Ateliê Simone Gums ultrapassa os limites de Guabiruba e empresária mira lançamento de coleção própria
Focada no segmento de moda festa, empresa atende clientes de todo o Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis
Ao fazer as roupinhas de suas bonecas durante a infância e suas próprias roupas na adolescência, Simone Gums, 43 anos, sempre esteve ligada à moda. Ainda muito cedo, ela aprendeu a costurar, já que seus pais tinham uma pequena confecção.
“Minha mãe sempre teve máquina de costura e, quando eu tinha uns 10 anos, eu gostava de fazer as minhas roupas. Eu via as apresentadoras de programas infantis da minha época sempre com roupas diferentes e eu ia para a mesa de talhação do meu pai para fazer as minhas peças”, conta.
Crescer em meio às máquinas, tecidos e linhas a fez se apaixonar pela moda e aguçar sua criatividade. Trabalhou no setor de desenvolvimento de peças na empresa do agora ex-marido e, anos depois, começou a fazer vestidos de festas para as amigas, mas sem pretensão, como uma distração.
“De repente, aquilo me deu uma luz. Eu não queria seguir o mesmo segmento. Então fiz alguns cursos técnicos e comecei a faculdade de Design de Moda na Unifebe”, diz.
Surgia, então, a semente do Ateliê Simone Gums, hoje uma referência do segmento moda festa em toda a região.
Em 2011, com toda a bagagem técnica e teórica da faculdade e também com as próprias experiências desde a infância, Simone abriu o ateliê, mas com um propósito diferente de tudo que já existia: peças exclusivas.
“Por Guabiruba ser um município pequeno, eu não sabia qual seria a aceitação. Era mais fácil encontrar costureiras, mas eu queria uma coisa diferente, eu queria criar”, diz.
O primeiro modelo do ateliê, que se tornou uma espécie de cartão de visita de Simone, foi o vestido de madrinha de uma amiga. “Ela deixou tudo na minha mão, só escolheu o tecido e a cor. Na festa de casamento que ela foi, o vestido era o centro das atenções. Eu fiz com tanto amor e carinho, porque seria a primeira peça a ser apresentada ao público. E depois daquilo não parei mais”, conta.
O ateliê, que começou em um espaço pequeno no bairro Aymoré, hoje já foi ampliado. Além de Simone, trabalham no local mais seis pessoas, sendo quatro colaboradoras diretas e mais duas indiretas. “Tem muita coisa que tenho que terceirizar porque não damos conta.”
Atualmente, o forte do Ateliê Simone Gums são as formaturas. De acordo com ela, em torno de 70% da criação é direcionada para formandas de ensino médio e faculdade. “Também trabalhamos a linha de madrinhas, mães de noivos e convidados em geral. Faço também vestido de noiva, mas esse não é o meu foco porque, neste segmento, não trabalho com aluguel de noiva, somente a venda sob medida”.
Em média, o ateliê confecciona em torno de cinco vestidos por semana, deixando-os prontos para a fase de prova. “Às vezes demora mais ou menos para a fase de finalização. Trabalhamos muito com pedrarias, são vestidos artesanais. Têm modelos que carregam sete mil pedras, 15 mil pérolas, e tudo é aplicado a mão”, explica.
Em quase 10 anos de atuação, a fama do ateliê já ultrapassou os limites de Brusque e Guabiruba. Simone tem clientes de todo o Vale do Itajaí e também na Grande Florianópolis. “Tenho muito orgulho do pessoal vir até Guabiruba exclusivamente para fazer um vestido. É bom para cidade, para mim, uma coisa leva à outra. Nunca sonhei que chegaria neste porte. Superei toda a minha barreira, achando que Guabiruba e Brusque seriam meus limites, e está muito além disso”.
Coleção própria
O sucesso das peças exclusivas confeccionadas pelo ateliê fez com que Simone alçasse voos ainda mais altos. Com o projeto já no papel, prestes a se realizar, está a produção de sua própria coleção de moda festa.
“Já tenho minha própria etiqueta e estou com muita vontade de produzir minha coleção. Lançando a coleção, acredito que vai me dar um retorno e eu poderei dar mais um passo: abrir a loja Simone Gums ou colocar as peças em outra loja de grife. Seriam essas duas alternativas”, completa.
O lançamento da coleção é a prioridade para a empresária. Dependendo dos resultados, ela pensa em expandir ainda mais, talvez até abrir filiais em outras cidades. “O ateliê é tão familiar, apesar de ter uma produção que considero razoável, mas acredito que, com o trabalho e o esforço, com certeza, a gente vai conseguir”.