Bruno da Silva/O Município
Ari Vequi prevê projetos e prioridades para Brusque em 2022 e próximos anos
Prefeito acredita em grande avanço estrutural, mas se preocupa com questão do esgoto
Com a aprovação de financiamento internacional e também o anúncio da construção de novas pontes, o prefeito de Brusque, Ari Vequi (MDB) projeta um grande avanço estrutural da cidade em 2022 e ainda mais em um futuro próximo.
Na última semana, Prefeitura de Brusque anunciou que serão instaladas quatro novas pontes na cidade, além da reforma e ampliação de mais uma estrutura. Os recursos investidos serão de, aproximadamente, R$ 35 milhões.
Será erguida uma ponte no Centro, que vai ligar a rodovia Antônio Heil à João Bauer, com R$ 19,7 milhões de investimento. Em extensão, esta será a maior ponte da cidade.
“Vínhamos discutindo com o governo federal através do Finisa da Caixa Econômica, e a Câmara já aprovou. A ponte que liga a Antônio Heil à João Bauer eu quero começar ainda no primeiro semestre – depende de ser licitada no mês de março”.
A segunda nova estrutura ligará as comunidades do Jardim Maluche e Rio Branco/Guarani. Esta obra, segundo a prefeitura, é o ponto inicial do complexo da futura Beira Rio Dom Joaquim e terá recursos estimados em R$ 15 milhões. Essas duas foram financiadas pelo Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), voltado ao setor público da Caixa Econômica Federal.
“Existe uma área que ainda não existe rua, vai ser criado uma acesso para fazer a ponte, e também vai ser estendida à Beira Rio, vai tirar o trânsito da avenida Dom Joaquim. Há a necessidade que o pessoal do Rio Branco venha para a Beira Rio. É um dos bairros que mais se desenvolve”.
Também no bairro Dom Joaquim, a atual ponte da rua DJ-003, em que só transitam, atualmente, veículos leves, será demolida e em seu lugar será erguida uma nova estrutura. O investimento previsto é de R$ 2,3 milhões.
“Essa está comprometida com o governo federal desde 2013, quando foi feita uma obra no Dom Joaquim. A construção foi feita com recursos do PAC e ficou essa ponte pra fazer. Tem um documento assinado pelo ex-prefeito Paulo Eccel, que dava ao município a responsabilidade do município fazer. Aquela região virou uma área residencial e industrial forte”.
A quarta nova ponte será construída em substituição à atual estrutura da ponte que liga as ruas Itajaí e Durval Luz, nos bairros Santa Terezinha e Limoeiro, com investimento de R$ 1,7 milhão.
“Quando o governador esteve em Brusque, me sinalizou que, além de ajudar na ponte do Guarani, ficaria esse outro projeto junto. Decidimos fazer agora porque estávamos esperando o dinheiro do estado. Já está publicado no Diário Oficial”, explica o prefeito
A prefeitura também realizará a reforma e revitalização da ponte Alois Petermann, entre os bairros Rio Branco e Dom Joaquim, que, no momento, só passam veículos leves, com investimento estimado em R$ 2 milhões
“É uma obra de urgência, também já está em edital. Vai ser desmontada a ponte, o trânsito será bloqueado de quatro a seis meses. A capacidade vai passar de 30 para 45 toneladas. No laudo que fizemos, percebemos que ela já estava condenada, com possibilidade de queda. Não teve como conseguir captar porque era recuperação e vamos usar recursos próprios”.
Investimentos
A Câmara de Brusque aprovou por unanimidade no início de fevereiro que Prefeitura de Brusque firme financiamento de até US$ 30 milhões, por meio do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). A Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministério da Economia já havia autorizado a captação do recurso no início do ano.
O foco da captação será o desenvolvimento do Programa Brusque 2030 e terá como prioridade o abastecimento de água e a infraestrutura urbana da cidade. O financiamento prevê contrapartida de 7 milhões de dólares do município. O investimento total ficará acima de 37 milhões de dólares.
A proposta foi construída em parceria pela Secretaria de Fazenda e Gestão Estratégica e a Secretaria de Infraestrutura Estratégica, ficando entre os 13 projetos selecionados, ao lado de capitais, estados e da própria União. Vequi celebra a confiança da Câmara no projeto.
“Achei que a Câmara foi consciente por ter aprovado por unanimidade. É a primeira vez que Brusque aprova um processo desse de financiamento internacional. Não é para o governo Ari Vequi, mas para a cidade. Vai levar até sete anos de execução. É uma possibilidade de mudar bastante a cara da cidade, com grandes investimentos”.
O prefeito ressalta que esta aprovação é essencial para o desenvolvimento do município por causa da dificuldade de angariar recursos. Nessa aprovação do ano passado, apenas Brusque e Florianópolis conseguiram o financiamento do Fonplata em Santa Catarina.
“Não existe, hoje, recurso para captar em fundo perdido, a não ser o Plano 1000. As emendas parlamentares não são suficientes para obras desse tamanho, e nossa receita não chega a R$ 60 mi por mês. Precisamos de recursos financiados. O Fonplata tem os juros mais baratos e é o único que faz financiamento internacional de menos de R$ 50 mi. Também tem as experiências deles com Blumenau, Itajaí, Chapecó e Criciúma. Vai mudar a cara de Brusque, por exemplo, com um novo acesso à Limeira”.
Vequi afirma que a prefeitura teve o cuidado de fazer um procedimento anterior à solicitação da aprovação por parte da Câmara. Segundo ele, por causa dessas obras previstas, a prefeitura vai montar uma sala de projetos para acompanhar o andamento dos trabalhos.
“Teremos um grande investimento em Brusque nos próximos anos. Esse grupo não é para seis meses. Vai ficar uns dez anos. Estamos atentos a isso. Neste ano, o Moisés já colocou R$ 22 mi disponíveis para a revitalização da rodovia Antônio Heil, queremos começar antes do período eleitoral. Vamos lutar para o Plano 1000 seja mantido seja quem for o governador”.
Projetos que devem ser contemplados pelo financiamento do Fonplata
- ETA Cristalina;
- Beira Rio Dom Joaquim;
- Drenagem das ruas Vitor Meirelles e Gustavo Halfpap, e também em vias no Águas Claras, Cedrinho, Dom Joaquim e Santa Terezinha;
- Vias novas no Dom Joaquim e Limeira;
- Retificação do rio Limeira.
Esgoto sanitário
O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque finalizou no início de março a adequação do termo de referência do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) do tratamento de esgoto sanitário na cidade. O objetivo é coletar estudos das empresas interessadas que demonstrem a melhor estratégia de concessão para que o município saia do zero no quantitativo de esgoto sanitário tratado.
Para Vequi, a melhor solução seria a privatização dos serviços de água e esgoto da cidade, mas ele considera difícil que Brusque avance para isso.
“A grande verdade é que o Brasil passa por um momento em que é necessário vender o serviço de água e esgoto dos municípios. Mas eu conversei com a Câmara de Vereadores e entidades e não há um avanço na questão da privatização. Fizemos novamente o PMI, pela terceira vez no município, e apareceram oito empresas. Dentre essas, vão aparecer alguns projetos que vão querer, pelo menos, a parte comercial do Samae – hidrômetro, cobrança, faturamento”.
O prefeito admite a preocupação com o assunto e acredita que será difícil encontrar uma empresa disposta ao investimentos nos termos atuais.
“Teria que investir R$ 300 mi para começar a cobrar só daqui a cinco anos. Espero que, agora, com equipe contratada, a gente consiga levar para o processo licitatório. Se não der certo, só restam duas saídas: vender tudo ou assumir o saneamento, mas aí não conseguimos recursos federais e teria que o Samae fazer as obras aos poucos. É feio para nossa cidade, com o IDH tão bom, ter o esgoto zero. Poderíamos estar entre as 50 melhores cidades do Brasil nesse ranking se já tivéssemos avançado nisso”.
Educação e saúde
Para Vequi, 2022 será o “ano da Educação” em Brusque. Ele cita que, neste ano, o município vai implantar o contraturno com aulas de Português e Matemática para alunos interessados, além de modernizar as aulas, com ensino de robótica, a ampliação do uso da plataforma Google Education e a compra e locação de computadores para as escolas municipais.
“Nosso IDEB é bom, mas precisa melhorar ainda mais. Queremos desenvolver a inovação, o empreendedorismo. Vai ser um grande avanço para nossos estudantes. Investimos muito e ainda vamos investir mais”.
Na área da Saúde, Vequi acredita que é necessário ampliar a quantidade de especialistas para atender a população. O prefeito acredita que a infraestrutura da cidade é boa, mas vê como imprescindível o aumento do número de profissionais.
Uma das medidas será a transferência da área administrativa da Saúde da Policlínica do Centro, para a instalação de consultórios.
“Estamos em fase adiantada no Pronto Atendimento no Santa Terezinha, os hospitais Azambuja e Dom Joaquim estão em processo de ampliação. A estrutura física está boa, precisamos investir em exames e profissionais. Nos últimos anos, investimos muito em rede básica e não em média e alta complexidade”.
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