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Artesanato sustentável: brusquense produz miniaturas com materiais de sucata

Aposentado aos 72 anos, Hélio Ardigó usa a criatividade para construir tudo o que vem na cabeça

Carroças, tear, porta-chaves e até aviões. Hélio Ardigó, de 72 anos, constrói tudo o que vem na cabeça com materiais de sucata. Morador do bairro Santa Terezinha, guarda em sua casa várias peças de artesanato feitas do material.

Nascido em Rio do Sul, Hélio mora em Brusque desde os 4 anos, quase toda sua vida na rua Luiz Albani. Quando criança, ajudava o pai trabalhando com cavalos em carregamentos

Aos 14 anos, começou a trabalhar na fábrica Renaux, até os tempos de serviço militar obrigatório. Tendo retornado à empresa após o período. Posteriormente trabalhou na indústria Schlösser e, por dez anos, foi empregado na Buettner. Seu último trabalho foi na empresa Molas Brusque e então veio a aposentadoria.

No início, o artesanato surgiu como um hobbie. “Me aposentei, não tinha nada pra fazer, não frequentava bares, ficava mais em casa. Comecei a fazer e a gostar de miniaturas”, diz. Hélio confessa que o tempo trabalhado em indústrias e empresas, vendo todo processo de criação e fabricação de produtos, também o impulsionou a despertar o interesse criativo.

Porta chaves feitos por Hélio. Foto: Vitor Souza/O Município

Trabalhos

O artesão conta que fazer todos os produtos é muito cansativo. A criação das peças acontece a partir das 22h, horário em que a rua está silenciosa, o que o ajuda a ter concentração para construir os materiais. “É tudo feito no capricho”.

Hélio tem em sua prateleira carroças, poços, cataventos, porta-chaves e várias outras miniaturas. Das maiores que possui estão os aviões feitos de sucata.

Ele ressalta que grande parte dos trabalhos na montagem são feitos por ele, mas que também, às vezes, precisa de ajuda na criação, pois não possui torneiro e alguns outros equipamentos mecânicos.

Seu Hélio não expõem seus materiais. Ele não possui celular ou redes sociais. A divulgação fica apenas por amigos, colegas e nas fotografias de seus produtos.

Hélio não comercializa suas miniaturas pois, pela idade e todo o trabalho que é necessário, entende que é inviável.

“Faço por gosto. Já recebi vários pedidos, mas dá muito trabalho”. Ele conta ainda que mesmo se fossem pedidos por encomendas, também não faria. “Um amigo meu pediu pra mim na época, ‘te dou R$ 600, não fiz, dá muito trabalho, é muito trabalhoso”, conta o artesão.

“Mini tear”

Entre os trabalhos que seu Hélio exibe está um “mini” tear, feito de materiais alternativos como carretel de linha, um pente e um motor de brinquedo. Uma carroça que, segundo ele, várias pessoas já pediram uma igual.

As carroças preenchem boa parte da prateleira de Hélio, com vários modelos diferentes. Os serviços com cavalos durante a infância ajudaram a promover o gosto pelas carrocinhas.

Vitor Souza/O Município

Ainda na infância, Hélio também participava de competições de laço, tendo conquistado dois troféus em torneios realizados em Gaspar.

Um dos trabalhos mais completos do artesão está em um avião com três eixos. De acordo com Hélio, este fica preso na varanda.

A aeronave possui turbinas, janelas desenhadas e até a logo da empresa de linhas aéreas Gol. Hélio diz que várias pessoas já foram até sua casa para conhecer a réplica.

Confira:

E para não esquecer de nenhuma obra, ele guarda em seu quarto um álbum com vários de seus projetos criados.

Para os que ficam interessados em conhecer e saber mais sobre os trabalhos produzidos por Hélio, o artesão permite a visitação. Entretanto, ele atende apenas pelo número de telefone, pois não possui redes sociais ou contato por WhatsApp.

Para falar com Hélio Ardigó é preciso ligar para o seguinte número: (47) 98472-5855.


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