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Associação Cultural São Pedro realiza oficina de maquiagem artística

Equipe voluntária aperfeiçoou técnicas de envelhecimento e efeitos especiais

Mais de 20 voluntários da Associação Artística Cultural São Pedro (AACSP) que atuam no espetáculo “Paixão e Morte de um Homem Livre”, participaram de uma oficina de maquiagem artística, ministrada pelo ator e professor Fábio Luís Hostert, de Blumenau. A formação foi realizada nesta quinta-feira, 15, na sede da entidade, com duração de oito horas.

“Foram apresentadas técnicas novas que contribuem na melhora dos detalhes e que, com certeza, vão incrementar o teatro na edição de 2019. Não podemos apresentar um Jesus machucado, sendo que as pessoas mais afastadas do palco não conseguem enxergar isso. Então avançamos nesta construção da realidade, especialmente para cenas de Jesus flagelado e a crucificação”, afirma o presidente da AACSP, Marcelo do Nascimento.

A diretora do espetáculo, Rejane Habitzreuter Schlindwein, também comemorou a formação. “Foi um dia gratificante, até porque a equipe de maquiagem precisava desta valorização. Em 2019 vamos ter uma cena nova e mais complexa e já avançamos nas ideias desta montagem. Também melhoramos as técnicas de envelhecimento e para o uso de barba, que trazem um efeito mais natural”, descreve a diretora.

Formação
O objetivo da oficina de maquiagem era apresentar materiais e métodos utilizados na maquiagem artística, com foco na pesquisa de etnias e efeitos especiais. Durante a formação foram repassadas orientações para o uso de traços, luzes e sombras.

“A proposta era se aprofundar nos aspectos visuais e na própria maquiagem. Por isso, a Associação me enviou algumas referências do que precisava e juntos conseguimos trabalhar em novas criações, bem como nos detalhes de alguns personagens”, conta o ator Fábio Luís Hostert.

Segundo ele, a ideia da oficina foi a experimentação em conjunto, com algumas referências diretas e outras criada no decorrer do encontro. “Quando cheguei, as maquiadoras baixaram minha expectativa, mas fiquei bem surpreso com o trabalho que elas desenvolvem há tantos anos. Então pude contribuir mais com as propriedades técnicas para a maquiagem cumprir seu objetivo, seja na aplicação natural ou contrastada. Outro foco estava nos efeitos especiais e trouxe alguns materiais que ainda não eram conhecidos e que vão somar neste projeto maravilhoso”, pontua Fábio.

Personagens mais poéticos ou oníricos, como anjos e demônios também foram caracterizados, sempre levando em consideração a distância do público. “A maquiagem auxilia na expressão do ator. Por isso, para os soldados, pensamos em traços mais brutos. Já a maquiagem de envelhecimento, quando olhada de perto até assusta porque é bem carregada de traços e de contrastes entre a luz e a sombra. Mas é deste jeito que ela cumpre sua função, levando em consideração a distância do público”, ensina o ator.

 Avaliação positiva
Em 2019, Jesus é o narrador do espetáculo “Paixão e Morte de um Homem Livre” e oito atores voluntários vão interpretar este papel, nas mais diferentes faixas etárias. A coordenação da maquiagem de Jesus é responsabilidade da voluntária Vanessa Dietrich Carminatti, que comanda uma equipe formada por quatro maquiadoras.

“O principal desafio é o tempo. Hoje aprendemos técnicas que deixam a maquiagem mais profissional e bem próxima do que é o real. O grande problema é a limitação de tempo. Aplicamos os efeitos em Jesus para a flagelação e depois precisamos remover tudo isso em poucos minutos, para a cena da ressurreição. É um grande trabalho que acontece nos bastidores”, revela Vanessa.

E pelo mesmo personagem ser interpretado por oito pessoas diferentes, a coordenadora também enalteceu o conhecimento de padronização das maquiagens. “Pessoalmente ninguém é parecido e a vantagem é que no teatro eles não aparecem juntos. Ainda assim, conseguiremos igualar alguns detalhes e a oficina ajudou neste sentido”, avalia.

Liliane Kohler, ao lado da irmã, Andréa Haacke, é responsável pela coordenação da maquiagem dos demais personagens, ou seja, cerca de 350 pessoas. Em sua equipe são 22 maquiadoras voluntárias que iniciam o trabalho bem antes do espetáculo começar. Todos os personagens, sem exceção, receberão este cuidado antes de pisar no palco.

“O maior desafio é passar para o público os personagens com características daquela época. Estou envolvida com o teatro desde 1997 e nunca passamos por uma oficina profissionalizante. Até então a gente observava uma foto ou assistia um filme e tentava reproduzir. Tudo era na base do improviso e da experimentação. Hoje aprendemos técnicas e temos mais clareza sobre como se faz a maquiagem”, salienta Liliane.