Após resgate, dois cachorros que sofreram maus-tratos buscam novos lares em Brusque
Desafio da protetora Kelly de Menezes agora é doar os animais e arcar com custos
Na tarde desta segunda-feira, 3, dois cachorros, um macho e uma fêmea, foram resgatados pela Polícia Civil no Limoeiro, em Brusque. Um homem de 35 anos foi preso por maus-tratos. Após o resgate, os cachorros foram levados para uma clínica veterinária, onde vão passar por exames. A protetora independente Kelly Caroline de Menezes, de 29 anos, ficou responsável pelos animais.
Trata-se de um cão macho, mestiço de pastor alemão, de porte grande e com cerca de 2 anos de idade, que será castrado; e uma fêmea, sem raça definida, de porte pequeno e de 5 meses. “Estamos pedindo doações para custear essa castração e exames de sangue”, conta Kelly.
Segundo a polícia, os animais estavam em condições insalubres, sem água, sem comida e presos em uma corrente com menos de um metro de comprimento. O homem foi preso em flagrante. Ele foi autuado e encaminhado para a Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque.
Para ajudar Kelly nos cuidados dos dois cachorros, é possível entrar em contato pelo número/WhatsApp 98826-1857. Também, é possível deixar uma doação diretamente na Clínica do Zeca, onde os dois estão, na rua Bulcão Viana, 95, no bairro Souza Cruz.
“A gente também busca lares temporários, caso alguém quiser ajudar e não poder adotar, já ajuda. Quanto mais dias ficar na clínica, ficará mais caro por conta das diárias. Nós ajudamos com a ração”, conta.
Ação da polícia
A atual tesoureira da Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra) de Brusque, Jéssica Ricardo, 29, explica que a polícia só pode retirar os animais do local se tiverem para onde levarem depois.
“As pessoas acham que o maior problema é o resgate, mas tem o após isso. É um trabalho em equipe. Precisa dos protetores para poderem encaminhar os animais”, explica. “Não dá para resgatar se não tem pra onde ir, ou sem nenhum suporte”, completa.
Polícia na linha de frente
Jéssica acredita que com a chegada do delegado da Polícia Civil de Brusque, Egídio Ferrari, a causa animal pode ter um novo caminho aqui no município. Ferrari é defensor dos animais, conhecido pela forte atuação no Vale do Itajaí.
“É muito importante ter uma pessoa como o delegado aqui na nossa cidade, atuando na causa. Porque a gente sempre teve bastante dificuldades com denúncias. Então todos os protetores estão muito empolgados com a chegada dele”, comenta.
Com o delegado na linha de frente e o retorno da Acapra, ela destaca que agora o desafio dos protetores é conseguir criar uma rede para buscar lares temporários e soluções. “Eu cansei de ir em denúncias de maus-tratos. É muito triste ver essa situação e estar de mãos atadas”, diz.
Segundo Jéssica, caso a Acapra estivesse funcionando, provavelmente os cachorros ficariam na responsabilidade da ONG, em uma clínica parceira. “Como a gente ainda não retomou as atividades, a Kelly se disponibilizou a ficar responsável por eles”, diz.
Ela explica que o ciclo do resgate se encerra quando o protetor conseguir doar os animais e a pagar as despesas deles. Agora a missão da Kelly é encontrar adotantes para os dois cães e pessoas dispostas a ajudar a arcar com os custos desses animais. São desde atendimento veterinário, como castração, entre outros cuidados.
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