X
X

Buscar

Assinaturas falsificadas eram grosseiras, diz sócio de empresa

Agamenon Bueno de Souza, sócio da Setorsul, não reconheceu a participação de sua empresa em diversos processos licitatórios da SDR

Agamenon Bueno de Souza é um dos sócios da Setorsul, ao lado de Murilo Ceconello. Em que pese a existência de suas assinaturas na documentação que o Ministério Público aponta como fraudulenta nos processos licitatórios, ele não foi denunciado na ação penal.

Isso porque, para o MP-SC, está claro que ele foi enganado neste caso. As assinaturas de Agamenon nas cartas-proposta da Setorsul foram identificadas como “grosseiramente falsificadas”.

Ao ser confrontado com diversas assinaturas em documentação constante de processos licitatórios, mostrou-se surpreso e informou que sequer tinha conhecimento da existência das licitações.

Questionado se acredita que as assinaturas foram falsificadas pelo seu sócio, Murilo Ceconello, Agamenon disse que não tem como saber, mas ponderou que “se ficar comprovado, ele vai arcar com as consequências. Se ele assinou documento que não podia assinar, vai ter que arcar”.

“É muito grosseira [a falsificação]. Se isso aqui está comprovado que a assinatura é dele, eu não acredito que ele seja tão primário, tão infantil de fazer uma coisa desta natureza”.

Ele afirma, ainda, que caso as suspeitas se comprovem, ao fim da ação penal, irá processar os envolvidos.

“Acabando todo esse imbróglio, eu quero processar esses camaradas, eu vou processar”.

Vídeo: Agamenon fala sobre falsificação de sua assinatura

Algumas das licitações no modelo carta-convite em que sua assinatura foi falsificada, eram para a prestação de serviços que a Setorsul não tinha expertise para realizar, segundo informou.

Um deles, por exemplo, foi a contratação de empresa para roçadas na SC-410, entre São João Batista e Nova Trento.

Durante os dois interrogatórios, Agamenon Bueno de Souza aparentou diversas reações. Inicialmente, ficou bastante surpreso em ter sido envolvido na ação.

Algum tempo antes, ele havia recebido membros do Gaeco, que fizeram busca e apreensão na sua empresa. À época, Agamenon não entendeu nada do que se tratava a operação.

Durante o primeiro interrogatório, sua principal preocupação é que as acusações envolvendo a empresa e seu sócio, Murilo Ceconello, pudessem comprometê-la financeiramente

Agamenon preocupou-se porque trata-se de seu único meio de obtenção de renda, assim como das pessoas que dependem dos empregos.

Sócio da Setorsul afirma que suas assinaturas foram grosseiramente falsificadas nas propostas apresentadas: acima, sua assinatura original, de contratos da empresa; abaixo, a falsificação feita para uma licitação na SDR | Foto: Reprodução


Em um segundo interrogatório, já ciente de que tinha sido enganado, impressionou-se com a quantidade de documentos nos quais sua assinatura havia sido forjada, entre 20 a 30, e também com a forma grosseira que essa falsificação ocorrera.

Em determinados momentos, chegou a rir do engendro que foi montado para “atestar” a participação da Setorsul em diversas licitações das quais ele não tinha conhecimento.

“Eu lamento toda essa situação, com certeza absoluta não concordo com esse tipo de coisa”, finalizou. Ele será chamado a prestar depoimento perante o juiz, quando iniciar a instrução do processo.