Após vencer câncer de mama, brusquense disputa maratona
Josiane concluiu o desafio cinco anos depois de descobrir a doença
Após vencer câncer de mama, brusquense disputa maratona
Josiane concluiu o desafio cinco anos depois de descobrir a doença
- 26/10/2021
- 20:40
A brusquense Josiane Werner, 41 anos, venceu o desafio pessoal de concluir uma maratona no mês de agosto. Mas o desejo dessa vitória veio somente após superar outro desafio, o câncer de mama.
Em 2016, 20 dias após parar de amamentar a segunda filha, Josiane sentiu um nódulo no seio esquerdo. Mesmo acreditando ser algo relacionado ao leite, foi investigar junto com seu médico. Na sua família não havia registro da doença e não havia nenhum histórico que recomendasse a realização de exames antes dos 40 anos.
Através de biópsia descobriram que era um carcinoma mamário invasivo, o câncer de mama. “Eu me desesperei, fiquei sem chão. A primeira coisa que eu pensei foi na morte.”, disse Josiane.
Tratamento
Por ser jovem, com 36 anos na época, e não possuir outras doenças, a perspectiva do médico era positiva. Ele orientou que, devido ao quadro de saúde dela, dentro de oito meses Josiane teria finalizado o tratamento do câncer.
Entre os métodos de tratamento estavam a quimioterapia e a radioterapia. “Eu botei um propósito na minha cabeça: que eu ia me dar bem com a quimioterapia, que eu não ia ter reações. Era tanta energia positiva, tanta gente torcendo por mim, que nem sei explicar.”, disse Josiane.
Após a primeira sessão de quimioterapia, ela sentiu dores de cabeça e pensou que as demais seriam igual. Mas Josiane não teve mais reações. Ela se sentia tão bem que não precisou parar de trabalhar durante o período de tratamento. “Cada vez que eu ia a Blumenau fazer a quimioterapia, pensava que estava indo lá para matar aquilo que estava querendo me matar. Eu tinha certeza de que tudo ia acontecer da melhor maneira possível.”, falou Josiane.
Ela passou por uma cirurgia onde precisou retirar um quadrante da mama esquerda e quatro linfonodos da axila. Depois das sessões de quimioterapia, 16 no total, ela realizou mais 30 sessões de radioterapia.
Corrida
Durante o processo ela também teve o acompanhamento de uma nutricionista. “No início do tratamento eu emagreci bastante, mas depois, com tanta medicação, acabei engordando.”, disse. Quando finalmente venceu o câncer, Josiane decidiu que não teria uma vida sedentária. “Decidi que queria emagrecer, foi então que eu comecei a correr, para perder peso mais rápido.”, pontuou.
Na academia onde se exercitava, Josiane pediu para fazer treinamento de corrida. “Comecei a correr aos poucos e fiz minha primeira prova de corrida de 5km em Guabiruba. Me apaixonei!”, falou. Depois foram diversas provas com distâncias diferentes. Em 2020 decidiu focar ainda mais na prática da corrida e entrou no grupo Corrida do Bay.
Maratona
O grupo lançou o projeto 42k, que tinha como objetivo a conclusão de um percurso de uma maratona, 42 quilômetros. “Eu quis me desafiar e foi um projeto maravilhoso, amei ter participado. Treinei o ano inteiro.”, disse.
Uma semana antes da prova, Josiane machucou o tornozelo, mas mesmo assim seguiu com o desafio. “Ainda assim fiz a maratona, encontrei diversas pessoas que percorreram comigo alguns quilômetros e que me ajudaram, me motivaram a atingir a linha de chegada. Para mim foi um desafio e senti a energia de todo o grupo.”, relatou.
Passada a maratona, que ocorreu no dia 29 de agosto, ela segue correndo. “Meu maior desafio foi lutar contra o câncer e foi na corrida que encontrei uma maneira de fugir da minha baixa autoestima. A cada quilômetro que corro, tenho um encontro comigo mesma. É uma forma de cuidar do corpo e da mente. Correr é libertador, o coração bate mais rápido, a respiração acelera, é um momento que eu deixo as preocupações e o estresse do cotidiano de lado e presto atenção apenas no presente”, concluiu.
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