Associações de moradores perdem força e reduzem atividades durante a pandemia em Brusque
Pandemia e falta de diálogo com a prefeitura dificultam o trabalho comunitário, diz presidente da Ubam
A pandemia da Covid-19 contribuiu para o enfraquecimento do movimento comunitário em Brusque. Desde 2020, grande parte das associações de moradores não realizam reuniões e algumas estão com as atividades paradas desde antes da pandemia.
O presidente da União Brusquense das Associações de Moradores (Ubam), Juarez Graczcki, afirma que durante a pandemia as entidades ficaram sem lugar para se reunir e, com isso, o trabalho realizado pelos voluntários foi prejudicado.
Além das dificuldades geradas pela necessidade do distanciamento social, o presidente da Ubam considera a falta de respaldo do poder público como um fator importante para o enfraquecimento do movimento comunitário.
“Ficou difícil trabalhar porque o poder público não dá respaldo. A prefeitura não é parceira das associações de moradores. Com a Câmara de Vereadores temos mais abertura, mas a prefeitura não vê a gente com bons olhos. Acham que mais incomodamos do que ajudamos”, diz.
Pensamento semelhante é o do presidente da Associação de Moradores do bairro Dom Joaquim. Valdir Hinselmann afirma que mesmo antes da pandemia, muitos líderes comunitários já estavam desanimados por falta de apoio da prefeitura.
“A prefeitura atende muito pouco as nossas reivindicações. Aqui no nosso bairro temos questões solicitadas desde a época do dr. Jonas que até hoje estamos sem uma resposta. Parece que a gestão quer diminuir o trabalho das associações”.
O líder comunitário destaca que a função das associações é ajudar a prefeitura na melhoria dos bairros. “Infelizmente, a gestão não vê as associações como algo que pode auxiliar o seu trabalho e nem valoriza as pessoas que se doam gratuitamente para ajudar a resolver os problemas do dia a dia de suas comunidades”.
Hinselmann aponta ainda um outro fator para o enfraquecimento do movimento comunitário na cidade: a falta de participação da população.
“É muito difícil ter pessoas dispostas a fazer esse trabalho. Aqui na nossa associação, por exemplo, a presidência é revezada entre duas pessoas há 12 anos. A comunidade também não se interessa. As pessoas só se envolvem quando o problema afeta a elas diretamente”.
O presidente da Ubam destaca que Brusque já chegou a ter mais de 25 associações ativas. Hoje, entretanto, não chega a cinco o número de entidades que estão realmente em atividade. “Neste ano queremos voltar com o nosso trabalho, voltar a nos reunir, reestruturar e fortalecer o trabalho comunitário na cidade”, afirma Graczcki.
O que diz a prefeitura
Procurada por O Município para comentar as afirmações dos líderes comunitários, a Prefeitura de Brusque se manifestou por meio de nota, em que destaca que “sempre manteve diálogo aberto com as associações e entidades de classe da cidade”.
“Ao longo dos últimos 14 meses da administração, várias reuniões e encontros foram promovidos visando atender os anseios da sociedade”, diz a nota.
A prefeitura destaca ainda que todas as solicitações de audiências devem ser feitas ao gabinete do prefeito, e serão marcadas conforme disponibilidade de agenda.
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