversos problemas que afetaram o desenvolvimento da bebê, sendo necessários tratamentos de alto custo. Com a venda de roupas, Larissa conseguiu pagar as contas dos atendimentos da filha.
Contudo, na noite de quinta-feira, 30 de março, a pequena Betina morreu com apenas um ano e dois meses, após sofrer um broncoespasmo. “Foi muito rápido. A Betina veio para minha vida para me trazer muita fé. Eu já sentia que isso iria acontecer, mas não estava preparada”, relata a mãe.
Mesmo internada no Hospital Azambuja, a infecção se agravou e os órgãos da criança pararam aos poucos. “Ela teve uma parada cardiorrespiratória, se ela sobrevivesse ela ficaria com paralisia cerebral. Mesmo assim, com muita fé, eu rezava para ela ficar, quando vi que não adiantaria, deixei ela partir. E ela partiu”, continua.
Após o falecimento da filha, Larissa pensou em fechar o brechó. “Como mãe, eu senti muito a morte dela. Porém, eu senti no meu coração que fechar não seria o que ela iria querer. A gente, que é mãe de crianças especiais, sabe o quanto é burocrático para conseguir manter os tratamentos dos pequenos. Aí veio a ideia de manter o brechó para eu ter uma fonte de renda e também ajudar outras crianças”, conta.
Larissa relata que, durante a busca por recursos para salvar Betina, ela encontrou outras famílias que também passavam pela mesma situação. Ela salienta que tem feito contatos com entidades, como a Apae, para mapear familiares com necessidades.
Assim, Larissa deve realizar uma live por mês no Instagram @giras_solbetina, que é do empreendimento. O objetivo é arrecadar recursos para uma criança por mês com a venda de roupas. “Antes, eu preciso arrecadar dinheiro para acertar os tratamentos da Betina que ainda estão pendentes. Após isso, vamos poder ajudar outras pessoas. Nestes casos, qualquer valor faz muita diferença”, detalha.
Ela aponta que o brechó também aceita doações de roupas. Ainda, salienta que a partir de maio deve conseguir selecionar crianças para ajudar e, então, fazer as lives.
“Quem quiser ajuda para divulgar uma campanha, pode entrar em contato com a gente. Estamos com as portas abertas para ajudar, com todo amor e carinho, com o que estiver ao nosso alcance”, completa.
Custos altos
A Síndrome de Moebius atinge diferentes regiões do corpo. Entre os problemas mais comuns estão a paralisia facial, atrofiamentos dos membros, e a hipotonia, que são músculos fracos, sem tônus.
No último ano, história da Betina foi destaque no jornal O Município. Na época, com apenas sete meses, a menina tinha o peso de um bebê de um mês. Portanto, a alimentação dela chegou a ser alterada, o leite que ela tomava antes foi trocado por um que contém uma fórmula mais calórica, para que ela pudesse ganhar peso. Cada lata de 400 gramas desse novo leite custa R$ 135, segundo a mãe.
Na época, Larissa chegou a ressaltar as dificuldades de cuidar de uma criança com necessidades especiais, pois na família somente o marido trabalhava, e ela acompanhava o bebê durante as consultas e auxiliava a criança durante todo o tempo. A criança chegou a fazer acompanhamentos com uma fonoaudióloga, nutricionista, neuropediatra, fisioterapeuta e uma pediatra.
Larissa também é mãe do Bernardo, de quatro anos, que tem acompanhado um psicólogo, pois dá sinais de autismo e TDAH. Hoje, a família brusquense mora no bairro São João, em uma casa de aluguel.
O brechó Girassol Modas fica localizado na rua David Hort, 567, sala 4, após o Auto Posto Opa. Para entrar em contato com a Larissa e ajudar, é possível enviar mensagem para o WhastApp (47) 99260-5351.
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