Associação de pais de autistas de Brusque busca recursos para abrir nova sede em 2020

Intenção é oferecer um centro de estimulação terapêutica

Associação de pais de autistas de Brusque busca recursos para abrir nova sede em 2020

Intenção é oferecer um centro de estimulação terapêutica

Para 2020, o objetivo da Associação de Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque (Ama) é buscar uma nova sede. De acordo com a jornalista Guédria Motta, que em janeiro assume a presidência da entidade, a intenção é abrir um centro de estimulação terapêutica.

Segundo ela, a Ama Brusque fez uma pesquisa em outubro com cerca de 200 famílias que possuem crianças ou adolescente com autismo. No final, descobriram que 80% delas não fazem terapia na cidade. 

Portanto, existe uma grande necessidade de atendimentos no município de fonoaudióloga, psicóloga, psicopedagoga e terapia ocupacional com integração sensorial.

Atualmente, a sede da associação fica na rua Ernesto Bianchini, no Guarani. É uma sala de aproximadamente 20 metros quadrados com cerca de 35 cadeiras, adquiridas por meio de doações.

“É onde realizamos nossos encontros mensais com famílias e profissionais. Ali, não temos como prestar nenhum atendimento pela falta de espaço. Até imaginamos fazer uma divisória com dois consultórios, mas eles não teriam janelas, seriam minúsculos e a gente não teria onde depositar todas essas cadeiras”, conta.

Ou seja, para conseguir prestar os atendimentos, a Ama precisaria de um local com mais estrutura. Para isso, entidade necessidade de recursos, além de manter os serviços de atendimento.

Em busca de terapia

Guédria explica que, em Brusque, o único lugar que acolhe a criança com autismo no serviço gratuito de estimulação é a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), por meio da Clínica de Terapia Integrada Uni Duni Tê.

Contudo, a Apae tem limitação de atendimento e faz acompanhamento para crianças de até 6 anos de idade. A partir daí, permanecem na Apae os quem tem o autismo muito severo, associado com alguma deficiência intelectual. 

Ou seja, os casos moderados e leves de autismo acabam saindo do atendimento. Nestas situações, segundo Guédria, a família tem dois caminhos: ou investe dinheiro para terapias particulares, ou então a criança fica desassistida.

“O que é uma estupidez muito grande, quando a gente leva em consideração do autismo ser um espectro. Isso significa que através da intervenção correta é possível que uma criança deixe os níveis mais severos e vá para os níveis mais leves”, conta.

Com dois filhos com autismo, Guédria conta que apenas o caçula, Daniel, de 3 anos de idade, está em atendimento na Clínica de Terapia Integrada Uni Duni Tê. O mais velho possui acompanhamento particular.

“Um mundo onde todos são estimulados de maneira correta e têm acesso e direito a terapias que fazem a diferença é um mundo melhor para todos. Eu só posso esperar que um mundo possa ser melhor para os meus filhos, quando ele for melhor para todos”, completa.

Dinheiro em caixa

Atualmente, os recursos que Ama Brusque conta são de quase R$ 30 mil, conseguidos em pedágio beneficente. Além do dinheiro em caixa, decorrente do troco solidário, que soma cerca de R$ 50 mil. 

Entretanto, o valor é pouco para iniciar o atendimento, até porque a entidade precisaria de outra sede. Em espaços considerados ideais, estima-se que o aluguel seja em torno de R$ 2,5 mil, que, em um ano, custaria o valor arrecadado do pedágio. 

Até o momento, junto com a prefeitura, a entidade ainda não encontrou um local adequado. Mas, de acordo com Guédria, em janeiro, a Ama Brusque iniciará os atendimentos. “Nem que seja para dez crianças em situação de vulnerabilidade”, afirma.

Tentativas de recursos

A vontade da entidade seria aprovar um chamamento público, nos mesmos moldes da Ama de Itajaí. Para isso, Guédria conta que já procurou a Secretaria de Saúde e o gabinete do vice-prefeito, Ari Vequi.

Ela explica que é necessário o valor de R$ 120 mil para atender 50 crianças por durante seis meses, com o melhor atendimento. Contudo, o retorno inicial foi de não ter recursos disponíveis no momento.

“Ainda não recebemos um não. Entregamos o projeto e eles verão como é possível avançar. Embora tenham deixado claro que dificilmente seria contemplado na totalidade”, diz.

Além disso, a Ama Brusque é eleita no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Recentemente, inscreveu fez um projeto para um edital do CMDCA, para que, por meio dessa chancela pública, a entidade pudesse ir até empresas para buscar dinheiro de conversão de impostos. 

“Era para ter saído em novembro. Vamos ficar insistindo para sair esse edital, que é aberto para todas as entidades. Também encaminhamos um projeto para o Criança Esperança”, continua. 

O projeto é para angariar o recurso de R$ 300 mil, que conseguirá estender os atendimentos por durante o ano inteiro.

Agora, a Ama Brusque acompanha outros editais para cadastrarem os projetos. Porém, a possibilidade de apoios de empresas também são possíveis.

“Se alguma empresa ou entidade tiver sensibilidade e puder contribuir com isso, estamos comprometido a fazer. Acho que precisamos falar muito sobre o autismo, em dez anos ele estará muito mais perto da gente, vai aumentar muito. Há muito o que ser feito”, finaliza.

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