Após quatro anos, saiba como está a situação dos envolvidos no assassinato do cabo Everaldo
Cinco envolvidos estão presos e cumprem pena
Neste mês completou 4 anos do assassinato do cabo Everaldo Soares de Campos. Ele foi morto aos 42 anos de idade no dia 11 de setembro de 2017, no Centro de Guabiruba. O crime aconteceu por volta das 10h30, quando ele chegava com um malote de dinheiro na agência da cooperativa Viacredi. O cabo foi rendido pelos assaltantes e atingido por sete tiros.
Everaldo chegou a ser levado para o Hospital Azambuja, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ainda durante a manhã daquele dia. Todos os seis envolvidos na morte dele foram identificados pela polícia. Cinco estão presos e já condenados por latrocínio pela Justiça e um morreu ainda durante a fuga.
Os condenados são Alessandro Lussoli, Jhonatan Silveira Machado, Mário Sérgio Faust, Olmiro Severo Dias e Rafael Fantoni. O último envolvido preso foi Olmiro, detido pela Brigada Militar de Igrejinha, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), em 11 de maio de 2020.
A prisão dele chegou a levantar a hipótese de que ainda não tinham sido identificados todos os envolvidos no assalto. Entretanto, o delegado da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Brusque, Alex Bonfim Reis, que comandou o caso, afirma que as investigações foram finalizadas.
Envolvidos
Alessandro Lussoli
Prisão: outubro de 2017, em Brusque
Condenação: abril de 2018
Pena: 20 anos de prisão em regime fechado
Envolvimento: ele foi contratado por R$ 8 mil para ser o motorista do caminhão que ajudou na fuga.
Mário Sergio Faust, o Magrelo
Prisão: dezembro de 2017, em Curitiba (PR)
Condenação: abril de 2018
Pena: 30 anos de prisão em regime fechado
Envolvimento: ele foi um dos mentores do crime junto com Olmiro e Rafael. Junto com Olmiro, ele fez os pagamentos, limpeza dos veículos e dividiu os lucros do roubo.
Jhonatan Machado
Prisão: outubro de 2017, em Florianópolis
Condenação: abril de 2018
Pena: 23 anos e quatro meses de prisão em regime fechado
Envolvimento: ele e Lucas, que morreu durante a ação, fizeram os disparos contra o cabo da PM.
Rafael Fantoni
Prisão: 7 de março de 2019, em Balneário Piçarras
Condenação: julho de 2019
Pena: 23 anos e quatro meses de prisão em regime fechado
Envolvimento: ele foi um dos mentores do crime junto com Olmiro e Mário.
Olmiro Dias Severo, o Miro
Prisão: 11 de maio de 2020, em Igrejinha (RS)
Condenação: abril de 2018
Pena: 23 anos e quatro meses de prisão em regime fechado
Envolvimento: ele foi um dos mentores do crime junto com Mário e Rafael. Junto com Mário, fez os pagamentos, limpeza dos veículos e dividiu os lucros do roubo.
Lucas Ribeiro
Morreu durante a fuga em 11 de setembro de 2017
Envolvimento: ele e Jhonatan fizeram os disparos contra o cabo da PM.
Movimentações no processo
A sentença em primeiro grau, ocorrida em Brusque, foi em 28 de abril de 2018. Para Rafael Fantoni a sentença ocorreu em 19 de julho de 2019. Na época, todos os cinco acusados foram denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). Entretanto, Rafael não foi localizado à época para a citação, de acordo com o MP-SC.
Então, para não atrasar o andamento do processo, o juiz determinou que os autos ficassem suspensos em relação a Rafael até que ele fosse localizado e citado. Portanto, foi dado seguimento em relação aos demais acusados.
Em 8 de março de 2019, Rafael foi preso. Como o processo principal já tinha a sentença para os outros acusados e estava em fase de recurso, os autos foram desmembrados em relação a ele.
Segundo o MP-SC, toda a denúncia e produção de provas foi aproveitada. Porém, ele recebeu a sentença em um processo separado dos demais.
Rafael recorreu da sentença e o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) reconheceu parcialmente o recurso em janeiro deste ano. No caso, apenas para diminuir a pena de multa aplicada, fixando-a em onze dias-multa. Atualmente, Rafael está preso para cumprimento de pena definitiva.
Alessandro Lussoli , Jhonatan Silveira Machado, Mário Sérgio Faust e Olmiro Severo Dias recorreram, mas a sentença foi mantida pelo TJ-SC em novembro de 2020.
Ainda segundo o MP-SC, há informação de existência de recurso para Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF), mas não há acesso para mais informações. Também, não foi possível apurar em qual presídio cada condenado está.
Relembre a investigação
Em entrevista ao jornal O Município, o delegado Alex relata que as investigações do caso foram complexas. Contudo, com a contribuição fundamental da Polícia Militar e do Instituto Geral de Perícias (IGP), foi possível chegar aos envolvidos rapidamente.
Uma semana depois o assassinato, a polícia teve acesso a vídeos que mostravam a reunião dos envolvidos no estacionamento de uma indústria têxtil no bairro Bateas após o crime. Nas imagens, os policiais viram que um dos assaltantes, Lucas Ribeiro, de 22 anos, se feriu e precisou ser carregado pelos outros no momento da troca de carros.
Lucas acabou morrendo e o corpo foi abandonado na rodovia Antônio Heil. Os envolvidos removeram as roupas dele e o deixaram de roupa íntima para que a polícia não conseguisse ligá-lo ao crime. O corpo do assaltante foi encontrado no dia 12 de setembro, um dia após o crime, por moradores.
De acordo com o delegado, a parte mais complexa da identificação foi ligar a pessoa morta ao crime. Depois de uma semana, uma equipe da Polícia Civil e da Polícia Militar foi até o estacionamento procurar algum indício e encontraram uma gota de sangue.
O IGP foi acionado e fez o exame do DNA, que deu positivo com o do corpo encontrado no dia seguinte ao crime. Então, foi possível identificar as placas dos veículos, as pessoas que os dirigiam e algumas das pessoas diretamente envolvidas no crime.
Com base nas informações, na época foi pedido pela prisão preventiva de cinco pessoas, uma havia falecido e outras três não tinham sido identificadas. Duas delas foram presas à época dos fatos e outras três fugiram. A polícia conseguiu prender os três foragidos em Curitiba, Balneário Piçarras e em Igrejinha, no Rio Grande do Sul.
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