Associação dos Migrantes pretende cadastrar 19 mil em um ano
Ação, no entanto, é difícil devido à falta de recursos para contratação de funcionários
Mesmo formalizada há pouco mais de dois meses, a Associação dos Migrantes Amigos de Brusque (Amab) trabalha, desde dezembro do ano passado, com o processo de cadastramento dos migrantes do município. Em um ano, representantes da associação pretendem cadastrar 19 mil pessoas. O projeto, porém, apresenta dificuldades em razão da falta de recursos para a contratação de funcionários.
Até agora, 626 pessoas foram registradas no sistema, de acordo com o presente da Amab, Rosenildo Eustaquio Silva Santos, o Baiano. Ele afirma que quatro integrantes da associação trabalham nos cadastros, mas como o serviço é voluntário, não há fluxo intenso de visitas a residências. A maioria dos registros é de amigos e de conhecidos dos voluntários e também de pessoas que se dirigem à sede da Amab em busca de informações.
“O cadastro não está abrangente porque as pessoas que nos ajudam têm trabalhos fixos e não podem ficar oito horas por dia envolvidas. Mas com nossos eventos e as nossas rifas, pretendemos angariar recursos para investir melhor nesse processo e contratar funcionários. Assim eles poderão passar nas residências e poderão criar um cronograma de visitas por bairros”, explica.
Cada um dos quatro voluntários trabalha com um tablet integrado a um sistema. No fim de cada semana, todas as informações dos migrantes são repassadas dos aparelhos para um computador central que abriga o banco de dados. Desde informações básicas, como nome, estado de origem, profissão e data que chegou a Brusque, até informações mais detalhadas como profissão exercida no estado natal e lazeres preferidos, estão entre os dados que compõem o levantamento.
“Queremos saber, por exemplo, se a pessoa era vigilante no estado de origem e se agora atua como pedreiro em Brusque. Ou se era técnico em enfermagem e agora está na área têxtil. Com essas informações, poderemos saber se a pessoa está satisfeita ou não. Caso não, podemos tentar encaixar ela na mesma profissão ou em profissão semelhante à do estado de origem”, afirma Baiano.
Por enquanto, segundo o presidente, a Bahia é estado com maior número de cadastros, seguido por Paraná, Pará e Rio Grande do Sul. O objetivo da Amab, explica Baiano, é fortalecer os migrantes, seja com informações relevantes sobre o município ou com a oferta, no futuro, de cursos profissionalizantes em parcerias com empresas.
Prefeitura tem 32 cadastros
Por meio da Central de Acolhimento ao Migrante, inaugurada em 1º de fevereiro na rodoviária do município, a prefeitura cadastrou 32 migrantes. O objetivo da Central, além de orientar migrantes em relação à vagas de empregos e a moradias, é cadastrar apenas migrantes que chegaram recentemente a Brusque e que procuraram informações no local.
A maioria dos migrantes, segundo o assessor da central, Daniel José Pavesi, é oriunda do Pará. Ele explica que o dado está vinculado aos ônibus de paraenses que chegam a cada 15 dias em Brusque. No cadastro da prefeitura, os servidores colhem informações como: quantos familiares vieram junto; se recebem algum benefício do governo federal; e qual o objetivo em Brusque. De acordo com Pavesi, grande parte escolhe o município devido às vagas de emprego.