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Arena Brusque sofre consequências da falta de regularização

Segundo secretário, prefeitura busca normalizar situação do espaço construído há 13 anos

Dois dias após o fim do Jogo das Estrelas – entre Amigos do Ronaldinho Gaúcho e Amigos do Zé Roberto – o acúmulo de lixo nas arquibancadas da Arena Brusque ainda não havia sido completamente limpo.

Isso evidenciou que há ajustes a serem feitos na administração esportiva do município, uma vez que apenas três funcionários à disposição da Fundação Municipal de Esportes (FME) precisaram limpar cerca de 5 mil assentos, além de espaços para imprensa, quadra e arredores. A primeira edição da Copa de Kung Fu foi realizada no local, no fim de semana seguinte ao jogo festivo, sem estar 100% limpo.

Com falta de regulamentação, a Arena vem recebendo grandes eventos, que são disponibilizados pelos organizadores de forma gratuita, mas a prefeitura não arrecada nada, nem com o uso da quadra, nem com estacionamento ou mesmo as vendas de alimentos dentro do espaço. Além de dinheiro, os eventos também não deixam nenhum tipo de patrimônio para a Arena – como bebedouros ou artigos esportivos – apesar de isso já ter sido solicitado pela FME aos organizadores.

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A favor destes eventos, contudo, está o fato de que a economia de Brusque é aquecida, uma vez que hotéis são ocupados e lojas, bares e restaurantes da cidade aumentam suas vendas. Tanto o Grand Prix de Futsal, que trouxe a seleção nacional e de outros países para Brusque, quanto o Jogo das Estrelas fizeram com que moradores de outros municípios visitassem a cidade.

Esta regularização, contudo, já é discutida internamente na prefeitura. O superintendente da Fundação Municipal de Esportes (FME), Olavo Larangeira, já deixou claro que, se permanecer em 2019 à frente da pasta, esta será uma de suas principais lutas. É desejo da administração do prefeito Jonas Paegle que Larangeira permaneça, mas ele depende da definição do novo governo estadual, já que é servidor público efetivado pelo estado.

Outro problema detectado na Arena é a utilização de espaços por entidades esportivas, outros órgãos municipais, empresas e até mesmo o Fórum de Brusque, que conta com um depósito dentro da Arena Brusque, tudo sem regulamentação nenhuma. Com isso, todo o custo de energia, manutenção e limpeza destes espaços entram no orçamento da Fundação Municipal de Esportes, um dos menores entre as secretarias do município.

Neste ano houve também um alagamento da sede da FME, anexa à Arena, que ocasionou em danos ao local, resultado de um entupimento devido má projeção no encanamento do edifício.

“Estamos resolvendo problemas de décadas”
Segundo o secretário de Governo e Gestão Estratégica da Prefeitura de Brusque, William Molina, a Arena Brusque é mais um dos edifícios pertencentes ao município que precisa ser regulamentado. Ele afirma que a atual gestão está buscando solucionar iniciativas de governos anteriores que construíram obras ou adquiriram terrenos, mas não se atentaram para as questões burocráticas para normalizar estes espaços.

Como exemplo, ele cita o terreno do Volta Grande, adquirido em 2014 para abrigar modalidades esportivas e eventos de grande porte. “Este complexo, que já foi chamado de Vila Olímpica, passou para o nome da prefeitura somente em novembro de 2018. Agora sim as entidades podem utilizar. Então é mais uma destas coisas que esta gestão está buscando deixar em ordem. Estamos resolvendo alguns problemas de décadas atrás”.

Sobre a utilização da Arena para eventos de grande porte, Molina confessa que a prefeitura poderia arrecadar se o local estivesse regularizado, mas afirma que o giro econômico em torno das competições de alto interesse é bom para o município. “No fim, o saldo ainda é positivo para a gente. A prefeitura não teria condições de promover espetáculos desta proporção, e na verdade há outras prioridades para o governo municipal, e desta forma cedemos o espaço público da Arena Brusque, enquanto há aumento na arrecadação e geração de emprego e renda”.

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Recursos para a fundação
Com orçamento baixo para contemplar as diversas associações esportivas e competições do município, a FME tem projeções de buscar novas fontes de recurso. Segundo Larangeira, vem sendo reforçada a ideia de criar um Fundo Municipal do Esporte. “Assim a gente vai conseguir cobrar de quem usa a Arena Brusque, sendo que todo o dinheiro fica neste fundo e terá um retorno para o esporte municipal”.

Entre as deficiências da pasta, ele cita a falta de um transporte próprio. “Hoje se uma modalidade precisa viajar, temos que contar com apoio da Secretaria de Obras. É complicado, mas as entidades também precisam se unir mais em busca destes bens comuns”.

Para o superintendente, é necessário que a pasta conte, também, com um projetista que possa auxiliar na captação de recursos estaduais e nacionais em programas de incentivo fiscal. “É outra forma de arrecadar e aproveitar estes recursos que estão à disposição”.