As semanas de Julinho Hildebrand no Fluminense de 1952
Artilheiro que marcou época no Paysandú e no Renaux treinou no Rio de Janeiro, sem intenção de permanecer
Falecido na manhã desta segunda-feira, 8, aos 94 anos, Julinho Hildebrand possui, entre suas inúmeras histórias no futebol, uma passagem-relâmpago pelo Fluminense, em 1952. Foram três semanas no Rio de Janeiro, mas permanecer na então capital federal não era uma opção. Preferiu focar na vida em Brusque, já recém-casado e com o nascimento do primeiro filho.
A iniciativa da viagem partiu do então treinador do Paysandú, Caldeira, para levar Julinho a fazer testes no Fluminense. Conforme relatado no livro Para Sempre O Mais Querido, de Ricardo José Engel e Valdir Appel, o atacante agradou o técnico tricolor, Zezé Moreira. E, em uma coincidência incrível, estava hospedado num hotel chamado Paysandú.
Foram três semanas treinando com o time do Fluminense, ao lado de jogadores como Didi, campeão mundial em 1958 e 1962, com passagem pelo Real Madrid de Di Stéfano e Puskás em 1959-60. Outro colega nestes dias tricolores era Telê Santana, ainda no início de sua carreira como jogador.
“Havia ainda o zagueiro central Pinheiro, além de Píndaro, Valdo, Orlando, Didi e outras feras da época. Por acaso lá encontrei meu amigo Jota Duarte, o qual me levou para conhecer o Rio de Janeiro. Esta era, na verdade, minha única intenção: conhecer o Rio”, comentou a O Município, conforme registrado na edição de 27 de outubro de 1989 e citado por Engel e Appel no livro.
“Inclusive eu já tinha avisado o Caldeira que iria só para conhecer o Rio de Janeiro e depois voltaria para Brusque. Não ficaria lá de forma alguma”, completou Julinho.
Pelo Paysandú, Julinho Hildebrand foi vice-campeão catarinense de 1956, com o título da Divisão Extra de Profissionais; campeão da Liga Blumenauense de Futebol (LBF) em 1952 e 1956; e campeão da Liga Desportiva Brusquense, em 1959. Jogou
No Carlos Renaux, atuou de 1947 a 1952. Entre outras conquistas, foi campeão catarinense de 1950. Retornou ao Vovô do futebol catarinense “emprestado” para ocasiões específicas: a mais marcante delas foi o 5 a 5 contra o Botafogo em 1958, anotando um dos gols alviverdes.
Outra foi em 22 de janeiro de 1954, o Renaux representava a Seleção Catarinense, jogando contra a Seleção Gaúcha, em Porto Alegre. Julinho marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 1.
O velório de Julinho Hildebrand foi realizado na segunda-feira, 8. Ele foi sepultado na manhã desta terça-feira, 9, no Parque da Saudade, em Brusque. Deixou nove filhos enlutados, além de netos e bisnetos.
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