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Após pandemia, mais de 30 detentos da UPA de Brusque trabalham para empresas

Durante o auge da doença, empregos foram suspensos para evitar o contágio de Covid-19

Atualmente a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque tem 33 detentos trabalhando. Os serviços são prestados para as empresas Irmãos Fischer S.A – que produz eletrodomésticos, e Toalhas Atlântica – uma tecelagem. Além disso, nove presos prestam serviços de limpeza e cozinha no local.

No entanto, durante o auge da pandemia nenhum detento trabalhou para as empresas, conforme explica o juiz da Vara Criminal e diretor do Foro da Comarca, Edemar Leopoldo Schlösser. A medida seguia os protocolos para evitar a contaminação pela Covid-19. Apenas os serviços de limpeza, cozinha e manutenção da horta da UPA continuaram durante a pandemia. A situação foi regularizada há alguns meses, de acordo com o juiz.

Conforme o juiz, na última inspeção foi apurado que nove presos são responsáveis pelos serviços de limpeza, manutenção e cozinha. Outros 24 detentos são responsáveis pela montagem de churrasqueiras (da Fischer), revisão de toalhas e costura de etiquetas (da Atlântica).

Com isso, a UPA tem 33 pessoas trabalhando. No entanto, Edemar esclarece que esses números foram apurados no dia da inspeção, realizado em 3 de novembro, e que o número pode variar. “De repente temos 15 trabalhando em uma fábrica e mais 15 trabalhando na outra. Na última inspeção na fábrica tinha dois presos que estavam de saída de sete dias, então não estavam trabalhando, pois tinham saído”, diz.

Segundo ele, quando os detentos saem temporariamente da UPA, a vaga não é disponibilizada para outra pessoa. “Normalmente são escolhidos entre 16 a 17 presos em cada fábrica. Eles ficam trabalhando e ganham a remuneração, mas quando eles tiram os sete dias de folga, onde podem sair, eles não colocam outro no lugar, que fica vago. Quando retornam à UPA, eles retornam ao trabalho”, esclarece.

Oportunidade de trabalho

Norival Fischer, presidente do Conselho da Comunidade de Brusque (Comun) explica que no início da pandemia, a demanda de serviço diminuiu. “Dos 100% que nós estávamos, hoje nós estamos na faixa de 75% a 80% nas atividades internas”, pontua.

O presidente do Comun explica que o gerenciador da UPA realiza uma espécie de rodízio entre cerca de 40 a 45 detentos. “O ideal era ter trabalho para todos que estão em condições de trabalhar. É claro que nem todo apenado tem essa regalia de poder trabalhar, mas gostaríamos de ter trabalho para todos que tem a condição da Justiça liberar para o trabalho”.

De acordo com o juiz, em casos de trabalho externo, o detento faz um pedido para Justiça para receber a autorização de serviço. Em caso de trabalho para as fábricas, o detento pede para trabalhar e a própria unidade prisional faz a seleção e encaminha ao serviço.

“Claro que o preso precisa preencher alguns requisitos, pois não significa que todo ele tem direito ao trabalho. Muitas vezes ele é de outra facção criminosa e você não pode nem colocar junto com o inimigo dele dentro da fábrica. Temos algumas peculiaridades que temos que analisar”, pontua Edemar.

Norival também comenta que é importante essa parceria com os empresários e as empresas para que os detentos possam ter uma profissionalização quando deixarem a UPA.

 


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