Atividade do comércio de Brusque cai 50% durante paralisação causada pelo coronavírus
Para presidente da CDL, queda era esperada, e reabertura apresentou números satisfatórios no contexto da pandemia
Para presidente da CDL, queda era esperada, e reabertura apresentou números satisfatórios no contexto da pandemia
As consultas de CPF e CNPJ no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) caíram 50% em Brusque, na comparação entre o período de 18 de março a 19 de abril de 2020 e o mesmo intervalo em 2019. A queda foi causada pelo fechamento do comércio como medida preventiva contra a pandemia do coronavírus (Covid-19).
Os dados são acessados pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque. O volume de consultas de CPFs é um termômetro da intenção de compras a prazo por parte do consumidor e atividade do comércio e o volume de vendas.
A queda já era esperada por conta do fechamento do varejo. O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque, Fabrício Zen, afirma que trata-se de “uma relação muito óbvia, pois todo o comércio e prestação de serviços estavam fechados e as indústrias trabalhando com o mínimo permitido”. Ou seja, as vendas caíram e, junto com elas, as consultas ao SPC.
O setor que mais “contribuiu” para a queda foi o varejo. De acordo com Zen, o setor varejista representa 65% dos associados da CDL. “Ou seja, foi um dos setores mais prejudicados, se não o mais, pois ficou parado por mais de 20 dias. A indústria e os serviços essenciais continuaram, o que segurou ainda os indicadores em um padrão considerável em Brusque e também em todo o estado de Santa Catarina.”
O presidente da CDL de Brusque avalia que as coisas voltaram próximas à normalidade a partir do momento em que o comércio retornou às atividades nas ruas. Comparando com base no banco de dados do SPC, o período entre 13 e 23 de abril de 2020 apresenta queda de 4% a 5% em relação ao mesmo intervalo de 2019. “Quando vamos ao centro da cidade notamos que o consumidor está voltando a comprar, ainda com certo cuidado, mas há muita movimentação no comércio central e nos bairros também.”
Em Brusque, Zen relata que houve suspensões de contratos de trabalho, renegociações de outros contratos e readequações diversas por parte de várias lojas para que os negócios permanecessem ativos. Algumas adotaram sistemas de entrega. Por parte da CDL, a campanha de incentivo ao comércio local segue ativa. “Nossos empresários são perseverantes e otimistas, sabem que é uma crise que atingiu a todos, porém sabem também do potencial de Brusque para retomar seu crescimento gradativo e sustentável.”
Em levantamento da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC) entre as semanas iniciadas em 13 e 20 de abril, 81% dos associados em SC acreditam que a economia voltará a crescer no ano seguinte. “Há um caminho delicado à frente, porém temos que ser otimistas e acreditar numa melhora gradativa.”