Asilo humanitário ou amparo à corrupção?
Em matéria de improbidade nas ações da administração pública, a nação brasileira ocupa um triste e vergonhoso lugar no pódio dos países mais corruptos do mundo. Nessa deplorável competição de pilhagens e assaltos aos cofres da República, o Brasil sempre tem chegado entre os primeiros para receber a insidiosa medalha da improbidade e do descalabro […]
Em matéria de improbidade nas ações da administração pública, a nação brasileira ocupa um triste e vergonhoso lugar no pódio dos países mais corruptos do mundo. Nessa deplorável competição de pilhagens e assaltos aos cofres da República, o Brasil sempre tem chegado entre os primeiros para receber a insidiosa medalha da improbidade e do descalabro no trato dos recursos públicos. Tudo para alimentar a sanha lucrativa de grandes conglomerados empresariais e encher bolsos e cuecas de políticos que nunca saem do poder.
O leitor poderia pensar que estou fazendo uma crítica leviana. No entanto, a ONG Transparência Internacional-Brasil informa que o nosso país está na 107ª posição do Índice de Percepção da Corrupção, empatado com Argélia, Malauí, Nepal e outros. Isso significa que temos mais corrupção do que outros 107 países. Para a ONG, a atual administração petista, a decisão do ministro Toffoli, que atendeu ao pedido de sua mulher advogada da causa e suspendeu a dívida de 10 bilhões de reais do grupo JBS e, principalmente, a decisão da maioria do STF que anulou todos os processos da Lava Jato, são os principais fatores responsáveis pela péssima colocação do Brasil no ranking da anticorrupção.
E o presidente Lula acredita que é preciso reforçar o time da corrupção com delinquentes estrangeiros. Na semana passada, mandou buscar, num avião da FabTur, a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia. Ela e seu marido foram condenados a 15 anos de prisão por crime de corrupção, pela justiça peruana, que condena ex-presidentes corruptos, não anula os processos e, atualmente, mantém três deles na cadeia. Inclusive o marido da “asilada”.
O governo se apressou em informar que concedeu o asilo por razões humanitárias. Não é a primeira vez que o atual governo deturpa um fato e falta com a verdade para tentar justificar uma grave e vergonhosa ação. O fato é que o instituto do asilo existe para proteger pessoas perseguidas por motivo político, racial ou religioso e não para ajudar a delinquente comum. E, com certeza, a peruana Nadine Heredia foi condenada à prisão pelo crime comum de ter recebido três milhões de dólares da empreiteira Odebrecht. Segundo notícias veiculadas na imprensa, a propina teria sido doada a pedido do presidente Lula.
O governo tenta mascarar com a cortina da ajuda humanitária a sua execrável ação de importar uma estrangeira, que traz no seu passaporte o carimbo de condenada por corrupção. No entanto, está claro que o asilo não foi concedido a uma mulher perseguida por crime político, mas tão somente para livrar da prisão uma companheira condenada por um crime comum.
A asilada deve estar feliz. Nesse paraíso verde e amarelo sem os grandes corruptos na prisão, Nadine Heredia, com certeza vai se sentir em casa. Não terá dificuldade para encontrar companheiros, a fim de trocar experiências sobre a arte de assaltar o cofre da nação, botar a mão no dinheiro público e viver em liberdade com o selo de garantia do governo petista.