Árvores do terreno onde ficava o casarão de Calinho Renaux são cortadas
Segundo laudo da Defesa Civil, elas poderiam cair sobre a rua
Segundo laudo da Defesa Civil, elas poderiam cair sobre a rua
O terreno onde ficava a casa do ex-empresário Carlos Cid Renaux, o Calinho, passou por mais uma limpeza. Na semana passada, algumas árvores que ficavam dentro da área foram cortadas.
As fotos do corte das árvores circularam pelas redes sociais e causaram comoção. Contudo, o corte tem o aval do poder público.
De acordo com o diretor da Defesa Civil de Brusque, Carlos Alexandre Reis, o órgão recebeu uma solicitação de vistoria no dia 26 de setembro de 2018, e no mesmo dia foi ao local para averiguar a situação.
Com base na vistoria, foi emitido um laudo que apontou que duas árvores estavam doentes, o que provocava risco de queda, visto que havia inclinação sobre a rua e proximidade com a rede elétrica.
O laudo recomendou o corte das árvores, mas quem autorizou foi a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), conforme determina a legislação. O superintendente da Fundema, Cristiano Olinger, diz que a autorização foi emitida após vistoria do engenheiro florestal.
O profissional confirmou que as árvores estavam doentes. Como são menos de 20 árvores, a autorização é mais simples.
Além disso, as árvores ficam em área urbana, onde a lei permite o desbaste em alguns casos. Questionado sobre a idade das árvores, Olinger diz que na área central quase não existem árvores nativas e dificilmente se trata de vegetação centenária.
O superintendente sustenta que a Fundema emitiu a autorização em conformidade com a legislação ambiental. Após a repercussão nas redes sociais, a fundação recebeu uma denúncia, foi ao local, mas confirmou que havia a autorização para o corte.
Neto do Cônsul Carlos Renaux, Carlos Cid Renaux, o Calinho, morou na casa, situada na rua Pastor Sandrescky, até setembro de 2002, quando faleceu. Ainda que não fosse uma mansão, era uma residência imponente, numa área ampla e bem localizada.
“O Cônsul deixou claro que os capitães da indústria deveriam mostrar solidez também em suas residências”, explica o historiador Paulo Kons. Para ele, Calinho Renaux foi o último dos “capitães da indústria de Brusque”.
O casarão foi também um importante ponto de encontro de Calinho com empresários e políticos. Era ali que alguns iam para se aconselhar com ele. Kons conta que José Germano Schaefer, o Pilolo, por exemplo, foi recebido pelo industrial, assim como outros tantos.
Depois da morte de Calinho, em 13 de setembro de 2002, o casarão abrigou um restaurante. Depois, ele foi alugado para a prefeitura, que ali instalou diversos serviços de Saúde e permaneceu por cerca de dez anos.
No ano passado, a prefeitura desocupou o imóvel. O casarão foi demolido em outubro de 2018, conforme publicado por O Município.
Sem definição
A atual proprietária é Jussara Renaux. Segundo ela, ainda não foi definido o que será feito no terreno. Por enquanto, foi realizada apenas a limpeza do imóvel.
Jussara diz que um engenheiro avaliou a situação do edifício depois que ele foi desocupado pela prefeitura. A conclusão é que o estado de conservação estava muito ruim e, com isso, sairia muito caro para reformá-lo, ou seja, valia mais a pena demolir.