Atendimentos a pessoas em reabilitação se adaptam em tempos de pandemia, em Brusque
Medidas de segurança estão sendo tomadas para que acolhimento não seja interrompido
Medidas de segurança estão sendo tomadas para que acolhimento não seja interrompido
Assim como a maioria dos setores da sociedade, o atendimento de pessoas em reabilitação também teve que ser adaptado para manter o atendimento mesmo em um momento de isolamento social por causa da pandemia da Covid-19.
Integrantes do Grupo Novo Lar, de apoio para alcoólicos anônimos na busca pela recuperação, que atua na cidade por mais de quatro décadas, estão fazendo encontros através do WhatsApp.
Cristiane Fagundes, secretária do grupo, relata que os encontros presenciais foram interrompidos em 13 de março, após determinação da Arquidiocese de Florianópolis, e, desde então, a alternativa foi utilizar dos meios digitais.
Grupos no WhatsApp foram criados em várias cidades da região, como Balneário Camboriú, Blumenau e Itajaí, onde alguns participantes de grupo estão buscando apoio em reuniões on-line.
“Se a pessoa precisar de um conselho, deixou o meu nome e número disponível. Algumas pessoas estão participando dos grupos, outras pessoas estão lendo em casa. Aqueles que estão mais no início do processo, se agarram nos padrinhos, trocam mensagens. Apesar de não ter as reuniões, os companheiros não estão recaindo. Um dá força para o outro”, conta.
O trabalho do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciaps) continua acontecendo, mas com todos os cuidados para evitar aglomerações. A coordenadora do Ciaps, Dalticlei Zecca, diz que as oficinas pararam de acontecer como medida de precaução, porém os atendimentos continuam, agora de forma individualizada.
No ambulatório de saúde mental, o atendimento era de 40 em 40 minutos, agora passou a ser de uma em uma hora com a equipe de psiquiatria e a cada uma e hora meia com os psicólogas.
No Caps 2, que é de porta aberta, o atendimento está normal para quem procura o local, apenas sem as reuniões em grupo. Em casos mais sérios, acontece a visita em casa com o psiquiatra, mas tomando todas as medidas de segurança.
“Tem pessoas que precisam [desta atenção]. Toda essa pandemia deixa as pessoas bastante ansiosas, ainda mais os nossos atendidos que têm a saúde mental abalada”, destaca.
A equipe toda está trabalhando, com assistentes sociais, psiquiatras, psicólogos e terapeutas ocupacionais, também com auxílio para pessoas que precisam renovar o benefício do INSS, que está sem atendimento presencial no momento.
“Temos condições de dar o atendimento sem aglomeração. Temos salas amplas, então dá para o profissional fazer a atenção com distância segura. Temos espaços para acompanhantes aguardarem em sala de convivência. Estamos conseguindo fazer o trabalho de forma tranquila e dando o suporte para a população”, garante.
As comunidades terapêuticas da região, onde os acolhidos de Brusque são atendidos, como a Comunidade Bethânia, em São João Batista, receberam uma cartilha de orientações para cuidados básicos com relação à pandemia, produzida pela Febract (Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas).
A cartilha dá indicações de como a equipe deve proceder para evitar o contágio, de trâmites para a entrada e a liberação dos acolhidos e também de como evitar aglomeração durante as visitas, que são importantes instrumentos terapêuticos nesses casos.
Uma portaria também foi publicada pelo Ministério da Cidadania para estabelecimento de medidas de enfrentamento. Além dos cuidados de higiene gerais, os novos acolhimentos só podem acontecer caso a pessoa faça o teste para o Covid-19 e o resultado seja negativo ou fique em isolamento de 14 dias na instituição.
As comunidades terapêuticas que não tiverem condições físicas e de recursos humanos para realizar o isolamento social, não deverão realizar o acolhimento.